26 de nov. de 2018

[Falando em]: Kurt Seyit ve Şura — Série

Eu comecei assistir Kurt Seyit ve Şura de forma despretensiosa. Envolvi-me de tal forma que, enquanto não finalizei os 46 episódios, não sosseguei. 💘💘💘 Trata-se de um drama televisivo turco baseado em uma série de romances de mesmo nome, da autora Nermin Bezmen, no Brasil (o primeiro volume) publicado pela editora Pedra Azul. Antes de falar o que achei da série, confira a sinopse, trailer (legendado em inglês) e a ficha técnica. 


Sinopse: Kurt Seyit é um tenente mulherengo e bonito, filho mais velho de um rico proprietário de terras da Criméia Turca. Seyit participa de um baile em São Petersburgo e faz uma aposta com seus amigos: beijará a primeira menina que entrar na sala. Şura é a filha caçula de uma família nobre russa e vêm antes da alta sociedade no baile. Quando Şura entra no salão de baile, eles se apaixonam à primeira vista e logo começam um caso cheio de obstáculos. O pai de Seyit, Mirza Eminof, quer que o seu filho case com uma mulher turca muçulmana para garantir a prole. Por outro lado, a família de Şura quer que ela se case com homem rico e nobre da Rússia. O amor de ambos é testado pela guerra, mas também comprometido devido às intrigas de Petro Borinsky e Baronesa Lola.





"Porque amar é admirar com o coração..."





FICHA TÉCNICA
Título Original: Kurt Seyit ve Şura 
Ano de produção: 2014
Dirigido por: Hilal Saral
Roteiro: Shahzeb Shaikh
Produtor: Kerem Çatay
Estreia: 4 de Março de 2014 (Mundial)
Duração: Aproximadamente 46 minutos
Episódios: 46
Gênero: Drama/Guerra/Romance
País de Origem: Turquia 
Elenco: Farah Zeynep Abdullah (Şura), Kivanç Tatlitug (Kurt Seyit Eminof), Aslı Orcan (Baronesa Lola), Barış, Birkan Sokullu (Petro Borinsky), Ushan Çakır (Celil Kamilof), Eva Dedova (Tatya), Elçin Sangu (Güzide) e outros. 




MINHAS CONSIDERAÇÕES:

O que era para ser uma simples aposta torna-se um amor que ultrapassa as dificuldades e as barreiras do tempo. Já faz alguns dias que finalizei essa série, mas ela ainda está impregnada em mim. Eu me senti num turbilhão de emoções, torci, sorri, chorei e... MINHA NOSSA! 💘💘💘 Só Deus sabe como eu fiquei com aquele final. Antes de tudo tenho que dizer que a série é baseada em fatos verídicos, e por se tratar da realidade, o conto de fadas fora obstruído pelas intempéries da vida. Fiquei por intermináveis vezes imaginando aquilo realmente acontecendo, e tão forte quanto o amor veio, à minha mente, as barreiras que o tenente Kurt Seyit e a jovem Şura vivenciaram. 

Com a guerra como pano de fundo fui conduzida a uma linda história de amor, uma história que ganha grande proporção e que, com o tempo, torna-se amarga, entre o querer e o orgulho. Ahhh, como esses enredos me enternecem. Em ritmo novelesco o espectador fica de frente a um roteiro de encher os olhos, com personagens que grudam na pele e situações transponíveis. Além de tudo, somos presenteados com figurinos lindos e uma fotografia magnífica. Eu fiquei perdidamente apaixonada pelo ator Kivanç Tatlitug, que interpreta Seyit (Que homem é aquele? suspiros). Não há muito mais o que dizer, sem revelar as reviravoltas da trama, como eu disse, em ritmo de novela, somos sugados na vida dos protagonistas tão quanto os dos personagens secundários. O que de fato me desapontou foi algumas coisas no final, mas, como mencionei, trata-se de uma história verídica, portanto nem tudo termina como um conto de fadas. Não posso dizer mais, só posso afirmar que para quem é fã de um lindo romance de época, eis essa maravilhosa pedida. EU MEGA, ULTRA, MAX, HIPER AMEI!!! E, agora, estou numa baita ressaca, sem direção. 

22 de nov. de 2018

A menina Paixão

Fica-se louco quando ela se abeira. 

Essa menina Paixão é de uma insanidade! Má companhia, inconsequente, faz circunvoluções na rotina e não deixa ninguém dormir, produzir, comer, serenar. Companhia indesejável, vá para longe de mim! 

Ela é amiga da dor, parente bem próxima da falta de sentido e só sabe agir em escala exponencial, tudo é superestimado quando a menina Paixão se aproxima, e ela não permite nem que a gente pertença a si mesmo. 

Deixa em cacos, aos milhares deles. 

Com um método de inserção moderno e altamente eficaz, eis que ela transforma o pensamento: deixa uma única imagem emoldurando todas as paredes da mente, imensamente, seja imenso o espaço que houver, sem hora para terminar, sem limites para demarcar, como uma decoração monotemática, monótona e insubstituível, e não há fuga de si que a desconecte. 

Perde-se o domínio quando a menina chega. 

Então você está comendo, dormindo, servindo, vivendo e de repente ela aparece e cria uma desordem de pensar, de cobiçar, de não saber silenciar. Faz arder quando há distância, queimar quando presença há. 

Cria cegos, por fim. 

E diante de tal cegueira, a menina Paixão te faz inteiro abandonar-se dentro de um par de olhos, como que mergulhado em duas esferas, em viagem interplanetária. Vai e volta de um orbe a outro, mas não escorrega, não se perde pela tangente, segue o plano, mas perde um pouco a linha, pois viagem assim termina mal, quando termina… 

Porque a menina Paixão não vem em goles suaves, quietinha, sendo anunciada com discrição. Ela já aparece gritando do telhado, com velocidade de som, de passos, tirando qualquer um da sua ocupação, para que ela reine absoluta. E daí que há tanto o que fazer? Ela se espalha sem pressa de ir, mas com urgência de permanecer, de ocupar as superfícies, os poros; de amplificar os sons, de prensar todos os odores na ponta do nariz, para que fiquem eles aglutinados na memória e não possam ser expulsos nem sob medidas brutas. 

Tenta-se ser esperto, burlar, mas a menina Paixão é sorrateira, sabe todos os seus planos e não se deixa enganar; de propósito, cria alguns embustes, e quando se vê, as mãos estão amarradas com corda e nó de marinheiro, os pés só andam no mesmo sentido e direção, e então, não é possível escapar, nada há para fazer. 

A não ser se entregar a essa menina. 

[Texto via]: Papo de Fran

20 de nov. de 2018

[Falando em]: UM TOQUE DE SOLIDÃO — de Danilo Barbosa

Hoje trago a resenha de um conto que me fez refletir muito. A propósito, anos atrás li um livro do autor (para conferir a resenha, clique AQUI) que gostei muito. Agora convido a todos para conferir a sinopse e o que eu achei de "UM TOQUE DE SOLIDÃO", do autor Danilo Barbosa, uma publicação independente. Vem junto! o/



Sinopse: Quando duas pessoas completamente diferentes se apaixonam, tudo pode acontecer. Bento, um nerd assumido, sabia que tinha se apaixonado pela tatuadora Ariel à primeira vista. Apesar de serem completamente diferentes, os dois tinham tudo para viverem o divertido "felizes para sempre", mas um desentendimento pode colocar tudo a perder... E agora, como dar uma final feliz para esta história? Nada que "Um toque de solidão" não resolva! Apaixone-se por esta história inusitada, onde você irá rever o quanto perdemos da vida nas nossas rotinas. Duvido que, ao terminar esse conto, não passe a rever os próprios conceitos.


"É sobretudo na solidão que adentramos a realidade..." 

Um conto reflexivo!

A vida e sua improbabilidade se faz presente, especialmente quando um nerd e uma tatuadora se apaixonam. 
Um casal que ninguém imaginou ver longe um do outro. Bento, um proeminente jornalista web; Ariel, a tatuadora de um grande estúdio. O alto e magrelo com cara de nerd e a tatuadora baixinha e gordinha, vestida como uma pin up. Duas pessoas tão diferentes, mas que combinavam tanto... (Conto: Um Toque de Solidão, de Danilo Barbosa)
(clique na imagem para  maior resolução)

O casal se casa, porém, depois de um tempo, o amor entre ambos é posto na corda bamba, devido ao excesso de trabalho (entre outras coisas), separando-os.
Excesso de amor traz consequências... De solidão também. Então, por mais que não possa parecer importante para muita gente, Bento sem Ariel — ou vice-versa  causou um verdadeiro caos, que se não tivesse visto, sei lá se iria acreditar. (Conto: Um Toque de Solidão, de Danilo Barbosa)
Bento recebe a visita da Sra. Solidão, que o alerta dos perigos iminentes e o faz enxergar o quão precioso é viver. 
Bento tinha cada vez mais a certeza de que, às vezes, era preciso perder, e perder feio, para ganhar. No caso dele, precisou que uma catástrofe desconhecida, quem sabe a nível mundial, tirasse de sua frente tudo que conhecia para enfim criar coragem de ir atrás da mulher que amava. (Conto: Um Toque de Solidão, de Danilo Barbosa) 
Agora cesso os comentários para não soltar mais spoilers.

UM TOQUE DE SOLIDÃO é um conto que fala sobre a solidão e suas consequências. No caso de Bento, assim como tantos outros (inclusive eu), muitas vezes achamos que o essencial é o mundo ao alcance de um botão, e com isso deixamos de viver (ou vivemos para aquilo que não é viver). Nesse ínterim, acabamos por nos acostumar com nossa unilateralidade. A trama é composta por uma singela e bela narrativa, vale muito a pena a reflexão que leva consigo. Eu, particularmente, senti um despertar, créditos que dou a sábia Sra. Solidão. Por fim, para você que curte uma leitura rápida e reflexiva, eis essa excelente pedida.

O enredo é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação está no padrão digital; e a capa estampa ninguém menos que Bento, o protagonista.


Conto: UM TOQUE DE SOLIDÃO
Autor: Danilo Barbosa
Publicação  Independente
Ano: 2014
Páginas: 34

8 de nov. de 2018

[Falando em]: Os Minutos — de Roberta Del Carlo

Eu baixei essa coletânea com cinco contos gratuitamente e não hesitei em lê-la. A propósito, já li uma das obras da autora (para conferir a resenha, clique AQUI), que, por sinal, curti muito. o/ Agora convido a todos para conferir a sinopse e o que eu achei de "OS MINUTOS", obra de Roberta Del Carlo, uma publicação independente. 


Sinopse: Você já parou para pensar na quantidade de coisas boas e ruins que podem acontecer em minutos? Cinco contos maravilhosos que levam para o mesmo caminho: Os minutos e tudo o que pode ser feito, pode ser um pensamento, uma atitude ou um simples pensamento. Venha se envolver com esses contos maravilhosos. 



"Porque o que vale é cada minuto..."





Uma leitura prazerosa!

Por tratar-se de uma coletânea com cinco contos, antes de dar o meu parecer, deixarei três quotes.
Mas, logo a dúvida chegava como uma vizinha chata, depois o medo como um amigo chato que aparecia sem ser convidado, e o tempo passava como uma amiga legal que estava apressada. (Conto: O Velho do 52, de Roberta Del Carlo)
Alguns detalhes de uma vida não poderiam ser compartilhados dessa forma a quaisquer olhos, pois um detalhe pode se tornar uma importância perigosa. Cada segredo vira uma arma letal, e virando um trunfo para aqueles que já estão condenados a própria sorte. (Conto: Carolina tem que morrer, de Roberta Del Carlo) 
Então, ela vem, senta-se na cadeira menos confortável da casa, escuta algumas músicas, relembra alguns nomes e depois, vai embora. Porém, agradeço silenciosamente durante as minhas rezas a sua falta de notícias e sabem como isso aconteceu? Quando ela chegou em sua última visita deu de cara com a esparramada no sofá a tal, Felicidade. As duas não se bicam muito bem. (Conto: Angústia, de Roberta Del Carlo) 



OS MINUTOS é, literalmente, uma ampulheta da vida, onde cada segundo pode ser fatal, dando sentido (ou não) as coisas. Os contos são reflexivos, cada qual deixando a sua mensagem. A escrita da autora é singela e envolvente. Eu, particularmente, fiquei presa a dois contos: "Carolina tem que morrer", uma história instigante e "Angústia", um texto mais breve e reflexivo. Por fim, para quem curte uma instigante e breve leitura, eis essa boa pedida. o/

Os contos são narrados em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação está boa, no formato digital; e a capa estampa uma ampulheta. 


Contos: OS MINUTOS
Autora: Roberta Del Carlo
Gênero: Coletânea de Contos
Publicação  Independente
Ano: 2018
Páginas: 57

6 de nov. de 2018

[Falando em]: Sereia Urbana — de Sheila Guedes

Ao avistar as excelentes avaliações sobre a obra, não hesitei em baixá-la gratuitamente. Agora convido a todos para conferir a sinopse, book trailer e o que eu achei de "Sereia Urbana", obra da autora Sheila Guedes, uma publicação independente. 


Sinopse: O que fazer quando o seu corpo grita por prazer e seu coração pede por amor? Isabelle sempre teve prazer em despertar desejo. Amar é um verbo desconhecido, seduzir é sua sina. Ela é uma Sereia Urbana. Vive de paixões temporárias. Sua vida se resume à sua moto, seus desenhos, sua gata, Luna, e às várias cidades por onde passou. Até conhecer Léo. Léo é um cara taciturno e com uma beleza que a acerta em cheio, que clama por sua sereia urbana. Isso a atordoa, fascina e desperta algo mais, que Isabelle achava não ser capaz de sentir. A beleza é efêmera, descartável. A beleza limita as pessoas. É nisso que o Leo acredita. Léo a enxerga além da beleza. Enxerga a solidão massacrante em seu olhar, uma solidão que é o reflexo da sua. Trabalhando lado a lado, ela vai tentar seduzi-lo, ele vai tentar conquistá-la. Nessa batalha, não há perdedores. O amor e o desejo vão travar uma luta ferrenha. Quem vencerá?




"Porque nem sempre somos como nos veem..." 

Uma grata surpresa!

Isabelle (ou Belle) é uma linda mulher de vinte e três anos, designer gráfica e fechada para relacionamento sério. A procura de um emprego, ela segue para uma entrevista de emprego como capista, para a editora Línea.
Não consigo fugir da sensação que senti quando ele me olhou nos olhos. Sei que o encanto o afeta. Sinto sua fascinação, mas, pela primeira vez na vida, vislumbro algo mais. Tenho medo de me enganar. Tenho medo de estar encantada por ele e isso afetar minha percepção das coisas (Livro: Sereia Urbana, Cap.5)
(clique na imagem para maior resolução)

Leonardo (ou Leo) tem vinte e seis anos e é editor-chefe da editora Línea. No passado sofrera um grande baque, perdendo o seu grande amor. Mas ao conhecer Isabelle, entrevistando-a para uma vaga de capista, o seu coração volta a bater descompassado.
Meu bom senso tenta gritar para me afastar. Ela vai se arrepender e vai fugir, diz a razão. Mas o traiçoeiro do meu corpo e do meu coração faz com que minha mão segure sua trança de forma possessiva e a puxe para meus braços em um beijo faminto. (Livro: Sereia Urbana, Cap. 10)
O que seria apenas uma entrevista de emprego torna-se uma paixão avassaladora, destinando a  Isabelle e Leonardo a conflitos internos. Por mérito próprio, Belle consegue o emprego, ficando mais próxima de Leo, deixando-os mais apaixonados do que nunca. 
Eu sou dela, mesmo que ela ainda não tenha se dado conta disso. Ou até mesmo que não queira. Não depende mais dela. Não depende de mim. E apesar de sensação de despedida que senti há pouco, apesar de tudo, eu estou feliz demais por me sentir assim. Vivo. Apaixonado. (Livro: Sereia Urbana, Cap.14)
Agora cesso os comentários para não soltar mais spoilers

Com uma escrita singela e viciante somos conduzidos à história de uma, literalmente, sereia.

SEREIA URBANA faz jus ao título, tendo como protagonista uma mulher provida de encantos, mas que, para ela, não passa de uma terrível maldição. Belle sabe do seu poder para/com os homens e, da mesma forma, sente-se vítima de tal constatação. Leo, por sua vez, é o sedutor e  digamos assim  tudo de bom que uma mulher há de se esperar. Porém, ambos têm os seus receios. Trata-se de uma trama gostosa de se enveredar. Minha única ressalva foi com o final, pois eu esperava algo mais impactante ou até mesmo uma grande revelação. Ainda assim a leitura desenrolou de forma suave, com algumas reflexões e tornando-se uma grata surpresa.

A trama é narrada em primeira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação está perfeita, no formato digital, apresentando, a cada início de capítulo, uma imagem do casal protagonista; e a capa é belíssima, estampando os olhos e o charme de Isabelle.


Livro: Sereia Urbana
Autora: Sheila Guedes
Gênero: Romance/Drama
Publicação  Independente 
Ano: 2017
Páginas: 304

3 de nov. de 2018

[Lidos]: Outubro de 2018

Olá, lovers!
Como foram de leituras?! Eu me encontrei em releituras e novos textos, todos excelentes. Ao todo foram quatro livros, uma noveleta, uma novela e uma biografia. Agora convido a todos para conferir as minhas leituras de Outubro. Vem junto! o/



[clique no título para conferir a resenha]:

2 de nov. de 2018

Sobre a singeleza das coisas...


Choveu na singeleza das coisas. A vida, tão minúscula ficou úmida de acasos. A esperança veste a oração de fé. Alguém pega em minha mão para além das indiferenças. O esquecimento vem dos séculos apagados. Às vezes, a memória pede um tempo na dimensão do nada. O desassossego vem de uma voz que se calou. Pode a ausência não ser tão distante da presença? 
[Por]: Mariana Gouveia

1 de nov. de 2018

[Falando em]: A VIDA POR OUTROS OLHOS, HISTÓRIAS DE QUEM VIVENCIOU O CÂNCER INFANTIL — de Rayanne Santos

Eu pensei muito se leria ou não esse e-book, pois trata-se de algo que toca o meu âmago, afinal, sou uma paciente em remissão e sei bem os dissabores que essa cruel doença nos traz. Agora convido a todos para conferir a sinopse e o que eu achei de  "A VIDA POR OUTROS OLHOS, HISTÓRIAS DE QUEM JÁ VIVENCIOU O CÂNCER INFANTIL", obra de Rayanne Santos, uma publicação independente. 


Sinopse: Quatro crianças. Quatro vidas diferentes. Um mesmo desafio: vencer o câncer infantil. Lutar contra o diagnóstico é um desafio que envolve a saúde física, emocional e psicológica de quem recebeu um resultado que é desesperador. Aqui estão histórias de vidas que podem ser diferentes, mas se unem no mesmo ponto: vencer e continuar vivendo. Pietro, Nicolas, Rafaela e Manuela são crianças que fariam tudo o que qualquer criança normal poderia fazer, mas todos precisaram aprender desde pequenos, que viver significa muito mais do que estar vivo. Neste livro você encontrará quatro histórias narradas por mães  e duas adolescentes  de como é vivenciar o diagnóstico do câncer infantil. Conheça através de pessoas comuns as lutas, superações e experiências que marcaram toda uma vida. 


"Porque é na dor que nos enchemos de esperança..."




 

Um conglomerado de relatos emocionantes!

Trata-se de um trabalho acadêmico que tornou-se uma injeção de realidade, um livro onde é apresentada as histórias de quatro crianças que receberam o diagnóstico de câncer. Os nomes foram alterados, a fim de manter a privacidade de todos. Abaixo deixarei quatro quotes (um de cada mãe/paciente) e, em seguida, o que eu achei dessa leitura.
Onde ele buscava tantas forças que eu não sabia? A vida é mesmo cheia de surpresa. Eu, adulta, sentia-me tão exposta, tão vulnerável, enquanto ele, uma criança era tão cheio de vida, tão forte e alegre. Não sei o que se passa na cabeça de uma criança que sofre com a doença, mas uma mãe sente que não suporta ver o filho sofrer, mesmo que ele diga que está tudo bem. (Narrado por Isabel, mãe de Pietro, diagnosticado com leucemia e que veio a óbito aos doze anos)
Hoje, quando vou dormir e acordo, o que penso é que meu filho está bem. Deus já o curou e daqui alguns dias, anos, eu vou contar para os filhos dele, para os meus netos. Eu só penso isso, não penso em coisa ruins, até porque o meu filho não passa esse sentimento. (Narrado por Márcia, mãe de Nicolas, diagnosticado com leucemia e ainda em tratamento).
De tudo isso, a parte que nos sustenta é Deus e a força que a nossa filha nos passa. Quando precisei passar pelo meu diagnóstico, ela me disse que tudo daria certo, que era preciso ter fé em Deus. (Narrado por Eliane, mãe de Rafaela, diagnosticada com câncer de ovário e pulmão, agora em remissão e acompanhamento)
Quando um adulto passa por uma situação dessa, ele entra em depressão, as crianças sofrem, mas com pouco tempo já estão jogando bola, brincando de boneca e com a minha filha também foi assim. Diante de tudo o que passei, a cada dormir e levantar eu só pedia a Deus que ela resistisse. (Narrado por Lilian, mãe de Manuela, diagnosticada com leucemia, agora em remissão).
(clique na imagem para maior resolução)

Falar sobre esse tema é algo extremamente doloroso, pois, aos vinte anos, descobri um linfoma de hodgkin maligno (entre pulmão e coração), e por mais de um ano me tratei. Talvez por esse motivo senti na pele os relatos. Independente da idade, o câncer é uma doença terrível, mas creio que para uma criança é algo mais aterrorizante. Eu sei disso porque estive por diversas vezes na oncologia pediátrica, e pensar que para mim já era uma situação difícil, quem dirá para uma criança. No final é o mesmo resultado: medo, dor, dissabor, tal quanto a esperança e a fé.  É nisso que temos que nos agarrar.

Ao ler esse relatos me senti num turbilhão de sentimentos, como se estivesse vivendo tudo novamente... Em especial o relato da mãe de Pietro, que, infelizmente, veio a óbito. Lembrei-me de amigos que tive ao meu lado (na época do tratamento), e que também não conseguiram vencer a doença. Ainda hoje me questiono o porquê de ter tido o privilégio de me curar, enquanto tantos outros não tiveram essa mesma chance. E é nesse instante, quando começo a me questionar, que agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade. É difícil. É revoltante. Mas é assim que devemos enfrentar: com fé e esperança. Parabéns a autora pelo trabalho, e a todas as pessoas que já passaram ou estão passando por isso, desejo muito determinação e fé. Que Deus os abençoem e faça desta etapa uma forma de enxergarmos melhor as coisas e, por fim, de agradecermos pela vida.

Os relatos são narrados em primeira pessoa; a diagramação está excelente, no padrão digital; e a capa é recheada de esperança, com a sombra de uma criança e seus artefatos diários.


Livro: A VIDA POR OUTROS OLHOS, HISTÓRIAS DE QUEM VIVENCIOU O CÂNCER INFANTIL
Autora: Rayanne Santos
Gênero: Não-Ficção / Biográfico
Publicação  Independente
Ano: 2017
Páginas: 76