21 de abr. de 2017

[Falando em]: O Menino do Metrô — de D. A. Potens


Eu baixei esse conto gratuitamente em formato digital, pois tudo nele chamou minha atenção. Eis que me deparo com um conto permeado em sentimentos adversos, além de muito intenso, algo que curti bastante. o/ Confira a sinopse e o meu breve parecer de “O Menino do Metrô”, um conto de Danilo Almeida  pseudônimo D. A. Potens , uma publicação digital e independente. 



Sinopse: Em quais lugares podemos encontrar uma paixão e aproveitar os prazeres do corpo? Em esquinas, açougues, baladas, faculdades ou escolas? Daniel, feliz ou infelizmente, encontrou a sua no metrô da Linha Vermelha de São Paulo. A partir desse encontro, ele sonhou com um sentimento arrebatador de desejo, apesar de estar conturbado pela depressão e por pensamentos destrutivos. Ele então tentará decifrar o garoto misterioso e tentador com quem trocou carícias no aperto do vagão. Entretanto, quando estamos à procura de um provável amor, há males dos quais não podemos fugir, e Daniel descobrirá isso da pior maneira. 


À   procura de amor, há males dos quais não podemos fugir...” 








Um conto intenso! 

Daniel Arantes mora na Zona Leste de São Paulo e tem vinte e dois anos. Ele é um rapaz acima do peso, o que muito lhe incomoda, e aceitou-se — de forma restrita — homossexual na adolescência. Por algum tempo, envolveu-se com algumas garotas, tentando convencer a si e aos outros sobre sua inexistente heterossexualidade. 
Os anos foram varridos sem esperanças. Eu cresci e me rebelei contra mim mesmo. Entrei na academia, tentei ficar forte e passei a navegar nos aplicativos de paquera gay a fim de movimentar minha vida. Consegui? Sim. Até então eu não conseguia transar com ninguém, mas esporadicamente um ou outro me aceitava e, assim, eu vagava na esperança de ter algo ou alguém. Usei e me deixei usar, mas quanto mais eu fazia isso, menos percebia que um buraco estava se abrindo dentro de mim... E há buracos que não podem ser fechados sem que uma parte de nós morra. (Conto: O Menino do Metrô, Cap.1) 
Ele queria ser aceito e sentir-se atrativo, além de viver um grande amor, algo que não aconteceu. Desta forma, passou a viver sua sexualidade — digamos assim — virtualmente, sentindo-se insatisfeito. E num dia qualquer, ao enfrentar mais uma maratona de metrô para o trabalho, no meio de toda aglomeração urbana, se vê envolvido por carícias de um outro rapaz. 
Eu via o meu corpo e praguejava. Será que Deus era tão maligno a ponto de me dar algo demonizado? Talvez aquele rapaz só me acariciasse por causa da libido. Sabe por que digo isso? A maioria só queria transar, gozar e ir embora. Faziam-se de simpáticos, gostavam de tudo na cama, mas depois desapareciam! (Conto: O Menino do Metrô, Cap.3) 
Daniel teve três tentativas de namoro, porém foi traído por todos em menos de um mês. E ao reencontrar o menino do metrô, tenta se aproximar. No entanto, leva um fora. 
Meus sonhos seriam enterrados; meus objetivos, condenados. Mas se isso apaziguasse o caos que crescia dentro de mim, era melhor que eu partisse. (Conto: O Menino do Metrô, Cap.6) 
Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers

Esse conto foi uma belíssima surpresa, pois retrata a sexualidade e suas vertentes de forma verossímil. Eu, particularmente, me surpreendi. Apesar de ser um conto, é muito intenso e me fez querer ler mais. O autor dissertou o cotidiano de um rapaz que anseia em ser amado  e, ao mesmo tempo, subjuga-se de todas as formas. Eu consegui sentir o protagonista em grandeza e verdade, e senti vontade de acalentá-lo, elucidando-o sobre alguns pontos, afinal, devemos encarar as tribulações da vida, mesmo sendo elas aterrorizantes. EMPATIA! Eis a fórmula para sobreviver a essa selva de pedra que é a vida. 

A história é narrada em primeira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação está boa, no padrão digital; e a capa estampa O Menino do Metrô, condizendo com o conto. Por fim, para quem gosta de uma leitura rápida e tocante, eis essa excelente pedida. 



Conto: O Menino do Metrô 
Autor: D. A. Pontes 
Gênero: Drama / LGBT
Publicação Independente  Formato Digital 
Ano: 2017 
Páginas: 22

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