9 de abr. de 2016

[Falando em]: Orgulho e Preconceito — de Jane Austen

Fazer a resenha deste livro chega ser algo inimaginável, pois trata-se de um enredo que amo de coração. Eu ganhei essa maravilha de presente de aniversário da minha mais recente e linda amiga, a blogueira Josy Borges, do blog "Eu Leio, e você?", e agradeço o MARAVILHOSO mimo. S2 Aliás, eu tenho a adaptação do filme de 2006, que já assisti diversas vezes e nunca me canso. E ao ler esse clássico divino, pude ter uma ampla (e melhor) visão de todo contexto. Agora confiram a sinopse, book trailer e resenha de "Orgulho e Preconceito", uma publicação da editora Martin Claret.   


Sinopse: Jane Austen inicia “Orgulho e Preconceito” com uma das mais célebres frases da literatura inglesa: “É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico precisa de uma esposa”. O livro é o mais famoso da escritora e traz uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. Na obra, aspectos diferentes são abordados: orgulho encontra preconceito, ascendência social confronta desprezo social, equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses aspectos da trama meticulosa Elizabeth e Darcy ao autoconhecimento. O livro pode ser considerado a obra prima da escritora, que equilibra comédia com serenidade, observação meticulosa das atitudes humanas e sua ironia refinada. 




"Porque subjugando o seu orgulho, terei o meu preconceito"


Romântico!
Envolvente!
Sensacional!


Era uma vez...
Uma época em que as damas tinham como objetivo o matrimônio, e que o preconceito, tanto como o orgulho, eram camuflados como uma conduta exemplar. Eis que surge a família Bennet, composta por Sr. e Sra. Bennet e suas cinco filhas: Jane, Elizabeth (Lizzy), Mary, Catherine e Lydia. Família essa não tão abastada financeiramente e de conduta duvidável, onde parte das filhas, que deveriam ser garotas exemplares em atitudes, deixavam a desejar, tal como a mãe  Sra. Bennet  que tem como propósito maior futilidades e, principalmente, conseguir um casamento para as filhas. O pai, por sua vez, apesar de um homem considerado culto e inclinado a leituras, às vezes (assim como a Sra. Bennet e suas filhas  Catherine e Lydia), toma por si atitudes e decisões não tão plausíveis, expondo a família ao ridículo. 
É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico precisa de uma esposa. Por menos conhecidos que sejam os sentimentos ou as ideias de tal homem ao entrar pela primeira vez em certo lugarejo, tal verdade está tão bem arraigada na mente das famílias que o rodeiam, que ele vem a ser considerado propriedade legítima de uma ou outra de suas filhas. (Livro: Orgulho e Preconceito, Pág.9)
E assim chega uma importante notícia, onde ficam sabendo que um novo visitante (abastado financeiramente), chamado Sr. Bingley, está prestes a chegar na cidade. Desta forma, a alegria e curiosidade de todos vem à tona, especialmente das filhas e mãe, que insistem com o pai para participaram de uma festa em comemoração à esta chegada  é claro que com a intenção de impressionar o novo visitante, tentando assim uma possível chance de enlaçá-lo em matrimônio com a filha mais velha, Jane, que por sinal, é vista como a mais bela. Porém, no momento de tal acontecimento, surge uma nova peça no tabuleiro, sendo este Sr. Darcy (amigo íntimo de Bingley), um homem ainda mais rico, que diferente da reciprocidade e cordialidade do Sr. Bingley, é um ser que transparece arrogância, preconceito e, por fim, extremamente orgulhoso... O que chama atenção de Elizabeth, que não tem papas na língua e não se intimida com tamanho trejeito, enfrentando-o com sua exímia inteligência, pois apesar de não ser abastada financeiramente, és uma garota que supri certos anseios, fazendo deles seu deleite diário, sendo um destes a leitura, dentre tantas outras coisas consideradas notórias e de bom grado para uma dama, independente de sua classe social.

Logo de cara há um interesse verdadeiro entre o Sr. Bingley e Jane, tão como o Sr. Darcy para/com Lizzy. Porém, em meio a tantas diferenças financeiras e também de como se portar na sociedade, surge o preconceito e orgulho do Sr. Darcy, assim como o julgamento exacerbado e rígido de Elizabeth. E, por fim, Jane e Bingley são os mais prejudicados, pois acabam se afastando. E quando tudo parece estar perdido, Lizzy reencontra Sr. Darcy... E neste reencontro mágico, onde há verdades ocultas e adversidades, surge uma declaração...
 Tentei lutar, mas em vão. Não consigo mais. Não posso reprimir meus sentimentos. Você tem de me permitir dizer com quanto ardor eu admiro e amo você. (Livro: Orgulho e Preconceito, Cap.34)
Lizzy fica consternada com tal declaração, afinal, pudera ela entregar seu coração àquele que arruinou a vida amorosa de sua irmã? Pois, SIM, Darcy convenceu Bingley a desistir deste possível matrimônio, deixando sua tão amada irmã Jane às ruínas e com o coração partido, além de escancarar o verbo dizendo o quão averso as atitudes de sua família és. Desta forma, Elizabeth dá sua resposta..
 Posso dizer que desde o começo... quase desde o primeiro momento em que vi você pela primeira vez, eram tais os seus modos, que me impressionaram com a mais profunda convicção da sua arrogância, do seu desprezo e do seu desdém egoísta dos sentimentos dos outros, que formaram a base de desaprovação sobre a qual os sucessivos acontecimentos construíram uma tão inabalável antipatia; e, um mês depois de conhecer você, eu já sentia que era o último homem do mundo com quem eu poderia ser convencida a me casar. (Livro: Orgulho e Preconceito, Cap.34)
Agora cesso os meus comentários para não soltar spoilers.

Eis um clássico, onde acontecimentos são narrados em outro século (aliás, ele também foi escrito em outro século). Por isto é uma narrativa um tanto formal e rebuscada, algo que aos meus olhos é sensacional. Trata-se de uma história onde há uma análise pré-conceito, onde apesar do romance que nela reverbera, há tantos aspectos que de fato perduram até hoje, em razão de classes sociais, interesses e até mesmo boa conduta. 

Essa é uma história para ser sentida, tal qual para nos questionar, subjugando a nós e aos outros, assim como um dos personagens centrais, ou seja, o Sr. Darcy, que no decorrer da trama, devido a paixão avassaladora por Elizabeth, aos poucos vai mudando sua conduta, deixando-o transparecer menos arrogante e mostrando sua verdadeira origem e sentimentos, ou seja, um homem cheio de coração, que quando se permite amar, não se importa com o veredito alheio. Desta forma, passa a se portar de forma maleável, até mesmo em situações das quais ele subjuga adversas.

Elizabeth, por sua vez, me mostrou que mesmo quando temos a certeza de que estamos certos, há uma grande possibilidade de estarmos errando com nosso prejulgamento. Assim, podemos cair em nossas próprias armadilhas imaginárias e indagativas, tendo como veredito uma possível condenação que nos levará a verdade, às vezes até mesmo ao ridículo.


Eu nem preciso dizer o quão sou apaixonada pelos personagens principais, né? Darcy e Lizzy são como um bálsamo pra mim. S2 Porém, tenho que dizer que a trama leva consigo muito mais do que estou postando aqui, ela é tão rica em detalhes e acontecimentos, assim como em personagens, narrativa e diálogos, que não teria como eu tentar falar sobre cada um (ou no geral), pois ficaria uma resenha ainda mais extensa do que já está ficando. rs  E, por este motivo, vou parando por aqui, apenas ressaltando a grandiosidade da obra e quão magnífica é. Se eu já amava antes, nem sei como colocar em palavras o que sinto agora, depois de ler tantos detalhes que não foram expostos na adaptação para as telonas, fiquei estupefata e ainda mais encantada. Houve alguns momentos em que as cenas e cenários foram invertidos, comparando o livro ao filme. Porém, a meu ver, não perdeu beleza alguma. Acho que a leitura fluiu tão bem, pois eu já tinha em minha mente os personagens da adaptação de 2006 para a telona, o que tornou a leitura ainda mais prazerosa. 

Uma ressalva: Jane Austen escreveu essa obra baseando-se em fatos reais de sua vida, especialmente de um grande amor não correspondido. Por isto conduziu a trama de tal forma em páginas, para que suprisse seus anseios. Aliás, existe um filme que conta a história de Austen e que mostra detalhadamente tudo, até mesmo quando ela escrevia "Orgulho e Preconceito". Este filme se chama "Becoming Jane" (Amor e Inocência), lançado em 2008. P.S: Eu mega indico. \o 

O livro é narrado em terceira pessoa, com narrativa e diálogos formais (porém compreensivos e lindos de se ler). Quanto a diagramação, por se tratar de um formato Pocket, ou seja, aquele menor, a fonte de leitura me incomodou, pois está bem pequena, e eu tenho dificuldade em ler letras miúdas; os espaçamentos estão em boa medida e as páginas são em offset (brancas), que, por sinal, eu não aprecio muito, pois a leitura fica um pouco mais pesada; sua capa é simples, estampando ao fundo desenhos de folhas e no meio há um quadro com o título e autoria, além do logotipo da editora. Por fim, para você que curte um enredo sensacional, eis essa belíssima pedida. \o Se eu gostei? Não, eu não gostei... EU AMEI! (...) E leria até mesmo a lista de compras da Austen. S2


Livro: Orgulho e Preconceito
Autora: Jane Austen
Gênero: Ficção Inglesa - Romance
Editora: Martin Claret
Ano: 2015 (3a. reimpressão)
Páginas: 382

6 comentários

  1. Bela resenha, Simone. Não ainda li o livro, vi o filme, e já li outros livros da autora. Fico impressionado com a escrita, de forma rebuscada mas ao mesmo tempo tão compreensível, como os diálogos tão naturais e ricos. Já li da mesma autora, Lady Susan, A Abadia de Northanger. São excelentes, quando puder leia Lady Susan, é um romance epistolar muito interessante. Não sabia que existia um filme sobre a vida da autora, foi bom você ter comentado, quero ver.

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    1. Olá, Ad!
      Então, eu também fico encantada com escrita formal e rebuscada, desde que ela seja compreensível como essa. Sabe, anos atrás eu li uma das obras que mais amo, ou seja, "O Morro dos Ventos Uivantes" e confesso, ela não me agradou, pois era tão rebuscada e formal a ponto de ficar incompreensível. Aliás, eu desconhecia e a obra e autora citada acima. Fiquei curiosa. Agradeço pela dica. E assista o filme SIM. Creio que você vai amar.

      Abraçosssss

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    2. Oi Simone. O Morro tem uma linguagem mais rebuscada sim, e só fui gostar quando li pela segunda vez. Você já leu Jane Eyre? Achei muito bom, é da Charlotte Bronté, irmã da autora de O Morro dos Ventos Uivantes. São três irmãs escritoras que escreveram grandes histórias. Se não leu Jane Eyre, por favor, leia rsrs

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    3. Ah, eu não li Jane Eyre, mas já assisti o filme e AMEI! S2 Agora vou ficar aqui, em frangalhos, ansiando pelo livro. rs

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  2. aaaaaaaaaaaahhhh, Simoneee!!! linda!!! obg, vo^Ce por ser uma pessa tão carinhosa e que me acolheu tão bem. Você merece mto mais. bjoooo resenha perfeita. Só nao estou conseguindo compartilhar. não estou achando o link :/

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    1. Josy (sua linda),

      Agradeço de novo pelo belíssimo presente. Eu AMEI! S2
      Fico feliz que você curtiu a resenha. \o/

      Segue o link: http://simonepesci.blogspot.com.br/2016/04/falando-em-orgulho-e-preconceito-de.html

      Beijosssssss

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