16 de mai. de 2016

[Falando em]: In Nomine Patris (Livro 2) — de Décio Gomes

Apresento-lhes a resenha do segundo volume desta fantástica quadrilogia, um enredo sobrenatural muito bom e que me conquistou desde o primeiro instante. Aliás, agradeço o amigo de casa editorial e autor Décio Gomes por tê-lo enviado. S2 Antes de iniciar a resenha, convido a todos para conferir a resenha do primeiro livro, clicando AQUI. Depois de conferida, vem junto saber um pouco mais de "In Nomine Patris, Sanguinis Sigillum (Livro 2)", uma publicação da editora Tribo das Letras.


Sinopse: Ao receber uma carta de urgência, lacrada pelo selo da Ordem Mundial de Venatores, Jullian Bergamo é levado até Bedford, uma pequenina cidade longínqua cercada por uma vasta floresta. Lá, reencontra-se com o velho Mills, um venator aposentado que precisava de sua ajuda para conter um mal iminente: um ser encapuzado que estava a misteriosamente sequestrar crianças durante as madrugadas. Estudando a cidade e seus moradores, Jullian vê-se cercado por novos aliados, mas também por novos e perigosos inimigos. Pelas ruelas escuras e pelas entranhas da floresta surge, assim, uma trama onde nada é o que parece, e que pouco a pouco leva o jovem padre a descobrir sobre um terrível mal secular que, com a ajuda de uma poderosa feiticeira, de tudo fará para libertar-se das mais obscuras profundezas.




"Porque o sangue que liberta também pode matar..."


Instigante!
Envolvente!
Assustador!

Diferente do primeiro livro, onde a trama é narrada em meio à caça de um Mormo, um demônio necromante que faz o pandemônio em uma cidade, neste segundo livro temos o protagonista, Padre Jullian Bergamo, rumando para outra cidade, assim que recebe uma carta da Ordem Mundial de Venatores, mais especificamente do Padre Mills, que no passado foi o homem que o treinou para essa vida, onde o mesmo é destinado a caçar e eliminar demônios. Agora Jullian está em Bedford, uma cidade um pouco distante de onde reside temporariamente, adornada por muitas florestas e segredos sombrios.
Tudo dentro da construção se resumia a trevas, e não fosse a pequena lamparina, seria impossível caminhar pelo local sem esbarrar a uma das paredes. Era um lugar realmente grande, antigo e aparentemente abandonado. De fato, mais parecia um imenso túmulo frio e habitado pela mais pura escuridão. Nenhum destes fatos, porém, parecia incomodar o visitante, que ainda decidido continuou o seu caminho, escolhendo passagens provavelmente por ele já conhecidas. Seus passos ecoavam em sons aterradores, mas nada por ali parecia capaz de assustar quem quer que estivesse por debaixo do capuz. (Livro: In Nomine Patris, Sanguinis Sigillum  Pág.8)
Jullian deixa a cidadezinha de Willinghill e também o seu mais novo amigo, George, partindo ao  lado de Noah, que é um antigo morador de Bedford, o homem solicitado pelo seu antigo treinador para conduzi-lo à tal cidade e também a uma nova missão  e antes mesmo de adentrar a cidade, eles param em uma pousada para se aquecer e comer algo, acabando por conhecer Romani, uma mulher robusta e de pouca fé, vista por todos como a entregadora de leite e dona da pousada, além de ter um certo revés por Noah, algo que é recíproco. 
 O padre Mills não foi muito claro no bilhete que me enviou  Jullian continuou, apoderando-se de um pão e partindo-o ao meio.  Fico a imaginar o que possa estar acontecendo em Bedford.
 Sobre isso, fui claramente designado a não falar  Noah retrucou sem demora entre um gole e duas mastigadas.  De uma coisa, ao menos, podemos ter certeza: mesmo com essa falta de memória, o Padre Mills continua sendo um homem muito sábio, e acredito que se pediu para que eu o procurasse em terras tão distantes, sua ajuda é nada menos que muito necessária. (Livro: In Nomine Patris, Sanguinis Sigillum  Pág.23)

Agora Jullian está em seu novo e temporário lar. No entanto, ele fica confuso, pois não tem de imediato as respostas pelas quais anseia e para piorar, nota que Padre Mills está esquecendo de algumas coisas, porém, ainda se lembra de tantas outras, algo que o deixa com a pulga atrás da orelha. Assim, passa a fazer sua investigação em torno de algumas crianças que sumiram... Ele se coloca dentro de uma assombrosa e terrível floresta, onde acontecem coisas assustadoras que o deixa ainda mais intrigado, destinando-o para um saber certeiro, correndo riscos e descobrindo outras tantas coisas assustadoramente absurdas.
Pouco mais de meio minuto passou-se no desenrolar daquela incomum cena, e repentinamente, para uma esmagadora e inesperada surpresa, Jullian viu a porta da casa abrir-se, e por ela passar de maneira fantasmagórica uma criança loira: uma menina sonolenta vestida em sua comprida camisola de dormir. O fôlego do padre foi então completamente capturado pela sua inevitável descoberta:  era mais um dos sequestros de jovens meninas que estava a acontecer ali, exatamente abaixo do seu olhar que a tudo assistia, enquanto ainda refletia a luz prateada das estrelas. (Livro: In Nomine Patris, Sanguinis Sigillum  Pág.50)
Desta forma, Jullian se vê de frente com Irvini Aurish, uma figura fantasmagórica e sedenta para libertar um espírito aprisionado há mais de 100 anos. Agora restrinjo os meus comentários para não soltar spoilers.

Antes de me enviar o exemplar, o autor havia dito em mensagem particular que eu sentiria a diferença e grandiosidade tanto na trama como no texto, o que de fato aconteceu. Diferente do primeiro livro que é mais dinâmico em fatos e com uma linguagem mais simples, sem tantas formalidades, este volume 2 carrega consigo mais narrativa detalhada e formal do que diálogos, algo que ao menos para mim, veja bem, é uma opinião particular, me fez gostar mais da forma como a trama foi narrada e conduzida no livro 1, pois tenho sérios problemas com textos detalhados, nada que desabone a grandiosidade que este segundo volume leva consigo, especialmente para amantes de uma leitura bem escrita, instigante, sem pontas soltas e detalhada. 

Aos poucos me vi envolvida, tentando, assim como o meu amado Padre Jullian (P.S: AMO ELE!), desvendar os segredos sombrios que tal cidadezinha carregava, ora assustando-me, ora surpreendendo-me, pois SIM, o Décio sabe como ninguém amarrar uma trama, sempre com um "que" de terror ao fundo, o que foi provado nos capítulos finais, que me deixou  ansiando por mais, não desgrudando os olhos das páginas, ficando surpresa com alguns fatos e me comovendo com outros. E mais uma vez apaixonei-me pela garra e compaixão de Jullian, assim como fiquei feliz de ver que mais ao final, George, personagem que tem grande importância no livro 1 e grande amigo de Jullian, reaparece na trama, pois até então ele havia aparecido só nos capítulos iniciais. Também amei os novos personagens, do bem e do mal, pois assim como todo conteúdo foram bem construídos e envolventes. Trata-se de uma trama que é conduzida aos poucos, em doses homeopáticas, onde toda a questão é revelada ao final, com uma dose exata de terror e cenas de perder o fôlego. Se eu gostei? SIM, EU GOSTEI e agora, mais do que nunca, aguardo o livro 3. \o

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa mais detalhada e formal e diálogos de fácil compreensão; sua diagramação é singela e bonita, levando em cada início de capítulo imagens que condiz com o mesmo, adornada em papel pólen (o amarelinho), com espaçamentos e fontes em excelente medida; sua capa é linda, seguindo o padrão do primeiro volume, estampando o meu amado Padre Jullian em mais uma batalhada contra o mal. Por fim, para você que curte uma excelente série com conteúdo de arrepiar os cabelos, do gênero sobrenatural e adornada por suspense/terror, eis uma fantástica pedida. 



Livro: In Nomine Patris, Sanguinis Sigillum (Livro 2)
Autor: Décio Gomes
Gênero: Sobrenatural
Editora: Tribo das Letras
Páginas: 254
Ano: 2015

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