Dezoito anos foi o meu tempo de vida. Alguns diziam que eu tinha o coração de pedra, mas o fato é que eu dava um duro danado, trabalhando em período integral e tornando-me inacessível.
— Garoto, cadê a porra do dinheiro? — perguntou o meu pai, em sua transloucada embriaguez.
Eu não me recordo quando um canivete passou a ser o meu amigo. Creio que de tanto ouvir as duras alocuções de papai, passei acreditar que não tinha serventia — e, por fim, tornei-me um fedelho inoperante. Caminhava diariamente pelas ruas, com o meu inseparável canivete, parecia até mesmo um soldado a lutar contra o mundo. Dinheiro era artigo de luxo, por isso cometia muitos furtos para tê-lo. Em um curto prazo de tempo, a bebida passou a ser o meu prazeroso subterfúgio: a tequila tornara-se as batidas do meu coração; enquanto a gasolina da maldade queimava minhas veias. Isso me dava coragem para prosseguir, mantendo o meu conturbado motor emocional funcionando.
Eu era conhecido pelo meu temperamento agressivo, pois amava me aventurar no proibido. Por consequência, acabei flertando com um revólver, além de me casar com a encrenca.
— Bang Bang, atire neles, a festa nunca acaba… — incentivei para que o meu melhor amigo atirasse num conhecido.
Uma pequena divergência foi o motivo que me levou a incitar o prelúdio do fim. Todos assustaram-se quando peguei de volta o revólver e comecei a brincar de roleta russa, como se aquela fosse uma brincadeira ingênua e divertida. Desde que a bebida passou a ser parte de mim, deixei de pensar na morte. E, por tal motivo, ela tornara-se uma amiga presente.
— Acidentes acontecem! — confessei no Tribunal.
Seis tiros foram disparados ao vento, numa brincadeira maliciosa e triste, levando consigo uma criança, além de condenar um fedelho inoperante ao xadrez.
Eu matei o meu melhor amigo.
O meu crime foi ser presenteado com o infortúnio de uma vida indigna, quando a autenticidade dos meus anseios era viver uma vida digna.
Eu conheci dezoito anos de vida.
E fui sentenciado a dezoito anos de uma enxovia.
[Texto de]: Simone Pesci
— Garoto, cadê a porra do dinheiro? — perguntou o meu pai, em sua transloucada embriaguez.
Eu não me recordo quando um canivete passou a ser o meu amigo. Creio que de tanto ouvir as duras alocuções de papai, passei acreditar que não tinha serventia — e, por fim, tornei-me um fedelho inoperante. Caminhava diariamente pelas ruas, com o meu inseparável canivete, parecia até mesmo um soldado a lutar contra o mundo. Dinheiro era artigo de luxo, por isso cometia muitos furtos para tê-lo. Em um curto prazo de tempo, a bebida passou a ser o meu prazeroso subterfúgio: a tequila tornara-se as batidas do meu coração; enquanto a gasolina da maldade queimava minhas veias. Isso me dava coragem para prosseguir, mantendo o meu conturbado motor emocional funcionando.
"Rick é o cara!", todos me ovacionavam.
Eu era conhecido pelo meu temperamento agressivo, pois amava me aventurar no proibido. Por consequência, acabei flertando com um revólver, além de me casar com a encrenca.
— Bang Bang, atire neles, a festa nunca acaba… — incentivei para que o meu melhor amigo atirasse num conhecido.
Uma pequena divergência foi o motivo que me levou a incitar o prelúdio do fim. Todos assustaram-se quando peguei de volta o revólver e comecei a brincar de roleta russa, como se aquela fosse uma brincadeira ingênua e divertida. Desde que a bebida passou a ser parte de mim, deixei de pensar na morte. E, por tal motivo, ela tornara-se uma amiga presente.
— Acidentes acontecem! — confessei no Tribunal.
Seis tiros foram disparados ao vento, numa brincadeira maliciosa e triste, levando consigo uma criança, além de condenar um fedelho inoperante ao xadrez.
Eu matei o meu melhor amigo.
O meu crime foi ser presenteado com o infortúnio de uma vida indigna, quando a autenticidade dos meus anseios era viver uma vida digna.
Eu conheci dezoito anos de vida.
E fui sentenciado a dezoito anos de uma enxovia.
[Texto de]: Simone Pesci
18 AND LIFE - SKID ROW
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