11 de mai. de 2016

[Falando em]: Rua do Berro, Livro 1 — de Tommy Donbavand

A resenha de hoje é muito especial, pois trata-se de um enredo juvenil, algo que pouco leio e que cada vez que me atrevo a viajar em páginas, me apaixono. S2

Este livro foi deixado aqui em casa pela minha sobrinha, o que descobri dias atrás e, sem hesitar, resolvi lê-lo. E já adianto que AMEI, mesmo não sendo este o meu gênero predileto — e, como de costume, quando uma leitura me surpreende, deixo a frase de sempre: "a partir de agora, eu leio até mesmo a lista de compras do Donbavand". \o Portanto, confira a sinopse e resenha do livro "Rua do Berro", obra de Tommy Donbavand, uma publicação da editora Moderna - Selo Salamandra. 


Sinopse: Não tem jeito: Luke já sabe que vai ter mesmo de viver neste lugar estranho chamado Rua do Berro. Mas pelo menos já encontrou dois amigos - Ressus Negativ (aspirante a vampiro) e Cleo Longg (uma múmia menina). Com eles, Luke até acha que vai se sentir em casa. O problema são seus pais, que estão aterrorizados com a nova vizinhança. Conseguirá Luke encontrar a passagem de volta para o mundo real antes que eles morram de medo?



"Porque o novo pode ser horripilante e contagiante"


Instigante! 
Envolvente!
Divertido!


Luke Watson é um garoto que acabara de sofrer uma metamorfose, pois descobriu não ser um ser humano normal, mas sim um híbrido. Desta forma, assusta-se com a sua nova condição, ou seja, um garoto/lobisomem. Ao descobrir-se diferente, ele e seus pais  o Sr. e a Sra. Watson , são capturados por seres de aspecto assustador, chamados Mudadores. Eles são enviados para um outro mundo, onde, agora, vão residir num lugar estranho, que leva como nome, Rua do Berro. 
Ouvindo as vozes de novo, Luke voltou ao hall. Abriu uma porta à direita que dava numa velha cozinha. Seus pais estavam sentados juntos nas cadeiras de uma das extremidades de uma comprida mesa de madeira.
 Mãe!  exclamou Luke ao atravessar correndo a cozinha para abraçá-la. Ela estava tremendo.  Onde estamos?

 Não sabemos  disse o pai de Luke.  Acordamos na nossa cama num quarto no andar de cima. Achamos você, mas não conseguimos acordá-lo. (Livro: Rua do Berro, Pág.21)

Os sequestradores fazem parte de uma companhia intitulada AEOHFVIN (Agência Estatal de Organização Habitacional para Formas de Vidas Incomuns). E assim que Luke e sua família são enviados ao seu novo lar, se deparam com tantas outras pessoas em situações inusitadas e diferentes. Luke dá de cara com Ressus Negativ, um aspirante a vampiro e também com Cleo Longg, uma múmia menina. E isto o faz se sentir melhor, pois percebe que além dele, existem muitos outros diferentes. Apesar de estar com medo de tantas novidades horripilantes, ele acaba por criar um grande vínculo com o aspirante a vampiro e a menina múmia. 
 O que é Sempreviva?  Luke perguntou, ao alcançar Ressus.
 Empório Sempreviva   explicou o vampiro.  Ufa Sempreviva é uma bruxa. Está tentando fabricar um feitiço para deter os ataques  de poltergeistes.

 Ataques de polter-o-quê?  perguntou Luke, empurrando Ressus para uma cerca viva quando uma lata de lixo de metal investiu na direção deles na calçada.

 Poltergeist!  gritou Ressus enquanto a lata de lixo passava toda barulhenta.  Um tipo de fantasma que pode mover coisas. São notórios pelo mau humor. (Livro: Rua do Berro, Páginas 30 e 31)

Muitos acontecimentos estranhos vão dando a cara, assim como tantos outros estranhos personagens, tais como zumbis, um professor que é uma caveira, bruxas, poltergeistes, entre tantos outros. E o que leva esse trio a seguir uma assustadora aventura é a procura de um livro, onde será possível ter as coordenadas para a caça de seis relíquias deixadas pelos fundadores da Rua do Berro e que, encontrando-as, Luke poderá reabrir o portal e ter a chance de voltar com a sua família para o seu antigo mundo, ou seja, o seu antigo lar.
Luke aproveitou a oportunidade para inclinar-se na direção de Ressus e sussurrar:  Isso é tudo muito aconchegante, mas como vai ajudar a levar meus pais para casa?
 Minha mãe disse que há um livro que mostra como abrir uma passagem para o seu mundo  respondeu o vampiro.  Contos da Rua do Berro de Pulipedra. (Livro: Rua do Berro, Pág.49)

Assim os três amigos iniciam uma árdua caça ao livro e suas seis relíquias, ora divertindo-se, ora assustando-se. Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers

Em primeiro lugar, afirmo que dei 5 estrelas no Skoob pois acredito que o enredo conseguiu atingir sua proposta para o público que a ele é destinado. Portanto, quem se enveredar nessas páginas, deve estar ciente que é uma história juvenil. Por isso, não queira encontrar grandes acontecimentos e uma narrativa rebuscada.

Eu fiquei entorpecida pelo enredo do início ao fim, achei todo contexto excelentemente desenvolvido e também com personagens apaixonantes. Em muitas cenas o autor ousou colocando o terror, ultrapassando até mais do que eu esperava, o que me deixou ainda mais atraída. Algumas pontas ficaram soltas, porém, creio que pelo fato de se tratar de uma série com 16 volumes. No entanto, pelo que pesquisei, aqui no Brasil, foram publicados apenas 6 destes. Eu leria a série inteira, e digo que fiquei com uma baita curiosidade do que vem pela frente. Aliás, o autor brindou os leitores com o primeiro capítulo do livro 2 no final, o que me deixou ainda mais com vontade de lê-lo. \o

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação é MARAVILHOSA,  envolta em papel pólen (o amarelinho), com espaçamentos na medida certa e fontes um pouco maiores, o que facilitou ainda mais a leitura  e o mais lindo de tudo foram as artes usadas na diagramação, com imagens dos personagens, mapas de localizações e cenas, um trabalho primordial e de encher os olhos; sua capa é linda de viver, estampando os três amigos em uma das cenas narradas na trama. O livro é curtinho e também uma leitura fruível, eu só não a concluí antes, pois tive que deixá-la de lado por duas vezes para fazer outras coisas que estavam pendentes. Por fim, se você curte uma história de cunho juvenil, cativante e envolvente, eis uma excelente pedida. Se eu gostei? NÃO! Eu não gostei... EU AMEI! S2


Livro: Rua do Berro, Dente de Vampiro (Livro 1)
Autor: Tommy Donbavand
Gênero: Literatura Juvenil
Editora: Moderna - Selo Salamandra
Páginas: 152
Ano: 2009

9 de mai. de 2016

[Parábola]: Demissão Da Formiga Desmotivada

Todos os dias, uma formiga chegava cedinho ao escritório e pegava duro no trabalho. A formiga era produtiva e feliz. 

O gerente marimbondo estranhou a formiga trabalhar sem supervisão. Se ela era produtiva sem supervisão, seria ainda mais se fosse supervisionada. E colocou uma barata, que preparava belíssimos relatórios e tinha muita experiência, como supervisora. 

A primeira preocupação da barata foi a de padronizar o horário de entrada e saída da formiga. 

Logo, a barata precisou de uma secretária para ajudar a preparar os relatórios e contratou também uma aranha para organizar os arquivos e controlar as ligações telefônicas. 

O marimbondo ficou encantado com os relatórios da barata e pediu também gráficos com indicadores e análise das tendências que eram mostradas em reuniões. 

A barata, então, contratou uma mosca, e comprou um computador com impressora colorida.  
Logo, a formiga produtiva e feliz, começou a se lamentar de toda aquela movimentação de papéis e reuniões! 

O marimbondo concluiu que era o momento de criar a função de gestor para a área onde a formiga produtiva e feliz, trabalhava. O cargo foi dado a uma cigarra, que mandou colocar carpete no seu escritório e comprar uma cadeira especial... 

A nova gestora cigarra logo precisou de um computador e de uma assistente a pulga (sua assistente na empresa anterior) para ajudá-la a preparar um plano estratégico de melhorias e um controle do orçamento para a área onde trabalhava a formiga, que já não cantarolava mais e cada dia se tornava mais chateada. 

A cigarra, então, convenceu o gerente marimbondo, que era preciso fazer uma pesquisa de clima. Mas, o marimbondo, ao rever as finanças, se deu conta de que a unidade na qual a formiga trabalhava já não rendia como antes e contratou a coruja, uma prestigiada consultora, muito famosa, para que fizesse um diagnóstico da situação. 

A coruja permaneceu três meses nos escritórios e emitiu um volumoso relatório, com vários volumes que concluía: Há muita gente nesta empresa! 

E adivinha quem o marimbondo mandou demitir? 

A formiga, claro, porque ela andava muito desmotivada e aborrecida.


(Autor desconhecido)
Via: Linkedin

6 de mai. de 2016

[Bienal 2016]: Foi dada a partida \o/

Está chegando aquele momento tão especial e aguardado para os ávidos leitores/autores. \o/ Estou falando de um dos eventos mais conhecidos e aguardados no meio literário. Aliás, este ano a Bienal será em São Paulo, de 26 de Agosto a 04 de Setembro de 2016, no mesmo local de sempre, ou seja, no Pavilhão de Exposições do Anhembi -----> e os ingressos já estão a venda. 


 Para conferir o site oficial da Bienal, clique AQUI.
• Para adquirir o ingresso, clique AQUI.

5 de mai. de 2016

[Crônica]: Mentiras — por Chico Garcia

A mentira é o vírus de uma relação. Invisível, ela chega silenciosa, sorrateira, se aloja na convivência e, quando percebemos, estamos infectados. Não há mais cura. Se a sinceridade é o alicerce para o amor, a mentira, é o veneno da rotina. Mentir é fácil. Difícil é suportar as consequências do gesto. Enganar o outro é trair a si mesmo. 

Mentira é fuga, delírio do óbvio, um lapso de ilusão. Devaneio da realidade, incerteza do passo. A mentira é a contramão da tranquilidade. Mentir não protege, afasta; não ajuda, confunde; não esconde, machuca. A mentira é a sombra do dia, a tentação da noite. Mentir revela mais do que gostaríamos. 

Uma mentira inocente pode abrigar, mas a sinceridade vai aquecer. Mentimos todos os dias. Dizemos que o cabelo dela está ótimo, que a sua comida está uma delícia, que o perfume dela nos faz cantar. Mentimos por um sorriso e somos perdoados por isso. Mentir nunca é bom, especialmente no amor. 

“Mentiras sinceras me interessam”. Grande Cazuza. Mentir pode ser um deboche para ser notado. Algo o tipo: “Eu te odeio”, “Sai da minha vida”, ou nunca mais me procure”. Sabemos que a boca não combinou o discurso com os olhos. O olhar não mente jamais. E a boca… Bom, a boca implora por ser calada com beijos. 

Minto pra ser feliz, engano a minha previsibilidade e traio a própria vontade, sempre que te nego um abraço. Mas não há como disfarçar a veracidade dos corpos. Na entrega, o arrepio autêntico revela o íntimo da pele. Mentir na cama é até possível, mas imperdoável. A mentira angustia, traumatiza e inquieta. 

A mentira sempre será revelada. A mentira é uma verdade escondida, uma covardia mascarada, uma defesa do medo de se sentir fraco. Mentir é dissimular a realidade, amar por pena, transar por compromisso. A mentira é irmã da traição e amiga do pecado. Mentir é desistir de si mesmo, abdicar da sinceridade do peito, abandonar a transparência dos sentimentos. 
Mentir é uma escolha errada. Mas ainda assim, uma escolha.
Texto de: Chico Garcia

3 de mai. de 2016

[Falando em]: A Cabana — de William P. Young

Fazer a resenha deste livro chega a ser algo inimaginável, pois o AMO com todo meu coração. Aliás, eu o li pela primeira vez em meados de 2008/2009 (não me recordo ao certo), e a experiência foi SENSACIONAL. E o melhor ainda é perceber que, pela segunda vez, fui tocada da mesma forma, em grandeza e verdade, algo que poucas leituras conseguem fazer comigo. Agora confira a sinopse e resenha  dessa maravilha que leva como título "A Cabana", obra de William P. Young, uma publicação da editora Sextante.


Sinopse: Durante uma viagem de fim de semana, a filha mais nova de Mack Allen Phillips é raptada e evidências de que ela foi brutalmente assassinada são encontradas numa velha cabana. Após quatro anos vivendo numa tristeza profunda causada pela culpa e pela saudade da menina, Mack recebe um estranho bilhete, aparentemente escrito por Deus convidando-o  a voltar à cabana onde aconteceu a tragédia. Apesar de desconfiado, ele vai ao local numa tarde de inverno e adentra passo a passo o cenário de seu mais terrível pesadelo. Mas o que ele encontra lá muda o seu destino para sempre. Em um mundo cruel e injusto, A Cabana levanta um questionamento atemporal: se Deus é tão poderoso, por que não faz nada para amenizar o nosso sofrimento? As respostas que Mack encontra vão surpreender você e podem transformar sua vida de maneira tão profunda, como aconteceu com ele. Você vai querer partilhar este livro com todas as pessoas que ama.


"Não há sofrimento na Terra que o Céu não possa curar"

Sensível!
Emocionante!
Surpreendente!


Em primeiro lugar, o leitor que decidir se enveredar nessa leitura, deve deixar de lado o apostolado ou conversão e abrir o coração, pois trata-se de um enredo onde a fé e o perdão são peças-chave da trama. Estou dizendo isso porque já vi muitos pareceres negativos referente ao livro, o que me deixou de queixo caído, pois em sua maioria são de pessoas que ficam questionando religiões e crenças e não se dão conta da grandiosidade que a obra carrega consigo. Então vamos lá...

O que você faria se ficasse de frente com Deus e tivesse a chance
de questioná-lo sobre tantas coisas que lhe perturbam e das quais sofre?

Mackenzie Allan Fhillips (ou Mack), é casado há mais de 33 anos com Nan, pai de 5 filhos: Jon, Tyler, Josh, Katherine (Kate) e, por fim, a caçula Melissa (Missy). Ele, o patriarca, é um homem de fé, porém não é tão íntimo de Deus como sua esposa e seus filhos, que têm como mania intitulá-lo como "papai". Sua esposa, Nan, é uma enfermeira que trabalha o tempo todo. Desta forma, em mais um final de semana que ela está trabalhando, Mack resolve curtir um acampamento com três dos seus filhos. Contudo, nessa viagem, acontece algo terrível e perturbador, pois sua tão doce e amada caçula, Missy, desaparece no último dia de acampamento, o que deixa todos em pânico, numa fatídica busca pela garotinha. No entanto, o terrível se faz óbvio, assim que constatam o vestido vermelho que a menina usava manchado com sangue, dentro de uma cabana próxima ao acampamento.
Pela primeira vez desde o desaparecimento de Missy permitiu-se considerar o alcance das possibilidades mais horrendas e, assim que isso começou, não parou mais: imagens de coisas boas e coisas terríveis misturadas num desfile apavorante. Algumas eram instantâneos abomináveis de tortura e dor, de monstros e demônios da escuridão mais profunda, com dedos de arame farpado e toques de navalha, de Missy gritando pelo pai e ninguém respondendo. Misturados com esses horrores havia lampejos de outras lembranças: a menina aprendendo a andar, com o rosto lambuzado de chocolate, fazendo caretinhas engraçadas. Sobrepunha-se a todas a imagem tão recente de Missy caindo no sono, aninhada no colo  do pai. (Livro: A Cabana, Pág. 51)
Passaram-se 4 anos e Mack, agora, está até mais descrente de fé e culpando a Deus pelo que aconteceu. E, repentinamente, em um dia congelante, ele recebe uma carta assinada por "papai", convidando-o para um final de semana naquele lugar que tanto tem pavor, ou seja, a cabana. De início ele se enfurece, achando que é uma brincadeira de mal gosto feita por alguém ou até mesmo o próprio assassino de sua filha marcando um encontro. E sem hesitar, ocultando tal carta da esposa, Mack faz com que Nan e os filhos viagem no final de semana para a casa da sua irmã, e, assim, segue para o seu tão aterrorizante pesadelo, ou seja, a cabana. 
 Viver sem ser amado é como cortar as asas de um pássaro e tirar sua capacidade de voar. Não é algo que eu queira pra você.
Aí é que estava. No momento ele não se sentia particularmente amado.

 Mack, a dor tem a capacidade de cortar nossas asas e nos impedir de voar.  Ela esperou um momento, permitindo que suas palavras assentassem.  E, se essa situação persistir por muito tempo, você quase pode esquecer que foi criado originalmente para voar. 

Mack ficou quieto. Estranhamente, o silêncio não era desconfortável assim. Olhou o pássaro. O pássaro olhou de volta para Mack. Ele imaginou se seria possível os pássaros sorrirem. Pelo menos aquele parecia capaz. 

 Não sou como você, Mack. 

Não era uma repreensão, e sim a simples declaração de um fato. Mas para Mack foi como um banho de água gelada. 

 Sou Deus. Sou quem sou. E, ao contrário de você, minhas asas não podem ser cortadas. (Livro: A Cabana, Páginas 87/88)

Assim que Mack se vê dentro da cabana, algo acontece... Ele fica de frente com Deus, Jesus e o Espírito Santo. Contudo, bem diferente do que aprendeu, Deus é uma mulher robusta e mulata, Jesus é um moreno alto e aparentemente de outra etnia e o Espírito Santo uma jovem asiática. Ambos são um só. Porém, o tempo todo, mostram para Mack que nem tudo é estereotipado e o que realmente importa é o coração, longe das armadilhas que lhe são impostas. Desta forma, ele segue o final de semana numa nova experiência, onde o verdadeiro o coloca à prova, seja em sentimentos ou fé e principalmente no seu subjugar, tentando mostrar a ele um outro caminho que o fará melhor, apesar de toda dor e revolta. 
 Ah, filho  disse Papai com ternura.  Jamais desconsidere a maravilha das suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar. 
Mack parou e encarou Papai. Jamais havia olhado para um amor, uma delicadeza, uma esperança e uma alegria tão puras. 

 Mas você prometeu que um dia não haverá mais lágrimas. Estou ansioso por isso. 

Papai sorriu, encostou os dedos no rosto de Mack e gentilmente enxugou as faces marcadas pelas lágrimas. 

 Mackenzie, este mundo está cheio de lágrimas, mas, se você lembra, prometi que seria Eu quem iria enxugá-las de seus olhos. (Livro: A Cabana, Páginas 212/213)

Em meio a verdade e dor, Mack esforça-se para encontrar o seu equilíbrio, tentando perdoar aquele que cometeu tal ato assombroso com sua Missy e também deixando de culpar a Deus por não ter feito nada na ocasião. Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers.

Não haveria momento mais propício que este para eu reler esse livro. Afinal, estou num conflito interno, e essa leitura de fato apaziguou (em partes) o meu coração.  Trata-se de um livro onde sua abordagem provém de fé, e apesar de muitos falarem que é uma leitura  digamos assim, prosélita  de forma alguma eu a enxerguei assim, nem mesmo quando o li pela primeira vez. É uma leitura que aborda o questionamento interno de quem se propõe a lê-lo, desde que não seja alienado por doutrina alguma.

A Cabana não se trata de conversão, tampouco de religião. Se trata do quão estamos propícios a julgar e condenar, especialmente a Deus por não ser o receptáculo do bem que tanto esperamos, como se ele tivesse obrigação de evitar todos os males do mundo. Deus não faz o mal. O mal está dentro de nós e cabe somente a nós seguirmos a probidade ou o infortúnio

Esse livro é um grande aprendizado, onde poucos conseguem compreender e apenas julgam e condenam, o que a meu ver é uma grande pegadinha, reforçando o que o autor diz logo no início: "Se você odiar  esta história, desculpe, ela não foi escrita para você." Eu, particularmente, apesar de ser católica não praticante, compreendi perfeitamente a grandiosidade em palavras que essa maravilha leva consigo, sem subjugar ou condenar, e tive a certeza de que foi escrita pra mim. \o Espero que essa resenha consiga tocar tantos outros corações, e faça com que compreendam o real motivo desta leitura excepcional. Agora ficarei aqui, ansiando em ler outros títulos do escritor e digo mais: "Eu leria até mesmo a lista de compras do William P. Young". S2

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação é simples, com fontes e espaçamentos na medida certa, envolta em papel pólen (o amarelinho); e a capa é linda, estampando o lugar onde toda a trama acontece, ou seja, A Cabana. Por fim, para você que está a fim de ler um conteúdo lindo e com fundo refletivo, eis essa MAGNÍFICA pedida. Eu mego indico! \o 



Livro: A Cabana
Autor: Wiliam P. Young
Gênero: Ficção Americana
Editora: Sextante
Ano: 2008
Páginas:240