
Nasci assim, com umas células extras de intensidade no corpo. Sou oito ou oitenta, tudo ou nada, agora ou nunca. Se eu amo alguém, é dilaceradamente, com todo o meu coração. Mas se odeio alguém, é na mesma intensidade e fica estampado na cara a minha falta de simpatia. Quando eu estou feliz, é exageradamente, não consigo nem conter o sorriso que fica preso de orelha a orelha, mas se estou triste é com o mesmo exagero e aí eu choro como se o mundo fosse se desfazer.
Eu sou tempestade, terremoto, furacão, então não me peça pra ser calmaria, garoa, sol de fim de tarde, porque eu não vou conseguir. Não aprendi a ser meio termo. Mais ou menos. Café com leite. Não consigo sentir nada em conta gotas, sabe? De pouquinho em pouquinho. Se eu sinto, é sempre muito, sempre grande. Não me pede pra engolir o que quer sair de mim, nem pra ignorar o que eu sou. Não me peça pra ser menos, porque eu só sei ser mais. Sou mais alma e coração do que corpo, e mesmo que muita gente não entenda isso, eu gosto de ser assim.
É claro que viver transbordando o tempo todo tem o seu lado ruim. Às vezes a gente se machuca feio, quebramos a cara com tudo no chão, às vezes sangra um bocado dentro da gente e demora um tempão pra estancar. Às vezes a gente dá tudo o que tem e mais um pouco, porque não conseguimos fazer absolutamente nada pela metade, e não recebemos na mesma proporção. E aí parece que a dor dobra, se multiplica, aumenta. Mas sabe o lado bom disso? É que apesar de ser horrível no começo, quando passa, não sobra nada. Fica vazio, sem nenhuma marca, nenhuma cicatriz. Porque ser intenso é isso.
Ser intenso é ter coragem de cair de cabeça mesmo sem ter certeza se lá embaixo vai ter alguém para nos apoiar. É ter pressa pra fazer dar certo e, vez ou outra, se dar conta de que o certo era o errado. É viver com frio na barriga, como se fosse sempre a primeira vez de tudo. É incendiar, pegar fogo, causar estragos. É não ter medo de gritar, de arriscar, de tentar. É não ter medo de viver. E fazer isso como se o mundo fosse acabar amanhã, afinal, hoje pode mesmo ser o nosso último dia, então que tenha muito drama, muita frescura, muita tentativa de chamar atenção. E que a gente chame!
Eu quero ir embora com a certeza de que eu fiz tudo o que eu podia, de que eu tentei tudo, de que eu lutei por tudo e, principalmente, que aproveitei tudo. Mesmo que esse tudo, em alguns momentos, seja triste e solitário. Dizem que o meu problema é que sou intensa demais, exagerada demais, mas quer saber? Melhor ser assim, do que ser oca e sem graça.
[Por]: Gabriela Freitas
[Via]: ASTROBR
Não sei se consigo ser "intensa" assim ahahahahaha
ResponderExcluirBjs
Re, aquariano é PHODA! rs
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