31 de out. de 2016

O AMOR TEM UM LIMITE QUE SE CHAMA DIGNIDADE

amor sempre terá um limite: a dignidade. Porque o respeito que cada um de nós temos por nós mesmos tem um preço muito alto e jamais irá aceitar cortes para saciar um amor que não é suficiente, que machuca e nos deixa vulneráveis. 

Dizia Pablo Neruda que o amor é curto e o esquecimento é muito longo. Mas no entremeio sempre há aquela “luz de vagalume” que se acende de forma natural nas noites escuras para nos indicar onde é o limite, para nos lembrar que é melhor um esquecimento longo do que uma grande tormenta na qual acabamos vendendo a nossa dignidade. 
Às vezes o melhor remédio é esquecer o que se sente para recordar o que valemos. Porque a dignidade não deve ser perdida por ninguém, porque o amor não se roga nem se suplica, e embora nunca se deva perder um amor por orgulho, também não se deve perder a dignidade por amor. 
Acredite ou não, a dignidade é esse elo frágil e delicado que tantas vezes comprometemos, que pode romper e desfazer as ligações dos nossos relacionamentos amorosos. Há muitas ocasiões em que cruzamos essa fronteira sem querer até nos deixarmos levar por alguns extremos nos quais nossos limites morais tornam-se fracos, pensamos que por amor tudo vale a pena e que qualquer renúncia é pouca. 

Porque o amor e a dignidade são duas correntes em um oceano convulso, no qual até mesmo o marinheiro mais experiente pode perder o rumo. 

O orgulho e a dignidade do amor próprio

Muitas pessoas costumam dizer que o ego alimenta o orgulho e o espírito alimenta a dignidade. De qualquer forma, estas duas dimensões psicológicas são duas habitantes cotidianas das complexas ilhas de relacionamentos amorosos, que às vezes costumam ser confundidas. 

O orgulho, por exemplo, é um inimigo bem conhecido que costuma ser associado ao amor próprio. No entanto, ele vai um passo além, pois o orgulho é um arquiteto especializado em levantar muros e cercas nos nossos relacionamentos, em decorar cada detalhe com arrogância e em encontrar o vitimismo em cada palavra. Apesar de todos estes atos destrutivos, o que realmente está mascarado é uma baixa autoestima. 

Enquanto isso, a dignidade é justamente o contrário. Ela age o tempo todo a ouvir a voz do nosso “eu” para fortalecer o ser humano mais belo, o respeito por nós mesmos sem esquecer o respeito pelos outros. Aqui o conceito do amor próprio adquire o seu pleno significado, pois se alimenta dele para se proteger sem prejudicar os outros: sem causar efeitos “colaterais”, mas validando em todos os momentos a própria autoestima. 

A dignidade tem um preço muito alto

A dignidade não se vende, nem se perde nem se presenteia. Porque uma derrota a tempo sempre será mais digna do que uma vitória se conseguirmos sair “inteiros” dessa batalha, com o queixo erguido, o coração inteiro e uma tristeza que vai acabar renovando as esperanças. 
As pessoas costumam pensar que não há nada pior do que ser abandonado por alguém que amamos. Não é verdade, o mais destrutivo é se perder amando quem não nos ama. 
No amor saudável e digno não se encaixam martírios ou renúncias, aquelas em que dizemos que vale tudo só para estarmos ao lado do ser amado. Não adianta nos posicionamos à sua sombra, onde já não irão mais restar dias ensolarados para o nosso coração nem estímulos para as nossas esperanças. 

Por isso, e para evitar cair nestas correntes emocionais convulsivas, vale a pena refletir sobre as seguintes questões, que sem dúvida podem nos ajudar: 

✔  Nos relacionamentos amorosos os sacrifícios têm limites. Não somos obrigados a responder a todos os problemas do nosso parceiro/a, a oferecer ar sempre que ele/a quiser respirar, nem a apagar a nossa luz para que a dele/a brilhe. Lembre-se de onde está o verdadeiro limite: na sua dignidade. 

✔  O amorse sente, se toca e se cria todos os dias. Se não percebermos nada disto, pedir não vai adiantar nada, assim como não adianta esperarmos sentados que aconteça um milagre que não tem sentido. Assumir que já não somos amados é um ato de valentia que vai evitar que fiquemos à deriva em situações delicadas e destrutivas. 

✔  O amor jamais deverá ser cego. Por muito que se defenda esta ideia, é necessário lembrar que sempre será melhor se oferecer a alguém com os olhos bem abertos, o coração entusiasmado e com a dignidade muito alta. Só então seremos autênticos arquitetos destas relações dignas que valem a pena, onde pode-se respeitar e ser respeitado, criar todos os dias um ambiente saudável onde nem “tudo vale”, sem jogos de poder nem sacrifícios irracionais. 

A dignidade é e será sempre o reconhecimento de que somos merecedores de coisas melhores, porque sempre será melhor uma solidão digna do que uma vida de carências, do que relacionamentos incompletos que nos fazem acreditar que somos atores secundários no teatro da nossa existência. Não permita isso, não perca a sua dignidade por ninguém.

Texto via: O Segredo

27 de out. de 2016

Receita da minha dieta — por Fernanda Estellita

✔  Diminuir o carboidrato e a expectativa em relação as pessoas;
✔ Reeducar minha alimentação e meu coração a amar apenas pessoas merecedoras e verdadeiras; 
✔ Me afastar de alimentos gordurosos e de pessoas que só se aproximam de mim em próprio benefício;
✔ Comer muitas frutas coloridas e me alimentar da energia de pessoas boas de coração, índole, caráter e com a aura lilás;
✔ Fazer exercícios físicos e queimar calorias dando gargalhadas com pessoas que me coloquem pra cima me olhando nos olhos;
✔ Secar as gorduras e empanturrar o coração com a doçura das crianças; malhar o corpo e exercitar o cérebro com o suor do meu trabalho; 
✔  Eliminar as toxinas e desintoxicar todo sentimento ruim que faça com que minha alma não evolua; 


"Quem cuida de si, do corpo, da alma e 
do coração, fica pertinho do céu" 

Por: Fernanda Estellita
Via facebook: Omeletras

24 de out. de 2016

Juventude Transviada — Dezesseis, A Estrada da Morte

Acabei de assistir (novamente) "Juventude Transviada", um filme de 1955, onde o protagonista é ninguém menos que James DeanA propósito, quando comecei a escrever Dezesseis, sempre imaginei o Johnny como o personagem Jim Stark, interpretado pelo Dean. No entanto, sempre ansiei em apresentar uma pitada de Jim e também um pouco mais de impulsividade, é claro que tudo encaixando-se com a letra da canção Dezesseis, da banda Legião Urbana

Muitos não compreenderam a simplicidade da narrativa/diálogos, ou seja, o contexto geral, e tantos outros criticaram a forma do Johnny ser. Porém, foi sempre assim que o imaginei, e não poderia criá-lo de forma diferente. João Roberto é um garoto impulsivo (quase sempre egoísta), e principalmente apaixonado. É isso!  Agradeço a todos que separaram um tempo para/com a leitura. Espero, de alguma forma, ter tocado vossos corações.



(...) e os motores saíram ligados a mil, pra estrada da morte, 
e aquele foi o maior pega que existiu...

Abraços literários,
Simone Pesci

Quando Lucifer pede uma ajudinha ao Pai...

série Lucifer passou a ser uma das minhas queridinhas, e diferente do que eu imaginava ser, trata-se de um enredo onde O Príncipe das Trevas resolve tirar férias, e entretendo-se na Terra, se envolve em diversas investigações, sempre ao lado da policial Chloe, por quem sente atração. E falando nisso, resolvi postar uma das cenas que eu mais amo, do último capítulo da primeira temporada. Aliás, Lucifer sente-se surpreso, ao retornar para o lar e constatar que alguém fugiu do Inferno. Vem junto conferir:


P.S: Vídeo legendado por Simone Pesci

**Sobre a saudade que aperta...

Foram 16 anos ao seu lado! Agora são 9 meses sem você. A propósito, e essa saudade louca que não passa, hein, Bob? Seu último suspiro foi dia 24/01/16 (...) mas eu ainda consigo te sentir. S2


22 de out. de 2016

[Falando em]: Quando o amor bater à sua porta — de Samanta Holtz

novamente trago a resenha de um livro da Samanta Holtz, que tornou-se uma das romancistas Made In Brasil que mais amo. S2 Antes de tudo, agradeço a moréca Fernanda Braga, pois foi ela que me presenteou com essa lindeza de obra. A propósito, este é o novo livro da autora, agora publicado por uma grande casa editorial. Confiram a sinopse e resenha de "Quando o amor bater à sua porta", uma publicação da editora Arqueiro


Sinopse: Ele tem um passado do qual não se lembra. Ela precisa esquecer o seu. Malu Rocha é uma escritora de 29 anos independente, confiante e bem-sucedida. Mora sozinha em São José dos Pinhais, perto de Curitiba, onde mantém uma rotina regrada de pedalar todas as manhãs, escrever e, semanalmente, visitar o avô de 98 anos em uma casa de repouso. Porém sua vida toda controlada sai do eixo quando um homem bate à sua porta e se apresenta como Luiz Otávio Veronezzi, dizendo ter perdido uma reunião marcada com ela. Malu não se lembra do compromisso e sua primeira reação é dispensá-lo. Mas o belo desconhecido insiste, explicando que sofreu um acidente de carro, ficou em coma e perdeu a memória, assim como seus documentos. As únicas coisas que restaram foram um pouco de dinheiro e um papel com o nome e o endereço de Malu, o nome dele e a data da reunião. Luiz confessa que a escritora era sua última esperança para descobrir a própria identidade. O problema é que ela não tem a menor ideia de quem ele seja. Desconfiada, mas sentindo-se responsável pelo acontecido, Malu decide ajudá-lo e embarca em uma jornada para descobrir quem ele é  o que acaba trazendo à tona muitos fatos sobre si mesma, seus medos e segredos mais bem guardados, além de um passado que preferia esquecer. A bela narrativa e a trama que prende do começo ao fim nos convidam a acompanhar Malu e Luiz nessa busca que se transforma em uma história de amor de tirar o fôlego.

 "Porque até mesmo numa realidade alternativa... há de se encontrar o amor"






Envolvente! 
Instigante! 
Apaixonante!

Malu Rocha é uma escritora de 29 anos. Moradora de São José dos Pinhais, é uma mulher independente e bem-sucedida, já escreveu sete enredos, todos romances ovacionados, e apesar de colocar tamanho sentimento em páginas, ela teme o amor. E numa manhã, quando está sendo entrevistada, é questionada sobre o significado do amor, o que a deixa em pânico. Ela não responde a pergunta, afinal, o que dizer sobre tal sentimento quando se foge dele?
 Desculpe, mas não vejo  o sentido dessa pergunta.
 O sentido?  A jornalista diante dela arqueou as finas sobrancelhas.  Você foi eleita a melhor romancista brasileira do ano. Seus livros são apontados como os próximos clássicos literários do país. Acredito que os leitores adorariam conhecer a visão de Malu Rocha a respeito do sentimento sempre presente nas suas obras... (Livro: Quando o amor bater à sua porta, Pág.11)

E sentindo-se acuada por tal pergunta, sai da entrevista um tanto irritada, espantando a todos, inclusive sua assessora doidinha de 22 anos, chamada Rebeca. Aliás, ela é fã de Malu, e a pedido do tio/diretor editorial, ganha um contrato de meses para assessorar sua ídola. Malu, por sua vez, apesar de sentir afeição pela garota, anseia que o contrato se finalize. Enquanto Rebeca, apesar de um tanto atrapalhada, em pequenos gestos, mostra o quão disposta está para continuar assessorando-a. A escritora é fã de uma coluna semanal de jornal, onde é assinada pelo pseudônimo: Doutor Love. E apesar de temer o amor, sempre leva em consideração as palavras escritas naquela coluna que tanto gosta. Malu também tem o costume de pedalar, além de semanalmente visitar o avô (Seu Ignácio), em uma casa de repouso.

Malu está escrevendo o seu mais novo romance, que é aguardado por todos. Porém, não querendo dar um final clichê para a trama, coloca na cabeça que tem que criar um outro final para os personagens protagonistas: Ana Clara e Luiz Otávio, o que fatalmente fugirá do clichê que todos conhecem. O editor não gosta da ideia, e a obriga escrever um novo final para a história. Em dúvidas de como concluir o final da trama, se vê perdida. E, num dia qualquer (onde está aflita), bate à sua porta um estranho... Tal sujeito se apresenta como Luiz Otávio, ou seja, um homem com o mesmo nome do personagem que ela está escrevendo. Seria isso coincidência ou uma mãozinha do destino?
Abriu a porta com rapidez e, sem paciência para as repetidas trapalhadas da garota, abriu a boca para iniciar um sermão. No entanto, a frase morreu na garganta quando percebeu que não era o pequeno rosto sardento que a aguardava ali; em seu lugar havia um rosto comprido com a barba apontando no queixo quadrado, sobre uma estrutura de quase dois metros de altura. Um expressivo par de olhos castanhos a estudou com curiosidade antes dos lábios estreitos se abrirem para dar passagem a uma voz firme e atraente:
 Boa tarde. Meu nome é Luiz Otávio. Eu gostaria de falar com a Malu. (Livro: Quando o amor bater à sua porta, Pág.35)

A escritora fica embasbacada, além de preocupada. Contudo, ainda em dúvida, resolve ajudar o estranho: Luiz Otávio sofrera um acidente onde perdeu a memória, e a única coisa que encontrou e que poderia apontar alguma direção, foi um pedaço de papel com o nome de Malu. Desta forma, assim que saiu do hospital, ele a procurou. E ela, sem hesitar, o socorre dando-lhe alguns afazeres em sua casa, que precisa de reparos, além de ajudá-lo a encontrar suas origens. Em troca, Luiz Otávio a ampara, auxiliando-a em como encontrar o final perfeito para a sua história. E o inevitável acontece... Ambos se atraem, e, por fim, se envolvem...
 Que cicatrizes você esconde aí dentro, que não deixa ninguém ver?
O sussurro foi respondido pelo silêncio, e ele sabia que a resposta seria suficiente para contar seus segredos mais profundos. E um dia, quem sabe, ele se lembraria dos seus próprios. Quando isso acontecesse, sabia que Malu era alguém com quem adoraria dividi-los. (Livro: Quando o amor bater à sua porta, Pág.173)

E juntos, numa realidade particular (além de alternativa), vivem uma linda história de descobertas e amor. Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers.

Resenhar um escrito da Samanta é uma experiência sem igual, pois sou fã de carteirinha. \o A autora tem o dom de encantar com palavras, e com este livro não foi diferente... A história é leve e cativante, adornada de coração e com uma narrativa um tanto poética, algo que muito aprecio. Com "Quando o amor bater à sua porta" senti-me na pele da protagonista, pois a personagem foi escrita de forma tão real, que concluí que os medos e anseios dela eram os mesmos que os meus: anseios de uma mulher/escritora. Creio que esses mesmos medos e anseios são diariamente vivenciados pela Samanta, pois só quem vivencia consegue transpor em palavras de tal forma. 

Eu me senti a própria Malu, além de querer ter um avô como o Seu Ignácio. Ademais, tive vontade de ter uma assistente como Rebeca (me diverti muito com essa doidinha), e claro, estou sonhando até agora com o Luiz Otávio batendo à minha porta. Além de todos personagens muito bem desenvolvidos, o enredo se parece com um delicioso conto de fadas dos dias atuais. O tempo todo fiquei imaginando-o como um filme, mas isso não é novidade, pois tudo que leio da autora é assim. Me vi agoniada com os medos e anseios da Malu, assim como fiquei deveras curiosa em saber o desfecho da relação que, em doses homeopáticas, tornou-se um sentimento vigente. Tive vontade de dar alguns chacoalhões na Malu, mas, de certa forma, eu a compreendi. E ao decorrer da trama, as coisas foram sendo reveladas, mostrando o porquê de tudo. A propósito, à um ponto muito importante do enredo que, logo de cara, consegui captar. Porém, ainda assim, fiquei enternecida com a doçura de tal revelação. Vocês querem saber se gostei? NÃO!  EU NÃO GOSTEI... EU AMEI! E como de praxe, afirmo: — Eu leio até mesmo a lista de compras da Samanta. \o

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; sua diagramação é com letras e espaçamentos em excelente tamanho/medida, adornada em papel pólen (o amarelinho), além de pequenos detalhes artísticos; e sua capa é linda de viver, estampando uma porta (a porta de Malu) e algumas rosas... Tudo tão mágico e perfeito. Por fim, se você curte um romance suave e de encher os olhos e o coração, cai dentro, pois é uma excelente pedida. S2


Livro: Quando o amor bater à sua porta
Autora: Samanta Holtz
Gênero: Romance
Editora: Arqueiro
Ano: 2016
Páginas: 304

21 de out. de 2016

[Filme]: 10 Coisas que Eu Odeio em Você


"Odeio o modo como fala comigo 
E como corta o cabelo 
Odeio como dirigi o meu carro 
E odeio seu desmazelo 
Odeio suas enormes botas de combate 
E como consegue ler minha mente 
Eu odeio tanto isso em você 
Que até me sinto doente 
Odeio como está sempre certo 
E odeio quando você mente 
Odeio quando me faz rir muito 
Mais quando me faz chorar... 
Odeio quando não está por perto 
E o fato de não me ligar 
Mas eu odeio principalmente 
Não conseguir te odiar 
Nem um pouco 
Nem mesmo por um segundo 
Nem mesmo só por te odiar"

20 de out. de 2016

[Desabafo]: Sobre oscilar entre o verão e o inverno — por Simone Pesci

Quando criança, eu sonhava com uma vida simples, onde teria todas as etapas preenchidas por sabores e dissabores: estudando, brincando, levando algumas chineladas (quando necessário), namorando, casando, tendo filhos, além de ser muito amada. Sonhos eram traçados, metas almejadas. Porém, ao decorrer de tantas novas descobertas (algumas boas e outras nem tanto), descobri que nem todos os sonhos se realizariam. 

Eu nasci e cresci numa família humilde, onde não precisava de muito para ser feliz, bens materiais não era tudo, eu e minhas irmãs éramos presenteadas com os brinquedos que mais desejávamos, mas eles teriam de ser conquistados e eram entregues apenas em datas especiais, tais como: aniversário, Dia das Crianças, Natal e também quando passávamos de ano na escola. 

Eu sou da era analógica e não digital, onde brincar de esconde-esconde e queimada na rua, era o ponto alto de uma infância regada em alegrias. Muitas vezes era castigada, ficando para fora de casa, pois depois de tanto chorar, implorando por mais alguns minutos de brincadeiras, ganhava outros tantos minutos imaginando que fosse passar a noite ao relento. 

Então veio a adolescência... Onde deixei de desfrutar daquela época mágica para viver o que pensava ser o meu primeiro amor: uma relação doentia, onde eu era a adolescente traída e reclusa, que viveu tal reclusão por mais de quatro anos. Quando me cansei, nem mesmo uma arma apontada foi suficiente para me convencer a continuar. E foi assim que coloquei um ponto final nesse amor doentio. 

Após tanta ponderação, tive a minha tão almejada liberdade, que durou mais de dois anos. E descrente de um amor sincero e sem cobranças, fui presenteada com um amor sincero que não me cobrava nada, apenas me amava. E graças a ele, durante mais de quatro anos, vivi o meu conto de fadas. E nem mesmo um câncer foi capaz de destruir essa linda história de amor. Acontece que a fragilidade do dia a dia venceu, e cada qual foi para o seu lado. Desta forma, foram mais alguns anos de liberdade: agora regados em baladas, bebidas, beijos e poucas transas. Nada tão importante a ponto de me fazer sentir o amor de novo.

E os anos foram passando... E alguns sonhos cessando, inclusive aquele de ter uma família como aquela que faço parte. Trabalhar e pagar contas passaram a ser prioridade, pois as coisas ficaram complicadas. Às vezes eu me deparava com reclamações de amigas: "Nossa, não consegui comprar aquela sandália que eu tanto queria"; Nossa, esse mês não deu para eu fazer aquela escova progressiva que eu te falei". Eu, por minha vez, pensava: "Nossa, como vou pagar aquela conta e comprar o resto das coisas que faltam em casa?"

Era nesse momento que caía na real, afinal eu também fora assim. Contudo, a vida resolvera me ensinar "um pouco mais" antes do tempo. Eu não me formei em nada, completei apenas o ensino  médio, pois nunca gostei de estudar, o que dificultou ainda mais a possibilidade de ter uma segurança nessa área da vida. E as coisas se complicavam: amigos questionavam-me sobre a minha tão estranha ausência. Eles mal sabiam que não sobrava dinheiro pra diversão, e até mesmo o dinheiro para o tão famoso Kit Churrasco, eu não tinha. 

E foi no desespero de uma vida sem sentido, que encontrei sentido na leitura. Desta forma, entrei de cabeça nesse mundo mágico. E depois de tanto viajar em histórias criadas por outras mentes, decidi colocar as minhas ideias em palavras. Afinal, seria assim que conseguiria desabafar minhas dores e alegrias; meus amores e desafetos... Estive "Entre o Céu e o Inferno", ouvi "A Voz do Meu Coração", viajei pela "Estrada da Morte"  e,  por fim, estou tentando encontrar a minha "Redenção". Por um tempo  essa foi a minha salvação, mas agora me sinto rasa: tanto na vida como na escrita. Já faz alguns anos que oscilo entre o verão e o inverno, numa depressão que me consome. E pra piorar, meses atrás (dentro de um supermercado), tive uma crise de pânico. Desde então só consigo interagir por redes sociais e mal saio de casa.

Eu juro que tento emergir dessa vida rasa e sem sentido, mas algo me deixa assim, ainda mais rasa. E por este motivo resolvi me desligar. Não sei até quando ficarei no fundo do mar, espero emergir o quanto antes com verdade e sabedoria. A propósito, tenho uma fé abalável, o que implica horas do dia discutindo com Deus. Sei que existem problemas bem piores que o meu, e isso me faz sentir vergonha. É nesse momento que peço perdão a Ele! Portanto, por não conseguir emergir, peço desculpas a todos: Deus, família, amigos e leitores. Eu juro que, de alguma forma, tentarei ao menos oscilar entre o verão e o inverno, embora anseio encontrar uma estação que perpetue em plenitude e para todo o sempre. Enquanto isso, aparecerei vez ou outra. E desejo que cada um de vocês oscilem na melhor estação e emerjam em plenitude. É isso!

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta o nosso edifício inteiro. (Claric Lispector)

Abraços literários,
Simone Pesci

18 de out. de 2016

[Tradução]: Eddie Vedder — Society

Para um filme sensacional, uma belíssima música. Segue a tradução da canção "Society de Eddie Vedder, com cenas do filme "Into The Wild" (Na Natureza Selvagem). S2

P.S: Vídeo editado por Simone Pesci

NÃO HÁ PORTAS ABERTAS


O tempo passa e eu não canso de admirar 
Quantos recursos tenho para utilizar 

Se erro, tenho a reflexão para descobrir 
Uma maneira melhor de me conduzir 

Se fracasso, tenho a razão para aprender 
O conhecimento que me faltou para vencer 

Ser humana é mesmo extraordinário 
Em meu interno carrego o que é necessário 

Para ultrapassar qualquer problema 
E transformar um obstáculo em poema 

No meu caminho não há portas abertas 
Porque fui dotada das ferramentas certas 

Para abri-las com a minha capacidade 
E experimentar a grande felicidade 

Que é ter o destino na própria mão 
Poder receber o mérito de cada realização 

Para agradecer, uso minha voz com firmeza 
Preciso retribuir a Deus por tanta gentileza 

Para pedir, o som da minha voz fica mudo 
Como solicitar algo a Quem já me deu tudo? 

Quando acho que a minha vida está ruim 
Lutar e me aperfeiçoar só depende mim 

Via facebook: Prazer de Pensar

16 de out. de 2016

The Smiths?


"Incendeiem a discoteca
Enforquem o bendito DJ
Porque a música que eles tocam constantemente
Não me diz nada sobre a minha vida"
(The Smiths  Panic)

12 de out. de 2016

[Falando em]: Evangelho Perdido — de Marcelo de Lima Lessa

Hoje apresento-lhes a resenha de um livro que mexeu muito comigo. Trata-se da continuação de "Gênesis Proibido  A Tragédia de Adão e Lilith" (para conferir a resenha clique AQUI), obra que também me deixou arrebatada. Agradeço ao escritor Marcelo de Lima Lessa por ter enviado os livros, e afirmo que ele passou a fazer parte do meu índice com os melhores, e que leio até mesmo a sua lista de compras. \o Confira agora a sinopse e resenha de "Evangelho Perdido  A História Oculta de Jesus", uma publicação da editora Alfabeto


Sinopse: Muitos acreditam em vida após a morte... Mas poucos sabem quais as dimensões que nos aguardam depois da passagem! Muitos acreditam em magia... Mas poucos sabem quem foi o anjo rebelde que a criou em afronta a Deus! Muitos leram sobre os pecados da jovem Salomé... Mas poucos sabem quem foi ela em outras vidas, e quem ainda será na última que lhe caberá! Muitos acreditam que Pedro herdou o trono da Igreja... Mas poucos sabem quem foi a mulher que abdicou dele para que o cristianismo se sedimentasse num mundo patriarca! Muitos conhecem a história do militar romano que teve um servo curado pelo homem de Nazaré... Mas poucos sabem quem foi esse centurião no ideário católico! Todos conhecem a saga de Jesus, o filho de Deus que nasceu homem... Mas poucos sabem a verdadeira identidade dele! EVANGELHO PERDIDO, a sequência do épico de amor iniciado em "Gênesis Proibido  A Tragédia de Adão e Lilith"! Esta obra é uma adaptação ficcional baseada em fatos históricos. Em razão disso, personagens e pontos geográficos foram propositalmente redesenhados, a fim de dar ao enredo uma visão inovadora, mas ainda assim fiel aos acontecimentos descritos nos inúmeros Evangelhos, sejam eles oficiais ou não. 


"Porque Jesus morreu por nós"



Ousado! 
Dilacerante! 
Sensacional!

Evangelho Perdido se inicia onde terminou Gênesis Proibido, ou seja, quando Maria (aos 12 anos), é tocada pelo Divino Espírito Santo e, por fim, acaba por parir Jesus. 
Contrariando a severa lei da dor que fora posta em Eva, Maria mostrava-se totalmente imune ao sofrimento da parição  afinal ali, nascia o rebento de Deus! — e com o auxílio daquela estranha, pariu uma criança saudável, a qual ganhou o mundo não chorando, mas sorrindo!
 Meu filho...  sussurrou a mãe feliz ao vê-lo.  Jesus!
 Abençoada és tu menina, o Senhor livrou-te da dor do parto! E saúdo a ti e ao teu marido, pois receberam um menino forte; muito forte  afirmou a parteira num tom envolvente e igualmente misterioso. (Livro: Evangelho Perdido  A História Oculta de Jesus, Pág.28)


Embasado em fatos históricos, o livro reconta os passos de Jesus na Terra, no momento que um arcanjo chamado Metraton é incumbido para uma nova missão, ficando dentre os discípulos de Deus. O arcanjo tem como missão encontrar na Terra um espírito que por anos ficou preso na Tesouraria das Almas, e que desencarnou, tendo uma nova chance de redenção. A propósito, outros desencarnados passam a fazer parte da Terra e caminhando ao lado de Jesus. Eu não darei nomes, pois é uma grata surpresa, e nada melhor do que descobrir durante a leitura. Aliás, tais desencarnados são personagens do livro 1 (Gênesis Proibido), por isso é bom ressaltar que lendo o primeiro livro, tudo se torna mais claro. 
 De início eu achava que Deus o nomeara para um embate bélico. Mas diante das atitudes que ele vem demonstrando, creio que não é esse o caminho. 
 Então estás inclinado a mudar de estratégia? 
 Em tese não. Aconteça o que acontecer, nós temos que destruir o corpo desse "Jesus". Mas isso deverá ocorrer pelas mãos daqueles que ele tanto assiste, pois só assim nós provaremos, de uma vez por todas, que o homem é mais repugnante do que qualquer anjo caído. (Livro: Evangelho Perdido  A História Oculta de Jesus, Pág.215)

Lúcifer recebe uma visita de Deus, onde é revelado a Ele que o Messias chegou. Desta forma, o Altíssimo permite que Ele faça um teste com Jesus, atentando-o durante sua caminhada no deserto, oferecendo ao Messias tudo aquilo que o colocaria a prova. O Príncipe das Trevas não consegue tal feito, e estrategista, parte para um novo plano. 
Entretanto, um grito isolado surgiu entre o povo  crucifique-o!  o qual, pouco a pouco, passou a ganhar corpo. Mesmo com a vista direita prejudicada em razão do golpe que sofrera na casa de Anás , Jesus conseguiu identificar o autor do tal brado, que por trás de uma surrada capa negra escondia o inimigo dos homens: Lúcifer! (Livro: Evangelho Perdido  A História Oculta de Jesus, Páginas 299 e 300)
Ufa! Deixa eu respirar...
Quando uma leitura me impacta de tal forma, sinto dificuldade de me expressar. Sou católica não praticante, de fé abalável, pecadora e que acredita muito em Deus. Pouco conheço da Bíblia, mas o pouco que conheço, me arrebata: em especial tratando-se da crucificação de Jesus. 

O que apresentei acima é pouco diante da grandiosidade que o texto apresenta. Eis uma história fictícia, embasada em fatos históricos... Um olhar peculiar, uma criatividade que me fez acreditar naquilo que estava lendo. Trata-se de uma leitura para fortes, repaginada por uma mente inteligente e cheia de teorias. A história não é prosélita, e sim contestativa. A trajetória de Jesus (na visão do autor), é contada de forma intensa, interligando o velho e o novo testamento e deixando tudo mais real. Na visão do escritor, ele enfatizou a importância da mulher em algumas de suas personagens... Algo que vemos em minudência na Bíblia, e isso que me deixou ainda mais arrebatada por essa versão sem igual. 

Jesus e sua trajetória é o carro chefe do livro, porém, nele o leitor ficará de frente com tantos outros personagens (bíblicos e não bíblicos)  e de mais a mais, o espiritualismo, ou seja, a reencarnação é apresentada de forma linda e respeitosa, algo que pode ser interpretada como ousada, mas que  a meu ver , foi sensacional. Contudo, agora vou falar daquilo que mais me abala... "A Crucificação de Jesus". Eu sinto muita dificuldade em pensar em tudo que Ele passou (e ainda passa por nós), e no livro não foi diferente, tendo em vista que o autor foi intenso e me fez perder o fôlego por diversas vezes, tendo que dar uma estacionada no texto para retomar o fôlego. Eu sofri! Eu chorei! Eu me emocionei! Afinal, não poderia ser diferente, pois essa é uma leitura com um fundo de reflexão, e que no final nos mostra o propósito de tudo. Vocês querem saber se eu gostei? NÃO! EU NÃO GOSTEI... EU AMEI! S2 E fiquei curiosa, pois assistindo a uma entrevista do Marcelo, ele revelou que tem intenção em dar continuidade (com um terceiro livro), em época atual. P.S: Faça isso o quanto antes, Marcelo!

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos mais rebuscados, porém compreensível; sua diagramação é simples, com fontes e espaçamentos em excelentes medidas, adornados em papel pólen (o amarelinho); sua capa é linda de viver, estampando Jesus em sua caminhada, condizendo com o que a trama apresenta. Por fim, se você curte um enredo ousado e MARAVILHOSO, eis uma magnífica pedida. EU MEGA INDICO! \o  



Livro: Evangelho Perdido  A História Oculta de Jesus
Autor: Marcelo de Lima Lessa
Gênero: Misticismo/Angeologia
Editora: Alfabeto
Ano: 2016
Páginas: 368

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades...

"O tempo cobre o chão de verde manto, que já coberto de neve fria, e em mim
converte em choro um doce canto. E afora este mudar-se a cada dia, 
outra mudança faz de mor espanto: 
Que não se muda já como soía." 
(Luís Vaz de Camões)

8 de out. de 2016

✔ Prêmio Dardos Bloggers — 2016

Olá, amores! Tudo bem?
O meu amado bloguito foi indicado pela Anna Lírios (do blog Anna Lírios em Letras), para o Prêmio Dardos Bloggers 2016. Sinto-me honrada por isto e agradeço a indicação. Para conferir o maravilhoso blog da Anna, clique AQUI.

**Para quem ainda não conhece: 

O Prêmio Dardos é um selo virtual criado em 2008 pelo escritor Alberto Zambade, do blog "Leyendas de El Pequeño Dardo El Sentido de las Palabras", e a ideia dele foi selecionar e indicar o selo para quinze blogs que considerou merecedores do prêmio, sendo que estes indicariam outros quinze, e assim sucessivamente. Este prêmio tem como objetivo reconhecer os esforços dos blogueiros, transmitir princípios culturais, literários, éticos, pessoais, etc. 

**Regras do Prêmio Dardos: 

✔  Indicar 15 blogs (estou indicando 10) que preencham os requisitos acima para receber o prêmio. 
  Exibir a imagem do selo. 
  Mencionar e colocar o link do blog que o indicou. 
  Avisar aos blogs escolhidos. 

**Os blogs indicados para receber o prêmio são: 

✔  Mato Por Livros 
  Estante da Suh 
  Uma leitura a mais 
  Blog Fundo Falso 
  Faces da Leitura 
  Filósofo dos Livros
  Estilhaçando Livros
✔  Blog Ensaiando 
✔  Blog do Jefh Cardoso
✔  Blog Um Toque de Vida

3 de out. de 2016

[Tradução]: A-ha — Crying In The Rain

Eu simplesmente AMO essa canção, e achei a edição deste vídeo magnífica. Por este motivo, não poderia deixar de postá-lo aqui. S2 Confiram:


✔  Canal no youtube: Carlos Monterrey

[Redenção]: Sinopse não-oficial

Eu queria uma sinopse para Rendenção , então fiz uma. Não está aquelas coisas, mas dá para quebrar o galho. Confiram:


Sinopse: Seria apenas mais uma noite de trabalho para Ágata Botelho... Isso se ela não ficasse de frente com Lucius Oliver, um rico empresário e dono da conhecida casa noturna “Hell’s Bells”. O problema é que ela não imaginava estar servindo a Lúcifer, e menos ainda que o Príncipe das Trevas abdicaria de algumas maldades para tê-la por perto, deixando seus fiéis súditos e até mesmo o seu maior oponente, Gael Sullivan (um arcanjo enviado por Deus), em cólera. Por consequência, Lúcifer está disposto a sucumbir de sua malevolência, enquanto Gael corre o risco de não mais sentar-se ao lado de Deus. E quanto a Ágata? Sua fé será testada, fazendo com que ela dance sobre luz e trevas, formalizando-a como peça principal entre o equilíbrio e a loucura; entre o amor e o ódio. Mas não se engane, o improvável pode tornar-se provável, e a ceifa poderá surpreender até mesmo o Onipotente. Afinal, haverá comunhão entre a luminescência e o negrume? Bem e mal terá sua tão sonhada Redenção? A resposta é simples… Entre de cabeça no mundo dos bonecos de barro, dê uma passadinha em Tenebris. E, por fim, cuidado com o que desejas, pois feliz aquele que não se condena na decisão que toma. 


Livro: Redenção 
Autora: Simone Pesci 
Gênero: Romance Sobrenatural 
Status: Ainda sendo escrito, sem previsão de conclusão e publicação. 
Texto sem revisão final, sujeito a alteração. Capa provisória.

✔  Confira o primeiro capítulo, clicando AQUI.