Ser feliz ou triste para ela era indiferente. O fracasso de seus livros — recusado por editoras e engavetados por anos — não teria lhe feito mais ou menos desmotivada. Existia nela uma razão infinitamente maior do que o reles desejo de ser apreciada. Não escrevia por ideologia, nem para ser julgada pelos punitivos olhares dos críticos literários. Não fazia cobiçando as variadas tentações da fama, nem por algum tipo de vaidade enrustida. Escrevia por urgência, por uma necessidade quase que vital de manter-se lúcida. Fazia para afugentar as amarguras, para exorcizar velhos fantasmas. As letras vigoravam além de toda manifestação compreensível das palavras. Tornavam-se a única sobriedade remanescente da sua introspecção doentia." (Livro: O Segredo de Clarice Lispector, Cap.1)
1 de set. de 2017
[Quote do livro]: O Segredo de Clarice Lispector — de Marcus Deminco
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