13 de set. de 2017

Rede de Sonhos — por Fábio Pacheco


"Diariamente, costuro uma rede, 
Ela não é feita de substância palpável, 
Não possuem fibras ou linhas de algodão, 
Ela é morada de desejos e lamentos, 
É domicílio das esperanças e enigmas, 
Com ela, cubro o tempo e o espaço, 
A desejar que durmam como crianças, 
E a almejar deles qualquer afeto, 
Mas não sou eu que costuro a rede, 
É ela mesma que se costura em mim, 
Envolvendo-me com as suas malhas, 
Fazendo-me fluir lirismo, 
Induzindo-me a cantar o sol, 
E delegando-me a matéria 
Do que é invisível."

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