31 de jul. de 2016

[Tradução]: SOAD — Streamline

Para quem ainda não sabe, sou movida a música. A propósito, todos os meus enredos (até mesmo contos), são inspirados em canções. Porém, agora tenho que compartilhar essa belezura que acabei de editar... Uma interpretação pessoal que se encaixou com perfeição. Por fim: Como não respirar música? Confiram: 

Canção Streamline + filme Antichrist = Perfeição

P.S: Vídeo editado por Simone Pesci

30 de jul. de 2016

Bem-vindos!

Vocês ainda não conhecem os meus trabalhos? Pois bem, chega mais... Sejam bem-vindos! 


(clique em cima da imagem para maior resolução)

• Confiram algumas postagens de "Entre o Céu e o Inferno", clicando AQUI.
• Confiram algumas postagens de "Dezesseis - A Estrada da Morte", clicando AQUI.
• Confiram algumas postagens de "Redenção", clicando AQUI.

[PETIÇÃO]: Fazer a Lei ser cumprida perante toda a sociedade Brasileira

Agora vamos de papo reto! Está rolando uma petição contra aquele demônio em forma de senhora, que deu muitas pauladas em um cachorro, no Bairro de Boa vista, em Cachoeiro de Itapemirim (ES). Eu (Simone), não sou a favor de compartilhar vídeos com desgraças e muito menos farei divulgação da imagem do capeta que cometeu tal barbárie. Porém, peço para que vocês (assim como eu), assinem a petição.



• Para assinar a petição, clique AQUI.

[Dicas do primeiro semestre]: As seis melhores leituras

Apesar de não poder adquirir livros, pois estou desempregada há tempos, fui agraciada com novos tesouros em páginas: alguns em parcerias, outros como presentes de aniversário. A propósito, dentre todas as leituras que desfrutei neste primeiro semestre de 2016 (Ok, duas leituras são de Julho, mas tá valendo - rs), separei 3 livros nacionais e 3 internacionais que muito me marcaram, cada qual à sua maneira. Todos citados são EXCELENTES LEITURAS, com um conteúdo sem igual. Por isso deixarei os links das resenhas que fiz abaixo. Aprecie sem moderação.

(clique em cima da imagem para maior resolução)

**Clique em cima do título para conferir a resenha:

[Desabafo]: Caro médico que expôs o paciente com "Peleumonia"

Eu avistei o desabafo de uma ex companheira de casa editorial, a escritora Manuela Titoto, referente a terrível (e triste) conduta de um jovem médico (saiba mais da notícia clicando AQUI). Desta forma, ou seja, concordando com tudo que ela disse, estou repostando o seu desabafo. Confiram:

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Soube de sua existência. Não sei seu nome, nem o conheço pessoalmente, mas dá para saber o tipo de ser humano que você é. 

Seus pais lhe proporcionaram a melhor educação possível. Morreram de orgulho quando passou no vestibular em medicina e não hesitaram em pagar o curso mais caro do ensino superior. Você saiu dando plantão para juntar uma grana, sem ainda ter preparo para isso. Claro que fez cagada e foi afastado porque não entende da vida, tampouco das pessoas. 

Já seu paciente não teve as mesmas oportunidades e ainda assim trabalha para sustentar a família. Não aprendeu as palavras, nem leu os livros como você e todos os seus amigos. O português dele é fraco, não sabe falar algumas coisas de maneira correta. Deve ter esperado no mínimo quatro horas para ser atendido no hospital, com tosse, febre e dificuldades de respirar, sintomas da "Peleumonia". 

E o que você faz? Você, com todo esse peso de Doutor, caçoa do seu paciente. 

Ele não sabe nome das doenças. 
Ele não sabe pronunciar os exames. 
Ele não jurou "Aplicar os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém" ou proferiu "Aquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, conservarei inteiramente secreto". 
Isso foi você que jurou em sua formatura. Mas não manteve nada disso, não é mesmo? Postou uma foto rindo da pessoa que deveria cuidar. 

Você é um babaca. 

Se ainda não aprendeu que a medicina trata mais da alma do que do corpo, talvez nunca aprenderá. Não se sinta tão mal, está cheio de médicos como você espalhados por aí. Médicos que estão na profissão não pelo amor, mas pela grana. 

Se eu pudesse incutir uma frase nessa sua cabecinha, não seria minha, mas do mestre Fitzgerald: "Sempre que tiver vontade de criticar alguém, lembre primeiro que nem todas as pessoas do mundo tiveram as vantagens que você teve". 

A medicina é Biológica, sim, mas, acima de tudo, é humana. Aproveite seu afastamento para pensar sobre isso. 

Sem o menor carinho, 

Manuela Titoto

[Versão inédita]: Se essa rua fosse minha

Eis que me deparo com essa maravilha, uma versão SENSACIONAL de uma canção de ninar que é um clássico, interpretada por crianças de 5 a 8 anos de Belo Horizonte. Eu simplesmente PIREI nessa pegada gotic/rock, e confesso que bateu uma vontade doida de ler um conto ou assistir um curta com essa versão, sendo os atores mirins do vídeo os protagonistas. S2 ---> Parabenizo aos envolvidos no projeto! Confiram:


23 de jul. de 2016

[Falando em]: Dançando sobre cacos de vidro — de KA HANCOCK

Deixa eu respirar fundo antes de iniciar essa resenha! Afinal, eu tinha certeza que me estilhaçaria com este livro. Pois bem, a última leitura que me deixou desta forma foi "O Caçador de Pipas". Porém, essa leitura ultrapassou até mesmo o que eu havia sentido com a obra de Hosseini. Trata-se de um drama/romance onde o amor supera a dor, uma história que me fez dançar sobre cacos de vidro do início ao fim. Ainda estou em pranto! Para sempre dilacerada! Porém, MUITO FELIZ de ler uma MARAVILHA como essa. Cinco estrelas é pouco. Eu daria uma constelação. Agora confira a sinopse e resenha de "Dançando sobre cacos de vidro", obra de KA HANCOCK, uma publicação da editora Arqueiro


Sinopse: Lucy Houston e Mickey Chandler não deveriam se apaixonar. Os dois sofrem de doenças genéticas: Lucy tem um histórico familiar de câncer de mama muito agressivo e Mickey, um grave transtorno bipolar. No entanto, quando seus caminhos se cruzam, é impossível negar a atração entre eles. Contrariando toda a lógica que indicava que sua história não teria futuro, eles se casam e firmam  por escrito  um compromisso para fazer o relacionamento dar certo. Mickey promete tomar os remédios. Lucy promete não culpá-lo pelas coisas que ele não pode controlar. Mickey será sempre honesto. Lucy será paciente. Como em qualquer relação, eles têm dias bons e dias ruins  alguns terríveis. Depois que Lucy quase perde uma batalha contra o câncer, eles criam mais uma regra: nunca terão filhos, para não passar adiante sua herança genética. Porém, em seu 11° aniversário de casamento, durante uma consulta de rotina, Lucy é surpreendida com uma notícia extraordinária, quase um milagre, que vai mudar tudo o que ela e Mickey haviam planejado. De uma hora para outra todas as regras são jogadas pela janela e eles terão que redescobrir o verdadeiro significado do amor. Dançando sobre cacos de vidro é a história de um amor inspirador que supera todos os obstáculos para se tornar possível.


"Porque amar é superar a dor" 

Verossímil! 
Dilacerante! 
Extraordinário!


Lucy conhece Mickey na comemoração dos seus 21 anos, ao lado das irmãs (Lily e Priscilla), e também de alguns amigos. A propósito, Mickey (ou Mic, como é conhecido), é 8 anos mais velho que ela, além de ser dono do barzinho onde acontece o festejo. Inicialmente é Priscilla (a irmã mais velha), que marca território mostrando certo interesse por Mic. Contudo, assim que os olhares de Lucy e Mickey se cruzam, o improvável acontece: ela, uma jovem com um histórico familiar de câncer de mama bem agressivo; ele, um homem que sofre com um grave transtorno bipolar. Contudo, isso não os impedem de se entregarem ao amor. 
 Como vai ser a minha vida se eu me casar com ele? 
O médico de Mickey me estudou por um instante e respirou fundo.  Lucy, todo casamento é uma dança: complicada às vezes, maravilhosa em outras. Na maior parte do tempo não acontece nada de extraordinário. Com Mickey, porém, haverá momentos em que vocês dançarão sobre cacos de vidro. Haverá sofrimento. Nesse caso, ou você fugirá ou aguentará firme até o pior passar. (Livro: Dançando Sobre Cacos de Vidro, Cap.9)

E mesmo contradizendo a todos, eles resolvem se unir matrimonialmente. Assim, vez ou outra, passam pelo pior: seja pela loucura insana de Mic, que de tão intensa o faz ficar internado por dias, ingerindo doses cavalares de remédio e tentando encontrar algum vestígio de lucidez; seja pelo histórico familiar de Lucy, que se faz presente. Com isso, ambos resolvem elaborar um contrato com inúmeras cláusulas, sendo uma destas: não ter filhos. Afinal, quem em tais condições colocaria um filho no mundo? Porém, anos depois, o improvável acontece  e mesmo Lucy fazendo uma ligadura de trompas, ela engravida, o que de fato todos enxergam como um milagre. No entanto, ainda no início da gestação, o câncer de Lucy volta à tona, assim como mais uma terrífica crise de Mike. 
Era como se o mundo todo, todos os desígnios, me fosse explicado numa fração de segundo, e não só compreendi, mas tive a vaga sensação de sempre ter sabido. E entendi que nada disso faria diferença. Nenhuma das medidas tomadas para salvar minha vida realmente a salvaria. Não dessa vez. Quando a emoção ameaçava me dominar, a sabedoria do meu pai veio à tona para mantê-la sob controle. A morte não é o fim, Lulu, e, se você não tiver medo, pode vigiá-la e estar preparada... (Livro: Dançando Sobre Cacos de Vidro, Cap.16)
Ainda na infância, Lucy tivera uma conversa sobre a morte com o pai, da qual leva como lição. E foi em um dos seus piores momentos, quando estava prestes a abortar o milagre que carrega no ventre, que fica de frente com a velha companheira, ou seja, a morte, mostrando-lhe de que desta vez não há escapatória. Assim, ela fica contra todos (inclusive o seu médico, a sua família e o seu marido), e luta até o fim pelo grande milagre que carrega no ventre. 
Como se temesse me machucar, Mickey fez amor comigo de um jeito lento, cálido, incrivelmente terno. Arrasada em meu corpo dolorido e nada receptiva, a princípio me senti uma estranha sob as mãos dele. Mas quanto mais ele me tocava, mais eu superava a dor e a revolta até me perder nos sentidos, nada mais. Ele acariciou meu seio marcado de cicatrizes de maneira tão indulgente e com tamanha delicadeza preguiçosa que acredito que nunca, em tantos anos de sexo apaixonado, respondi tão completamente. Foi a coisa mais pura que já experimentei, e eu não queria que acabasse. Nossos corpos cumpriram a tarefa que lhes cabia, mas foram nossas almas que se uniram. Ambos choramos o tempo todo e nos apegamos ao momento. Quando terminou, nos demos conta de que provavelmente havia sido a última vez. (Livro: Dançando Sobre Cacos de Vidro, Cap.25)
Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers

Pode parecer que já revelei tudo da trama, mas o que eu disse não é nem a metade do que essa SENSACIONAL história carrega consigo. Todos as histórias me encantam, porém há exclusividade naquelas que tocam o meu coração. Eu tive que parar a leitura deste livro por diversas vezes, pois sentia necessidade de desanuviar —, e quando eu conseguia voltar a respirar, algo novo e mais dilacerante me fazia perder o chão, tamanha realidade, sentimentos e carga dramática que o enredo apresenta... Uma infinidade de sentimentos adversos que me deixou dançando sobre cacos de vidros a todo instante.

Lucy e Mic me fez enxergar que o amor é uma entrega total. Eu queria entrar nas páginas e poder consolá-los; eu queria poder fazer algo por eles; senti vontade de ser Deus e mudar tudo que eles passaram desde o início. Entretanto, ao fim da leitura, tive a certeza de que foi a loucura e a dor que os uniu no indubitável amor. Não poderia ser diferente. Ler este livro foi como ver o meu passado, pois assim como Lucy, sou uma paciente em remissão, que teme a doença em silêncio. Deve ser por isso que a leitura se tornou tão especial pra mim. S2

A autora soube construir um enredo cheio de coração, onde até mesmo os antagonistas são de suma importância, cada qual com suas particularidades e dores. Eu ME APAIXONEI por todos, sem exceção. Essa é uma história de entrega total, seja na família, em amizades e principalmente no amor de um homem para/com uma mulher. Uma busca incessante pelo milagre que, por fim, se torna real. É uma leitura esmagadora e altruísta, que leva consigo uma linda mensagem e grandes ensinamentos. ESPETACULAR define a dimensão deste conteúdo, e se você (assim como eu), gosta de ser tocado no âmago, eis essa DIVINA dica. A propósito, a autora tem especialização em psiquiatria e longa experiência profissional com pacientes psiquiátricos e dependentes químicos. Desta forma, constatei de onde ela encontrou tanta realidade no contexto. Leia! Você não vai se arrepender! Agora me encontro numa baita ressaca literária. \o 

O enredo é narrado em primeira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação é simples, com espaçamentos e fontes em excelentes medidas; e sua capa é divina, estampando Mic e o seu grande milagre de mãos dadas. Por fim: Prepare o coração! Compre uma caixa de lenços de papel e cai dentro! Se eu gostei? NÃO, EU NÃO GOSTEI... EU AMEI! E leria até mesmo a lista de compras da KA HANCOCK. S2


Livro: Dançando sobre cacos de vidros
Autora: Ka Hancock
Gênero: Drama/Romance
Editora: Arqueiro
Ano: 2013
Páginas: 329

22 de jul. de 2016

[Divulgação]: Quando o amor bater à sua porta — de Samanta Holtz

Que eu sou fã da Samanta Holtz isso não é novidade! A propósito, eu já me enveredei em dois de seus textos (para conferir as resenhas, clique AQUI e AQUI). Porém, agora, venho divulgar o seu mais novo livro, ou seja, "Quando o amor bater à sua porta", que será lançado pela editora Arqueiro, na Bienal 2016  em São Paulo. 

Eu AMEI o título e a capa  e por sinal, me encantei com os dois primeiros capítulos que a editora disponibilizou (para baixar o PDF com o degust, clique AQUI). Detalhe: o livro tem uma playlist incrível. Agora confira a sinopse e um pequeno trecho do capítulo 2. S2


Sinopse: Ele tem um passado do qual não se lembra. Ela precisa esquecer o seu. Malu Rocha é uma escritora de 29 anos independente, confiante e bem-sucedida. Mora sozinha em São José dos Pinhais, perto de Curitiba, onde mantém uma rotina regrada de pedalar todas as manhãs, escrever e, semanalmente, visitar o avô de 98 anos em uma casa de repouso. Porém sua vida toda controlada sai do eixo quando um homem bate à sua porta e se apresenta como Luiz Otávio Veronezzi, dizendo ter perdido uma reunião marcada com ela. Malu não se lembra do compromisso e sua primeira reação é dispensá-lo. Mas o belo desconhecido insiste, explicando que sofreu um acidente de carro, ficou em coma e perdeu a memória, assim como seus documentos. As únicas coisas que restaram foram um pouco de dinheiro e um papel com o nome e o endereço de Malu, o nome dele e a data da reunião. Luiz confessa que a escritora era sua última esperança para descobrir a própria identidade. O problema é que ela não tem a menor ideia de quem ele seja. Desconfiada, mas sentindo-se responsável pelo acontecido, Malu decide ajudá-lo e embarca em uma jornada para descobrir quem ele é  o que acaba trazendo à tona muitos fatos sobre si mesma, seus medos e segredos mais bem guardados, além de um passado que preferia esquecer. A bela narrativa e a trama que prende do começo ao fim nos convidam a acompanhar Malu e Luiz nessa busca que se transforma em uma história de amor de tirar o fôlego.
Uma tarefa recorrente da humanidade é poluir a cabeça uns dos outros dizendo que romances só existem em contos de fadas e que o príncipe encantado não chegará montado em um cavalo branco. Pois eu digo que sim, caras princesas, o príncipe há de chegar! Talvez o cavalo não seja branco, ou quem sabe você descubra um lado ogro em noites de lua cheia, mas os príncipes existem. E estão em algum lugar por aí, esperando para ser encontrados pela princesa por quem vale a pena se converter em um nobre cavalheiro. (Livro: Quando o amor bater à sua porta, Capítulo 2)
P.S: Agora só nos resta aguardar o lançamento 
desejar todo sucesso do mundo para a Samanta. \o/\o/\o/ 

[Texto]: O bolo só cresce se o forno estiver bem quente

O caderno de receitas de minha mãe traz os primeiros traços de minha letra cursiva que se esforçava para ser perfeita nos primeiros anos. 

Eu gostava de copiar as receitas e enfeitá-las com recortes coloridos ou desenhos infantis. Hoje, minha mãe conta com um livro de receitas que é uma relíquia, baú de afeto de sua filha mais velha. 

Ao seu lado aprendi a necessidade de untar a fôrma e pré aquecer o fogo. E por mais que quisesse experimentar a gostosura antes do tempo, aprendi que o bolo só cresce se o forno estiver bem quente. 

Assim também fui aprendendo o valor da paciência diante das demoras da vida, da necessidade de saber esperar mesmo que isso custe muito esforço. 

Pra algumas coisas não há remédio senão esperar. Algumas coisas fogem do nosso controle, do nosso domínio, da nossa condução. Assim como o bolo tem o tempo dele para ficar pronto e não há o que se fazer senão aguardar  com a porta do forno fechada!  a vida nos cobra tolerância ao tempo marcado para cada coisa. 

No Chile, esperando pelo voo marcado para as 14 horas, só conseguimos decolar às 20 horas. Alguns passageiros aguardavam pelo voo desde a manhã, e o remédio era esperar. Encontramos então formas de fazer isso: lendo, admirando as últimas fotos, jogando um game no celular, conversando… não importa, o importante era conseguir atravessar as horas até o momento certo chegar. 

O momento certo sempre traz boas surpresas, mas aprender a aproveitar o hiato entre o desejo e a concretização dos planos é essencial para se viver uma vida satisfatória. 

A vida é cheia de demoras e é preciso ter cuidado para não estragar as boas surpresas que estão por vir com nossa ânsia de chegar mais rápido. 

É preciso suportar os vazios, os silêncios, a falta de respostas. Nem tudo flui no nosso tempo, seguindo o compasso de nossas vontades, e não podemos atrapalhar o curso natural da vida com nossas urgências e impaciências. 

É preciso aprender a lidar com a ausência de sinais. É preciso tolerar o silêncio. É preciso encontrar recursos para atravessar o deserto de respostas. Todos passamos por momentos de aridez, e é assim que crescemos também. Aprendendo a ser forte quando tudo é ausência; conseguindo ser delicadeza quando tudo é solidão; e resistindo com poesia quando tudo é ventania. 

Saborear um bolo quentinho, recém saído do forno, com um café coado na hora, é me lembrar de um tempo feliz, em que ficava na cozinha ao lado de minha mãe e sentia o cheiro da massa se espalhando pela casa. Naquele tempo não havia celulares, tablets, netflix ou aplicativos, e por isso a espera pela minha fatia de bolo fumegante era tão celebrada. O tempo era nosso, e os vapores da cozinha nos contavam que a felicidade morava no instante presente, não somente naquilo que estava por vir. 

Que as esperas sejam celebradas com a mesma poesia que os pontos de partida e chegada; que o tempo transcorra sereno mesmo que os relógios demorem para acertar a hora desejada; e que a vida tenha sabor de bolo quentinho, que só ficou saboroso porque não foi tirado do forno antes do tempo… 

Por: Fabíola Simões

19 de jul. de 2016

Dezesseis, A Estrada da Morte

Ainda não conhece Dezesseis - A Estrada da Morte? Confira a opinião de quem já leu. O livro foi inspirado na canção Dezesseis da banda brasileira Legião Urbana.

(clique em cima da imagem para maior resolução)

**Para adquirir o livro, clique AQUI.

18 de jul. de 2016

10 dicas para superar o bloqueio criativo

Excelentes dicas! Mas confesso que só pratico as dicas: 2, 5 e 9 —, e geralmente é na dica 4 que tenho as melhores (e mais inspiradoras) ideias. \o Aliás, não tenho bloqueio criativo, pois sempre começo uma história já sabendo o início, meio e fim. O meu problema é saber como colocar as palavras no texto, e, por fim, sempre reescrevo o conteúdo. Ô vida! Confiram as dicas:

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Se você escreve, desenha, grava vídeos ou está envolvido com qualquer coisa que esteja relacionada com a criatividade, com certeza já se pegou naqueles momentos em que é impossível criar algo novo, o famoso bloqueio criativo que todos temem. Aqui está um post para ajudar você a superá-lo! 

 Durma. 
Não é loucura não! Descansar faz bem para o nosso cérebro e relaxar também, além disso, ao dormir podemos ter sonhos que podem nos guiar no início de uma nova obra. A lista de obras inspiradas por sonhos é longa, aqui vão alguns exemplos para vocês terem uma ideia: Crepúsculo, Frankenstein, O Médico e o Monstro, Yesterday  Paul McCartney e muitas das obras de Salvador Dali. 

 Escute música. 
As músicas estão lá em todos os momentos das nossas vidas, elas criam climas e estimulam a nossa criatividade. Ouvir música, analisar letras e até fechar os olhos para imaginar uma cena com aquela trilha sonora pode ser o início de algo de muito sucesso. 

 Desligue todos os aparelhos eletrônicos e tire um tempo para refletir. 
Celulares, tablets, televisão, computadores e variações fazem com que procrastinemos. Quanto mais tempo passamos diante desses aparelhos, mais fixados neles vamos ficar e não sobrará tempo algum para a sua criação. Desligue tudo e tire um tempo para pensar, recordar e refletir, quem sabe algo surja de sua memória ou de uma conclusão de pensamento. 

 Tome banho! 
No banho é onde temos as melhores ideias. A pessoa que disse isso não poderia estar mais certa, talvez seja a água quentinha combinada com o fato de que estamos sozinhos, não sei... Mas tomar banho é um ótimo momento para pensar e ter ideias. (Só não pode esquecer de anotar depois). 

 Leia. 
Ler é uma ótima atividade para exercitar o cérebro e se inspirar. Você pode se basear em trechos para expandir, diminuir, modificar para melhor, modificar para pior, criar coisas novas na sua própria obra (ou simplesmente fazer isso por diversão). 

 Faça rabiscos. 
Rabisque qualquer coisa onde e quando quiser. Dessa forma você pode deixar tudo fluir para um lugar sem se preocupar com perfeição ou em ser algo sólido. Assim você pode relaxar o cérebro e novas ideias podem surgir até mesmo daquele rabisco. 

 Faça uma caminhada. 
Ao fazer algum tipo de atividade física nosso corpo libera endorfina que é o hormônio da felicidade (causa a mesma sensação de comer chocolate), ela faz com que nós nos sintamos bem e assim podemos trabalhar melhor com as ideias. Além disso, fazer uma caminhada sozinho é um bom momento para pensar e organizar ideias. 

 Comece outra obra. 
Ficar muto tempo focado numa coisa só não é bom porque você descarta ideias que poderiam ser proveitosas no futuro, descanse um pouco e comece a fazer outra obra sem compromisso algum, é só para mudar um pouco de ares. 

 Pare! 
Pare de se preocupar tanto com o andamento da obra, quanto mais você pensa "tenho que criar, tenho que produzir" mais difícil vai ficar de realmente fazer. Que tal sair e tomar um sorvete? 

10  Discuta ideias com outras pessoas. 
Muitas vezes nós nos isolamos para termos nossas ideias, mas isso nem sempre é saudável. Sair e conversar sobre coisas aleatórias, discutir ideias ou falar sobre o futuro podem ser portais para um novo bestseller ou obra de arte. 

** Quais são os métodos que vocês usam para superar o bloqueio criativo? 

Via: Pandinando

Sobre a leitura...


"A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por
incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede." 
(Carlos Drummond de Andrade)

17 de jul. de 2016

[Texto]: Antes um não bem dado do que um sim mal dito

Quando uma pergunta é então emitida, e espera-se uma resposta positiva ou negativa, supõe-se: sim ou não. No entanto, na prática, a resposta recebida para esse tipo de questão parece dominada por outros opostos: sim e silêncio, sim e enrolação, sim e ilusão. Qual é o problema com o não afinal? Não faz parte da vida? Não é uma resposta válida? Supõe-se que quem tem coragem de perguntar está disposto a receber a melhor ou a pior das respostas. 

Pior que o não é um silêncio que ignora a situação, como se nunca tivesse acontecido. Pior que o não é ver sua energia ser mascada pelo outro, mantida a postura na esperança de uma resolução. Pior que o não é a ilusão do sim, diante da ausência de uma resposta negativa. Pior que o não é a atitude ambígua. Que seja um não sei, que seja honesto. Dizer não com sinceridade não é sinal de maldade. Ao contrário, é sinal de coragem e consideração com quem pede uma resposta para algo. É o simples reconhecimento do outro como ser humano, que se comunica pela linguagem, que pensa, que sente e que se mostrou disposto, deu a cara a tapa à receber uma resposta verdadeira. 

Dizer não é ser empático o suficiente para saber que tal resposta deixará o outro livre para seguir outros caminhos, para vislumbrar outras opções, outros trajetos, mesmo que seja com dor à princípio. A dor passa, a dúvida não. 

A dúvida corrói. Envenena a pessoa com esperanças, medos, desilusões, uma porção de criações imaginárias para uma lacuna em branco. Um branco de nada ou um branco de uma resposta mal dada, que não se converte em ações. O não é como a morte  se supera com o luto, segue-se em frente apesar da dor. Não há nada o que se possa fazer sobre ela. A ausência de resposta, a resposta falsa ou a resposta ambígua são como pessoas desaparecidas  há sempre esperança de ter uma notícia, de um reaparecimento, além de todas as fantasias que acompanham o pensamento sobre o que pode ter acontecido com a pessoa, sobre como ela está, sobre o que aconteceu… Pensamentos de esperança e de terror se revezam como as subidas e descidas de uma montanha russa. 

Há quem se isente dessa responsabilidade do que causa aos outros com a sua leviandade  “Não tenho culpa sobre as expectativas alheias”, dizem. Pois, realmente, não temos culpa da expectativa de ninguém, sempre que deixamos algo claro. Mas a verdade é que raramente alguém alimenta ilusões diante de uma posição firme, transparente e honesta. As expectativas geralmente acompanham uma atitude do outro, que não quer nem “pegar” nem “largar”. 

Será que para alimentar o ego com a situação de ser solicitado a responder por si a alguém? Pelo medo de parecer uma pessoa hostil? Medo de tomar uma decisão? Ou quem sabe por imaturidade? É certo, apenas, que não responder por capricho ou responder algo mal dito é uma atitude covarde. Uma atitude de quem não se assume, não sabe o que quer, e também não quer deixar que o outro saiba. Uma atitude egoísta e mesquinha, que de tão banalizada, vem semeando entre tantos por aí o medo do risco de viver, de tentar, de se entregar. Ninguém quer acabar sendo tratado como inexistente, indigno de ser respeitado em sua dúvida, em sua demanda por uma posição do outro que se colocou, de alguma forma, em seu caminho. Duvidosos envenenados acabam por se converter em não não-dizentes. 

A resistência é necessária, para não permitir-se tornar ceifador de confianças só por ter se ferido na ceifa alheia. No limite do tempo e da energia gastos com algo que não anda nem desanda, o melhor caminho, se não o único, pode ser ter que assumir o “não” do outro, negar-lhe a ceifa hesitante e executar a própria poda, dolorida, mas realizada de tal forma que novos ramos poderão crescer. Precisamos estar inteiros para seguir em frente. E então, nós negadores, encontrarmos outros negadores, que só dizem sim quando querem realmente. 

Por: Paula Peregrina 

16 de jul. de 2016

[Falando em]: O Garoto ao Lado — de Laritza Oliveira

Eu ganhei este livro em uma promoção feita pelo blog Eu Leio, e você?, administrado por duas amigas queridas: Josy Borges e Thainá Alves. S2 Aliás, eu conheci a obra tempos atrás (via facebook), e o que despertou minha atenção de imediato foi essa linda capa. Agora confira a sinopse, book trailer e resenha de "O Garoto ao Lado", obra de Laritza Oliveira, uma publicação da editora Novo Século  Selo Talentos da Literatura Brasileira


Sinopse: Apesar de seu nome, Alice não tem nenhum "País das Maravilhas" à sua volta. Não há nenhum Chapeleiro Maluco, muito menos um gato sorridente por perto. Acontecimentos do passado atormentam sua mente. Ela não pensa duas vezes em se mudar após a separação dos pais, e, em uma nova cidade, em uma nova turma, Alice encontra-se sozinha em seu último ano do Ensino Médio. Mesmo tendo parte de sua família por perto, ela se sente isolada em meio à multidão, e ninguém parece notá-la. Seus únicos companheiros são seus livros e seus escritos. Apenas as palavras acompanham Alice, pelo menos até o dia em que ela percebe que um garoto da sua turma a está observando. Fechada a qualquer tipo de relacionamento, Alice tenta fugir do interesse de qualquer um, mas vê-se intrigada pela presença do "garoto ao lado".




"Porque o amor pode estar do seu lado" 


Envolvente! 
Doce! 
Encantador!


Alice é uma garota de dezessete anos, que cursa o ensino médio e acabara de se mudar para Palmas  TO, pois seus pais se divorciaram, e cada qual foi para um canto. Desta forma, decide fixar residência onde parte de sua família vive, porém passa a morar sozinha. Ela é uma linda, esforçada e inteligente garota que vive no seu mundinho, com seus livros, filmes e músicas. Ah, ela também é uma escritora/poetisa , e assim que começa a frequentar o novo colégio, faz novas amizades, em especial com Maria, que é seu braço direito. E dentre essa (e tantas outras amizades), há um garoto que ela apelida como "antissocial", e pelo qual seu coração começa a palpitar de forma descompassada... 
Tinha também o antissocial: ele não parecia novato, mas falava pouco com os veteranos. Eu o observei durante a aula. Ele tinha a mania de balançar o pé sempre que algo o deixava nervoso ou preocupado, embora seu rosto não transparecesse emoção. Um dos momentos em que o observei ele sorriu de canto de boca, revelando um aparelho que o deixou menos estranho. Era apenas um cara normal e tímido, concluí. (Livro: O Garoto ao Lado, Pág.17)
O antissocial é Nicholas, um rapaz bem na dele, que está prestes a concluir o ensino médio. E tal como Alice, também aprecia música, literatura entre tantas outras coisas. E da mesma forma que ela, sente o seu coração palpitar de forma descompassada quando a encontra. Porém, não são os esbarrões pelos corredores do colégio que os une, mas sim um trabalho de escola em dupla que ambos terão que fazer juntos.  
Queria que como Elizabeth, estivesse errada sobre o meu Mr. Darcy. Queria que ele fosse o príncipe da Alice que jamais foi mencionado na história. Queria... queria muito mais com ele. Queria viver aquela confusão sentimental dentro de mim, mas o passado me impedia. (Livro: O Garoto ao Lado, Pág.80)
Eis que o amor acontece, com dois corações que têm segredos do passado e que, por fim, encontram acalento um no outro... Um sentimento vigente e pueril.
Eu não sou um príncipe encantado, sou apenas uma cavaleiro solitário, cheio de coisas para melhorar. Pode lidar com isso?
 Sim  sussurrei , eu posso.
(Livro: O Garoto ao Lado, Pág.119) 

Ler este livro foi como me enveredar no passado, quando enxergava a vida como Alice enxerga, e também quando ansiava por coisas que praticamente todo adolescente anseia. Afinal, quem nunca (na adolescência) não teve o coração em sinal de alerta e questionava-se sobre isso? Pois bem, essa é uma leitura de cunho juvenil, onde narrativa e diálogos giram em torno de anseios e temores, sem grandes reviravoltas ou algo do tipo. Foi uma leitura agradável, eu a concluí em questão de horas, pois é bem fruível e envolvente. Eu gostei bastante dos protagonistas  Alice e Nicholas, assim como o fundo clichê que a história carrega consigo. SIM, EU AMO CLICHÊ! E este, por sinal, é uma fofura que só. S2 Porém, tenho que dizer que senti falta de um aprofundamento na trama. Contudo, mesmo a história sendo corrida e não se aprofundando nos fatos, EU ADOREI! A autora tem uma escrita direta, algo que muito aprecio (odeio textos que enchem linguiças).

O livro é narrado em primeira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação é simples, com fontes e espaçamentos em excelentes medidas, envolta em papel pólen (o amarelinho); e sua capa é linda e atrativa, estampando o casal protagonista. Por fim, para você que curte uma leitura rápida e de cunho juvenil, eis uma boa pedida.  \o P.S: Ao investigar, descobri que a autora está escrevendo a continuação da trama, que até então leva como título "A Garota Ao Meu Lado". 


Livro: O Garoto ao Lado
Autora: Laritza Oliveira
Gênero: Ficção Juvenil  Romance
Editora: Novo Século (Selo Talentos da Literatura Brasileira)
Páginas: 160
Ano: 2015

15 de jul. de 2016

[Playlist]: Redenção — I Just Don't Know What To do With Myself

Porque Lucius desafiou Ágata dizendo: 

 Surpreenda-me! 

Banda: The White Stripes
Canção: I Just Don't Know What To do With Myself
P.S: Vídeo editado por Simone Pesci


P.S: Essa canção faz parte da playlist do meu terceiro livro, Redenção, que ainda está sendo escrito, sem previsão de conclusão e publicação. 

• Confira o primeiro capítulo, clicando AQUI.

14 de jul. de 2016

[Quote]: Entre o Céu e o Inferno, Cap.14

— Alex, seja sincera comigo... Você já amou alguma vez?  sua curiosidade era visível. 

Atônita com tal pergunta, arqueando as sobrancelhas e olhando dentro de seus olhos, respondi: 

 Amor é para tolos e fracos! 

Notei uma sombra de tristeza pairando sobre ele assim que pronunciei tais palavras. Era como se eu estivesse apunhalado seu coração. 

 Você só pode estar brincando ao dizer isso!  ele ainda ansiava por outra resposta. 

 Você perguntou e fui sincera ao responder... 

E lá estávamos nós, ambos nos fitando com compaixão, como sempre fazíamos. Eu sentia como se ele tivesse algo muito importante a dizer, porém continuou me encarando confusamente, em silêncio contínuo e com compaixão.  

 Fique aqui!  levantou-se e foi em direção da pista de dança. 

Obedeci apenas seguindo-o com o olhar, enquanto caminhava em direção à antiga e linda jukebox que ficava no canto do salão. Uma música de gosto duvidoso estava tocando ao fundo, fazendo com que todos no ambiente ficassem entediados. Ele conferiu o repertório musical que a máquina tinha a oferecer e instantes depois apertou dois botões, dando vida ao local com a linda trilha de  The Air That I Breathe  e em passos contidos e firmes voltou-se em minha direção, pegou em minha mão levantando-me da cadeira, e guiou-me até o centro da pequena pista de dança. 

Eu notei que todos os olhares pairavam sobre nós. Em especial  os de Júlia  que nos fitava com ódio. Porém, todos os olhares esvaeceram-se no ar deixando-nos na companhia apenas de nossa presença. Era como se estivéssemos a sós ao som daquela linda canção. E por algum tempo, que não sei quanto exatamente... Ficamos face a face, podendo assim sentir o ressoar de nossos corações. 

 The Hollies! Excelente escolha.  falei. 

Ele ainda segurava meu braço quando, repentinamente, puxou-me para junto de seu corpo, nos deixando tão próximos como nunca estivemos antes. Logo, entrelaçou um de seus braços em minha cintura e nos embalamos em uma entorpecente dança. Ele tocou minha face carinhosamente e seguiu sua mão em direção de meu pescoço. Era como se um anjo estivesse me tocando. Eu estava literalmente no céu! E notei que ele também se sentia assim. E sem hesitar, transpassei meus braços em seu pescoço, deixando-nos ainda mais próximos e fazendo com que nossos corpos se conhecessem de outra forma. Pude sentir seu desejo, bem acima de minha barriga. Ainda embalados pela linda canção, nossos lábios se encontraram encaixando-se perfeitamente. Beijou-me lentamente, degustando cada milímetro de minha boca e minhas pernas bambeavam ao ser beijada daquela maneira, com tanta intensidade. Eu estava prestes a desfalecer em seus braços. Nossos corpos responderam àquele desejo, que por sinal, era novidade pra mim. Eu nunca havia sentido algo como aquilo. Aquele beijo mudou minha vida. Tudo girou ao meu redor e eu senti como se estivesse flutuando sobre as nuvens. 

 O que aconteceu... Você não gostou?  perguntou assim que me afastei. 

 Me deixe em paz!  falei encarando-o confusamente. 

Atônita com tudo que acabara de acontecer... Notei que todos nos encaravam com espanto. Júlia, por sua vez, deixou transparecer ódio e dor em seu semblante. 

 Aonde você pensa que vai?  perguntou segurando um de meus braços. 

Ainda confusa, respondi: 

 Solte-me Maxwell! Eu odeio você. 

Assim que terminei de declamar meu ódio momentâneo, antes mesmo de sair em disparada para rua, pude perceber seu semblante preocupado e apavorado. Eu estava transtornada, feito uma louca, correndo pelas ruas sem ao menos conhecer direito por onde caminhava. Como ele pôde fazer aquilo comigo? Por que eu me senti daquela maneira? Seria amor? Indaguei-me aos prantos. 

Aquele era um pranto diferente. Um misto de alegria e medo. Alegria por sentir algo formidável pela pessoa que eu mais estimava no mundo... E medo, por começar a acreditar em tudo aquilo em que eu era cética  o Amor. 

(Livro: Entre o Céu e o Inferno  Cap.14)



P.S: Vídeo editado por Simone Pesci