"Diariamente, costuro uma rede,
Ela não é feita de substância palpável,
Não possuem fibras ou linhas de algodão,
Ela é morada de desejos e lamentos,
É domicílio das esperanças e enigmas,
Com ela, cubro o tempo e o espaço,
A desejar que durmam como crianças,
E a almejar deles qualquer afeto,
Mas não sou eu que costuro a rede,
É ela mesma que se costura em mim,
Envolvendo-me com as suas malhas,
Fazendo-me fluir lirismo,
Induzindo-me a cantar o sol,
E delegando-me a matéria
Do que é invisível."
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