21 de ago. de 2018

"Não quero enlouquecer..."

É até razoável controlar essa loucura que me habita, embora as obsessões, compulsões, mecanismos de fuga e, principalmente a sensação de ser uma fraude itinerante dominem os instantes. Mesmo assim, é manipulável, já que as testemunhas não adentram meu íntimo de enganos. 

Já se sentiu dentro de uma sacola planando e recomeçando todos os dias? Já se sentiu tão instável quanto um brinquedo montado com peças de Lego nas mãos de uma criança de 3 anos? 

Que medo de descarrilhar, que medo de me desfazer! 

Enquanto reconheço que tamanho desconcerto pode se transformar em camadas variáveis de loucura, a vida passa por mim e finjo consertar uma coisinha ou outra. 

Mas será que minha lucidez traria algum benefício ao mundo que me costeia? Não seriam necessários alguns golpes de maluquice para delinear destinos mais inteiros? 

Não sou uma bola de canhão, não estou em chamas, minhas asas estão na oficina e não sei se reaprenderei a voar. 

Então vou a pé, caminhando com bem pouca pressa, pois mesmo que demore um tanto, é certo que irei chegar. 

[Texto via]: Papo de Fran

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