Fui ao mercado hoje pela manhã e fiquei espantado com o preço do bom dia. Faz um tempo que tenho notado a sua escassez e, por sinal, ouvi na rádio dia desses que há uma procura bem maior do que a atual produção mundial, alavancando o índice da má educação. Não sabia; porém, que o impacto seria tão grande para o consumidor final.
Percebi também uma grande alta nos preços dos obrigados. Conversando com o gentil rapaz que cuida dessa seção, ele explicou que grandes intempéries de orgulho têm atingido as mudas de gratidão, influenciando diretamente nas baixas safras dos últimos tempos. Com isso, a maioria das pessoas está optando por deixar de lado o seu uso.
Além dos altos preços dos produtos acima, verifiquei a falta nas prateleiras do como vai original. E olha que tenho procurado faz tempo. Em contrapartida, constatei o aumento de algumas marcas similares, com um preço até inferior, mas são daqueles como vai que não esperam resposta sincera, que só aceitam um tudo bem, já que o interesse é falsificado. Pior, esses como vai apresentam na sua casca uma cara de tédio quando a resposta é um desabafo sincero. Para aumentar as vendas, alguns deles vêm até com promoção: Na compra de um como vai similar, você ganha um abraço com nojo, um tapinha nas costas e um "assim mesmo é a vida, fazer o quê?"
Só que prefiro o como vai original, aquele com abraço apertado, sem tapinhas. Ele vem de fábrica com olho no olho, com um sorriso cordial, acompanha também um ouvido atento e, mesmo que a boca nada diga, os olhos tagarelam frases de carinho, de atenção e de empatia. Infelizmente, como dito, está difícil encontrá-lo por aí.
Até procurei conversar com a dona do mercado sobre a falta de tais produtos. Ela falou dos tempos, da correria, dos problemas, da tecnologia e um monte de coisas mais. Agradeci a sua explicação, mesmo que consternado. Daí fui ao caixa, passei minhas compras, gastei ali mesmo mais um bom dia e mais um obrigado e paguei com um sorriso.
[Texto de]: José Escrevente
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