Há sempre o recurso do remédio: Apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada, dentro da panela cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou. Vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina do que é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! Ela aparece em uma forma completamente distinta, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bem, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. É como aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. E triste é o seu destino, uma vez que permanece dura a vida inteira. Vão acabar sozinhas. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria a ninguém.
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