Naquela tarde fiquei por horas admirando a estupenda imensidão. Por vezes permaneci imaginando o motivo de ainda não fazer parte dela. E num lampejo de não-lucidez, quando estava a mercê da minha loucura, me transportei em pensamentos. Foi quando me vi dentro de um céu particular, onde não havia sinos e anjos. Aquele era um "céu de rock", onde os meus ídolos, aqueles que ainda impulsionavam o meu coração, me convidaram à juntar-se a Eles.
Apesar de feliz e honrada pela oportunidade, senti um desconforto. Mas envolta numa coragem que estava adormecida, sentei-me ao lado Deles. E por pouco não sucumbi. Eles, por outro lado, conseguiram sentir o meu nervosismo, e ficaram tão nervosos quanto eu. Nos observamos por minutos a fio, numa análise intensa. E depois de um profundo silêncio, Renato falou:
— É a verdade o que assombra, o descaso que condena, a estupidez o que destrói. — Fiquei embasbacada com suas palavras, mas, no fundo, sabia que elas faziam sentido.
A verdade sempre me assombrava, levando-me ao descaso que me condenava a tomar atitudes estúpidas e destruidoras. Mas alguns resultados não era de todo mal e, sem hesitar, quebrei o desconforto.
— Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar, ou que os seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém... — rebati com parte de uma de suas letras.
A verdade sempre me assombrava, levando-me ao descaso que me condenava a tomar atitudes estúpidas e destruidoras. Mas alguns resultados não era de todo mal e, sem hesitar, quebrei o desconforto.
— Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar, ou que os seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém... — rebati com parte de uma de suas letras.
Ele encarou-me de forma intensa, deixando-me desconcertada. Por um instante pensei que Renato replicaria, contudo ele apenas aproximou-se e beijou-me com carinho na testa.
— Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu — disse ele, voltando a sentar-se no lugar de antes.
Compreendi a mensagem e me senti em paz.
Apesar da minha estranha e obscura particularidade, eu sabia amar.
Continuei ao lado Deles, ainda insegura.
E antes de dizer algo, ouvi outra voz conhecida.
— Acho que ser natural e sincero é o que realmente importa — disse Fred, esboçando um sorriso carregado de sinceridade.
E novamente senti-me em paz.
Apesar de estar envolta em tormentos, ainda prezava por sinceridade e naturalidade.
E sem medir as palavras, fitei seus intensos olhos.
— É tão real esse sentimento de faz de conta. We are the champions, my friends — exprimi, encarando -o.
Todos sorriram, como se compreendessem a minha resposta. Por um ínfimo e mágico instante continuamos em silêncio, apenas nos observando.
— Cry baby, cry baby... — Janis disse, aproximando-se.
Eu caí em pranto profundo.
E por tempo indeterminado chorei o refrão da sua canção.
Notei que todos me encararam com preocupação, foi quando Kurt se aproximou e sentou-se ao meu lado. Ele segurou a minha mão direita e ergueu o meu queixo, fazendo com que nossos olhos se encontrassem.
— A cada dia todos nós passamos pelo céu e pelo inferno! — Beijou-me no rosto com carinho e afastou-se.
Até que eu me despedisse, continuou a me observar.
Fiquei por mais alguns minutos ao lado Deles.
Eu não queria voltar, mas sabia que por lá não poderia continuar.
E com o coração já saudoso, abracei a todos de uma só vez e me despedi dizendo:
— Obrigada! Paz, Amor e Empatia!
[Texto de]: Simone Pesci
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