Eu gosto de andar por aí, sem marcar data nem horário, um encontro casual e inesperado, caminhando livremente com o vento batendo em meus cabelos, seja acompanhada de uma boa música, ou ouvindo a música dos dias. Começo a lembrar de tudo que eu já vivi até aqui, os figurantes ganham a cena principal, e visualizo fantasiosamente todas as pessoas que já estiveram ao meu lado nessas andanças. Algumas eu quero que estejam mais vezes, outras me presentearam com questionamentos e me deixaram em dúvida, ou me deram certezas demais, e por fim um outro grupo das que eu prefiro correr para bem longe. Uma caminhada com você mesmo é sempre muito reveladora, os momentos de introspeção devem ser divertidos, qual é o sentido de fechar a cara e se isolar ao estarmos ao alcance dos olhos dos outros, estando acompanhados somente dos nossos? Como dizia Jung quem olha para fora sonha quem olha para dentro acorda, e ao meu ver o despertar precede muitos encontros de valor inestimável.
Daqui em diante, eu só quero lembrar das boas companhias, que tem o dom de transformar horas em minutos, e para mim que sempre tive aversão a relógios e aquele tic- tac nervoso, esse fator está presente em todos os meus argumentos pró- existência. Que tal sentir o que te cerca, observando e se deixando observar sem medo, sem máscaras e sem precisar estar acompanhado? Vai sem medo! No começo é assustador mas depois o encontro vai ficando cada vez mais interessante, e você não precisa pagar a conta, o preço ainda não foi lançado no sistema.
E o que eu aprendendo nessas andanças? Só anda comigo quem se apaixonar pela minha solidão e vice-versa.
Via: Obvious
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