1 de jun. de 2018

[Falando em]: Doce Ilusão — de P. M. Mariano

Hoje apresento-lhes a sequência dessa saga que há tempos anseio ler (para conferir a resenha do primeiro livro, clique AQUI). E já de antemão agradeço a autora e parceira aqui do blog  Priscila M. Mariano  por enviar "Doce Ilusão", livro 2 da série "A Saga de Um Pintor". Confira agora a sinopse e o que eu achei da obra, uma publicação da Drago Editorial.


Sinopse: Até onde uma vida sofrida pode mexer com a psique de um ser humano? Felipe viveu um inferno na vida e, graças à sorte ou um milagre, está livre de todos os tormentos, pelo menos era o que pensava. Sua sina ao ter fugido do abrigo São Marcos, foi-lhe uma experiência amarga. Está livre! E para a sua felicidade, ao lado daqueles que mais ama. Acha ter controle de seus sentimentos, e que superou os reveses de sua vida. Vive conforme o dia a lhe dar trégua. Sempre amparado pelos amigos e àqueles que seu coração designou como a sua verdadeira família. Até que seu passado lhe surge à frente, dando-lhe uma rasteira e, toda tranquilidade que tinha, cai-lhe aos pés. Então, seus sonhos, sua felicidade, era uma realidade ou, simplesmente, uma doce ilusão?


"Porque pior que uma doce ilusão é uma amarga verdade..." 

Uma sequência dilacerante!

Felipe teve uma infância monocroma, sendo violentado pelo pai e passando por situações destrutíveis. Ao completar quinze anos, consegue fugir de seu novo atroz  Soares , que comanda uma rede de prostituição. Ele volta a morar com Marcele (ex mulher do seu terrível pai já falecido), a pessoa que considera como mãe. Mas diferente do que imaginava, começa a ter um novo tormento, chamado Orlando, que o chantageia exigindo serviços sexuais, ameaçando as duas pessoas que ele ama  Marcele, sua mãe adotiva e Dulcinéia, empregada de Marcele.
Agora ele estava diante de seu prédio, taciturno, sentindo-se amargo, triste. Queria fugir daquilo, desesperadamente, esquecer. Não enquanto Marcele e Dulcinéia estivesse na mira daquele safado. Tinha medo de desaparecer e este fazer o que dissera. Atacá-las. Sabia que ele era louco o suficiente para fazer o que lhe havia dito. Estava tão entorpecido por seus sentimentos tristes que chegou a gritar assustado, quando se sentiu agarrado e com a boca tapada, bem seguro pela cintura, foi jogado dentro de um carro. (Livro: Doce Ilusão, Pág. 42)

(clique na imagem para maior resolução

E novamente Felipe é capturado e enviado para a vila, ficando à mercê do cruel Soares. Contudo, ele é resgatado e volta a morar com Marcele e Dulcinéia, acabando por passar por uma nova tribulação.
O que realmente estava em jogo era o nome da família. Estremeceu, era como se nada antes a denegriria. Todos haviam esquecido Carlos Fabio. Voltou a olhar ao pai com atenção. Toda razão para aquele desconforto em relação a Felipe estava exatamente naquele problema, em Carlos Fabio. O menino fazia lembrar a família o pervertido que fora o primogênito dos Albuquerque. Ele era um incômodo. (Livro: Doce Ilusão, Pág. 81)
Apresentando a sua real condição sexual, o homossexualismo, é apaixonado pelo amigo André e, com isso, terá de enfrentar o repúdio da família. 
 Você é um herói, Felipe! Você salvou a muitas crianças com o seu altruísmo. Salvou Tobias de um pai pervertido e a André  beijava-lhe os olhos com carinho, bebendo suas lágrimas  de um futuro desgraçado. (Livro: Doce Ilusão, Pág.136)
Agora cesso os comentários para não soltar mais spoilers.

Diferente do primeiro livro, que apresenta o início de uma triste infância, onde uma criança sofre horrores nas mãos daquele que deveria protegê-lo, essa sequência aborda as consequências de uma vida, inicialmente, destruída.

DOCE ILUSÃO é uma triste sequência, onde aborda o preconceito em nível elevado. Além da repulsa dos familiares devido a condição sexual de Felipe, há também a aceitação do próprio, julgando-se e acarretando incertezas. Apesar da abordagem dramática em grandiosidade, senti um pouco pela repetição de acontecimentos, focando na relação sexual de Felipe e André. Alguns acontecimentos foram corriqueiros por demais, mas, ainda assim, não deixaram de ser instigantes. O enredo, assim como no primeiro livro, conseguiu me prender, deixando-me instigada em saber o que virá depois de tantos tormentos.

A trama é narrada em terceira pessoa, com narrativa e diálogos de fácil compreensão; a diagramação está perfeita, com fontes e espaçamentos em bom tamanho, adornada em papel pólen (o amarelinho mais claro); e a capa é belíssima, estampando Felipe em um de seus tristes momentos.



Livro: Doce Ilusão
Autora: Priscila M. Mariano
Gênero: Drama/Romance
Editora: Drago Editorial
Ano: 2018
Páginas: 225

4 comentários

  1. Gostei da sua resenha. Vim para ver se achou o mesmo que eu, e confirmei que sim. Também achei algumas coisas corriqueiras, e o foco na relação dele com André poderia ter sido menos explícita e mais focada na questão de ambos tentarem superar as marcas deixadas pelo passado, mas eu entendi que a autora - como migrou o gênero para um drama romântico LGBT - sentiu a necessidade de explorar as cenas sexuais(fora do estupro), porém poderia ter sido menos constantes. Notei uma grande quantidade de diálogos que poderiam ser cortados, pois repetiam algo que já havia sido dito ou mostrado. No geral é bom, só essas pequenas observações que me incomodaram. A P. M. Mariano tem talento e espero pelo terceiro volume para ver a evolução do personagem. Seu blog é lindo. Abraços!

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    1. Bem-vindo, Fernando!
      Pois bem, em "Doce Ilusão" achei o inverso do primeiro livro e, em verdade, estava esperando um foco nas consequências psicológicas que acarretaram a vida do Felipe. De qualquer forma, gostei muito da leitura. E você tem razão, a P. M. Mariano é uma talentosa contadora de histórias. Fico feliz que você tenha curtido o blog.

      Volte sempre!!!

      Abraços literários

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  2. Amei a resenha!
    O 2º volume é mais leve, apesar da carga psicológica.
    E obrigada pela "talentosa contadora de história"... kkkkk

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  3. Finalmente, consegui publicar o meu comentário... Que luta!

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