25 de mai. de 2015

[Apresentando]: Dezesseis — A Estrada da Morte (de Simone Pesci)

Olá, amores! Como estão?

Pois bem, para quem ainda não sabe "Dezesseis - A Estrada da Morte" é o meu segundo livro, um romance urbano-contemporâneo, inspirado na canção Dezesseis da banda/grupo Legião Urbana. Aliás, ele está em fase de revisão e será publicado em algum momento do segundo semestre de 2015. Ainda não sei se o publicarei de forma independente ou por uma editora , e a capa que eu havia divulgado está sendo alterada, por questões de resolução e direito de imagem. Logo apresento a nova capa que será tão linda quanto a outra que eu havia divulgado. Agora deixo pra vocês um pequeno degust, com a sinopse, apresentação, book trailer, prólogo e o primeiro capítulo. SEJAM BEM-VINDOS A ESTRADA DA MORTE! \o


Sinopse: João Roberto, conhecido por todos como Johnny  O Rei dos Pegas , acabara de completar “Dezesseis”. Estereotipado como “rebelde sem causa”, levava uma vida desregrada, ao lado dos amigos, mostrando-se o cara legal e o maioral. Desejado por muitas garotas, sempre vencia os rachas que participava. Porém, ele não contava com um sobressalto do destino... Assim, apaixonou-se por Ana Cláudia, uma linda e doce garota que se tornaria sua salvação, bem como sua perdição. Dentre tantos conflitos e percalços para ficar ao lado de seu grande amor, Johnny entra de cabeça em uma disputa com destino à estrada da morte. Inspirado na canção “Dezesseis”  da banda brasileira Legião Urbana , este é apenas um enredo de amor recheado com muitas aventuras. Apaixone-se, retorne no tempo, relembre seus “Dezesseis”... e seja, você também, um “rebelde sem causa”...


APRESENTAÇÃO 

Legião Urbana foi uma banda brasileira de rock que surgiu em Brasília, ativa entre 1982 e 1996. Ao todo, lançaram dezesseis álbuns, somando mais de 20 milhões de álbuns vendidos. Ainda hoje, é o terceiro grupo musical da gravadora EMI que mais vende discos de catálogo em todo o mundo, com uma média de 250 mil cópias por ano. O fim do grupo foi marcado pelo falecimento de seu líder e vocalista, Renato Russo, em 11 de Outubro de 1996. A banda é uma das recordistas de vendas de discos no Brasil, incluindo premiações da ABPD, com dois Discos de Diamante pelos álbuns Que País É Este, de 1987, e Acústico MTV, de 1999. Ela faz parte do chamado quarteto sagrado do rock brasileiro, juntamente com o Barão Vermelho, Titãs e Paralamas do Sucesso. (via: Wikipédia)

P.S.: A canção Dezesseis, inspiração deste enredo, é de autoria de Renato Russo, 
e foi lançada no ano de 1996, no álbum que têm como título: A Tempestade.


P.S.: Vídeo editado por Simone Pesci


PRÓLOGO

Eu fechei meus olhos e pisei fundo no acelerador, fazendo o ronco do motor do meu Opala azul metálico ressoar como um cântico encantador aos ouvidos de qualquer apaixonado por aquele barulho ensurdecedor. E, ainda de olhos fechados, respirei fundo. Como em um filme, tive alguns flashes de tudo que vivenciei nesses meus dezesseis anos... Minhas travessuras, ainda quando criança, ao lado da minha família amada; meus momentos de loucuras junto aos meus amigos, sempre regado a muitas bebidas e a muitos cigarros de maconha. Porém, era ela  Ana Claudia , a minha maior e melhor recordação.

Foi por ela, aquela que eu considerava minha salvação e minha perdição, que estava prestes a seguir rumo à estrada da morte, também conhecida como “curva do diabo”. Uma curva a qual muitas vidas foram perdidas. Uma curva que certamente seria a salvação de qualquer mortal que estivesse prestes a desistir da vida.

Ainda acelerando meu Opala, respirei fundo e abri meus olhos. Logo, segui meu fitar em direção ao lado oposto da estrada, e, dessa forma, o avistei... Samuel Garcia, conhecido por todos como “Samy”. Aquele era o cara que acabou com os meus sonhos e tirou de mim o mais lindo e real sentimento que já nutri por alguém. Ele roubou minha doce e amada Ana, aquela que me fez sentir vivo e amado por longos e inesquecíveis meses  e que, em muitos momentos, enlouqueceu-me ao ponto de pensar em sumir, levando-a como minha refém.



Sentia o olhar vulcânico de Samy em minha direção, e também percebi que ele acelerava o carro tanto quanto eu, fazendo o ressoar do seu, também, Opala  porém, na cor preta metálica  tão ensurdecedor quanto o meu.

Sempre fui considerado o rei dos rachas e, de certa forma, me orgulhava por ser intitulado dessa maneira. Era como se a patente fosse exclusivamente minha, e, por tal motivo, nunca deixei que ninguém me vencesse em alguma disputa, pois essa era minha vida. Entretanto, estar naquela situação era aterrorizante e libertador.

 Johnny... Não!  escutei a doce voz que eu tanto amava soprar as palavras em meu ouvido.

E, ainda olhando a pequena e fiel multidão que sempre acompanhava esses acontecimentos, segui rumo à curva do diabo (...) e os motores saíram ligados a mil, prá estrada da morte, e aquele foi o maior pega que existiu...



CAPÍTULO 1 
FELIZ DEZESSEIS



Vamos lá, tudo bem, eu só quero me divertir... 
Esquecer dessa noite, ter um lugar legal pra ir... 
(Trecho da canção: Teatro dos Vampiros – Legião Urbana) 



Adrenalina  um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, cuja secreção é aumentada em situações de estresse, ansiedade, perigo ou qualquer outra que deixe o corpo em estado de alerta e pronto para reagir.

Compulsão  um ato ou efeito de compelir; descontrole; realização de atividades sem premeditação e sem consciência das consequências; tendência à repetição; ação judiciária que obriga o indivíduo a comparecer em juízo.

Objetivo  diz respeito a um fim que se quer atingir, e nesse sentido é sinônimo de alvo tanto como fim a tingir como ponto de mira de uma arma ou projétil.


Eu me chamo João Roberto de Macedo, e considero-me um adrenálico compulsivo objetivo. Sou conhecido por todos como Jhonny, O Rei dos Pegas, e estava prestes a completar dezesseis. Na maioria das vezes, sempre me encontrava ao lado de meus loucos amigos: Julius, César, Janjão, Trakinas, e, por fim, Vick. Mas, a partir de agora, vou relatar onde a minha vida começou a fazer sentido... 


Era uma noite como tantas outras, regada a inúmeras doses de vodcas e muitas tragadas no cigarro de maconha , e o motivo de toda comemoração se dava ao fato de eu completar mais um ano de vida. Como de costume, aquela seria outra noite de loucuras incontidas, finalizada com um grande espetáculo de automotores em uma estrada próxima a lanchonete que sempre frequentávamos.

Eu não entendia como um bairro como o nosso  em Brasília, ou seja, na capital federal do Brasil  pudesse ter tantos nomes comerciais americanizados, e só me conformava com isso porque meu apelido, de certa forma, também o era. De fato, amava o apelido que ganhara desde os meus onze anos, logo após adquirir como herança do meu pai uma de suas preciosidades: o “Opala azul metálico”.

Lembrava-me de todo final de semana, quando meu pai se dedicava integralmente com amor pela máquina da qual eu sonhava um dia me pertencer, e que, agora, era minha maior e melhor preciosidade  e, assim como ele, também me devotava com carinho ao Opala ao qual denominara como “Trovão”.

Também foi deixado de herança para minha mãe  Lourdes Maria Macedo, mais conhecida por todos como Dona Lourdes  algumas notas promissórias para serem quitadas, que teve como consequência a venda da nossa casa, fazendo com que fôssemos morar em uma residência menor, porém, ainda confortável.

Agora éramos uma família de dois, e muitas coisas haviam mudado. Encaixávamos-nos na classe média baixa. Com muito sacrifício, empurrávamos a vida com a barriga. Minha mãe costurava dia e noite, o que nos rendia o sustento maior da casa. Eu, por outro lado, estava no segundo ano do ensino médio, do qual pouco frequentava, ainda no período da manhã.

Eu ajudava mamãe financeiramente, pois trabalhava no período da tarde na oficina mecânica do senhor “João”. Com isso, conseguia alguns trocados para o sustento da casa e, também, para minha diversão. Contudo, onde lucrava uma grana maior era no que eu sabia fazer de melhor... Nos famosos “pegas”, ou seja, nos rachas de carros. Por fim, eles me rendiam uma ótima grana, e, assim, seguia minha existência, muitas das vezes considerada como a vida de um “rebelde sem causa”.

 Johnny... Acorda! — Vicky gritou bem próximo ao meu ouvido.

Se havia uma coisa que me deixava louco da vida, era a falta de discernimento  e Vicky, com seu jeito despojado, sem noção e afoito, era uma garota que sabia me tirar do sério em questão de segundos.

Aquela era uma situação um tanto quanto estranha, pois Julius  meu melhor amigo  gostava de Vicky  meu affair problemático , que era apaixonada por mim  e eu, na verdade, nunca gostei de ninguém para valer.

Eu respeitava Vicky. De certa forma, me sentia bem ao seu lado. Na verdade, o que eu levava em conta eram as nossas loucas e tórridas transas, pois o sexo com ela chegava a ser sadomaso e surreal, deixando-me, por alguns momentos, a questionar: Como ela adquiriu tanta experiência com apenas dezessete anos?

 Johnny, você está surdo? — berrou Vicky, mais uma vez.

Respirei fundo para não responder grosseiramente, e meus amigos perceberam meu fio de paciência se esvaindo pelos ares.

 Eu não sou surdo, Vicky! — tentei ser educado, apesar da minha falta de paciência.

 Não é o que parece! Aliás, em que mundo você está? — rebateu, ainda aos berros.

Naquele momento, fechei meus olhos e clamei a Deus por sabedoria, para que, dessa forma, eu conseguisse tolerar sua falta de contenção nas palavras. Afinal de contas, ela se nomeava como minha garota. No entanto, eu a considerava como uma amizade mais que colorida.

 Brow, vamos nessa! Está rolando uma festa lá na colina, e nada melhor que aproveitá-la para comemorar seu aniversário... — Janjão anunciou qual seria o nosso roteiro.

Levantamos os seis em disparada, pois já havíamos pagado a conta da lanchonete. Então, adentramos em meu Trovão. Logo, seguimos para a colina, que nem de longe chegava a ser um outeiro, mas, apenas, um grande terreno baldio abandonado onde aconteciam muitas festas proibidas, regadas a diferenciadas doses de bebidas alcoólicas e drogas... Desde as mais leves até as mais pesadas.

Minha turma  mais conhecida como Gangue TP, ou seja, Gangue The Puritans  foi presenteada com esse nome como uma afronta à sociedade (e, também, contra nossa cidade), que era repleta de falsos puritanos. Pensávamos como poucos, e diferente de muitos! Nós não concordávamos com a proibição de um pega no cigarro de maconha, pois tínhamos esse hábito quase que corriqueiramente. Também nos indagávamos sobre política, músicas, filmes, mulheres e diversão. Tínhamos nossa maneira de refletir sobre muitos assuntos, e, muitas das vezes, discordávamos de tudo. Obviamente, três coisas nós seguíamos à risca:


Primeiro: Venceríamos todos os rachas. 

Segundo: Não usaríamos nada mais que bebidas e maconha. 

E, por fim, terceiro: Estaríamos lado a lado, fosse em qualquer circunstância que a vida nos apresentasse. 


 Chegamos, seus nóias! — Trakinas falou, superanimado.

Trakinas era o segundo mais sem noção da turma, entregando a medalha de ouro para Janjão! Ele bebia e fumava demais da conta, deixando-nos sempre com a cara no chão, fazendo suas brincadeiras que, na maioria das vezes, eram motivos de piada do grupo. E o grande acontecimento baseava-se em seu desastroso show de strip-tease um tanto assustador  diga-se de passagem , pois ele sempre deixava à mostra seu físico acima do peso e, normalmente, regurgitava sem pudor algum, não se importando com quem estivesse ao seu lado.

 Uhuuu! Isso aqui está pegando fogo... — exclamou Vicky, olhando a multidão que dançava um techno ensurdecedor.

Aquele era o estilo de música que eu pouco curtia, pois preferia ficar mais no meu estilo Classic Rock, do qual sempre apreciei ao lado do meu pai, desde criança.

 Vou curtir a noite, já que você está aí, com essa cara de merda! — provocou-me Vicky.

Eu apenas fitei-a com desaprovação. Mesmo me sentindo maluco de raiva com sua atitude infantil, ansiava por estar com ela ao meu lado assim que o relógio apontasse para um novo dia, presenteando-me com mais um ano de vida.

 Brow, você não tem a mesma paciência de antes com ela... — comentou Julius.

Assenti com a cabeça, dando-lhe a entender que o que acabara de dizer fazia sentido, deixando-o ainda mais animado com o caminhar de minha relação conturbada. Victória  mais conhecida como Vicky  era uma garota de dezessete anos, com um corpo escultural, cabelos encaracolados tingidos de loiro, e grandes olhos castanhos. Era filha única e morava com sua avó, pois seus pais haviam falecido em um acidente de carro, ainda na sua infância. Eu desconhecia o motivo pelo qual ela sempre nos acompanhava, acabando por fazer parte de nossa turma.

 Você realmente não gosta dela? — perguntou Julius, ansiando a verdade.

Tentando ser correto e sem querer magoá-lo, pois ele era o meu melhor amigo, esquematizei uma reposta, sem rodeios. O certo seria dizer o quanto eu gostava de curtir a noitada ao lado de Vicky  e, também, quão adorava o sexo selvagem e prazeroso que ela me proporcionava.

 Brow, sempre deixei bem claro o que sinto por Vicky! Gosto de estar ao lado dela, mas é apenas isso. — respondi, encarando-o de soslaio.

Julius seguia Vicky com o olhar, e ela sequer se dava conta de sua admiração. E assim continuou, com sua garrafa de cerveja em mãos, dançando sensualmente no meio da galera. De fato, ela agia daquela maneira para me provocar. No entanto, só conseguiu me chatear.

 Sabe, Brow, eu ainda espero encontrar aquela garota que me faça perder o fôlego! — comentei, no momento em que percebi Vicky se esfregando em um cara ridiculamente vestido como se estivesse no Hawaii.

Julius encarou-me, um tanto quanto esperançoso, e disse:

 E eu só espero um dia perder o fôlego com essa que tanto gosta de você! — provocou-me, dando-me um soco de leve no braço.

Vicky já passava dos limites naquele requebrado, que se parecia muito com a dança do acasalamento, e eu não queria pagar mais mico no meio da galera. Foi então que segui em sua direção, e desastrosamente segurei-a pelo braço, resmungando:

 Acho melhor você vir comigo! — Arrastei-a para o outro canto, encarando o modelo do Hawaii.

Vicky arregalou os olhos, orgulhosa por ter conseguido o que queria... Tirar-me do sério na frente de todos, e fazer com que acreditassem que eu era um cara apaixonado por ela.

 Satisfeita? — perguntei, encarando-a.

 Não tanto quanto eu esperava... — ela contra-atacou.

 Opaaa, acho que vou me juntar ao resto do pessoal, próximo à fogueira. — Julius afastou-se, com o semblante feliz.

Eu a fitava com atenção e curiosidade, sempre me questionando o motivo de não conseguir me apaixonar por ela. Desde que a avistei pela primeira vez, não senti nada mais que tesão. Com o tempo, adquiri certo apego por sua pessoa, porém, ao conversarmos, percebia que não tínhamos quase nada em comum. Era uma garota legal, com ideias um tanto quanto loucas e, também, superdivertida. Na verdade, era o tipo de menina que qualquer cara gostaria de ter ao seu lado. Porém, esse cara não era eu.

 Nós já estamos há quase um ano juntos e você ainda não disse que me “ama”! — questionou-me sobre meus sentimentos.

 Vicky... Que papo é esse? — indaguei, fingindo não compreender seus argumentos.

Após minha resposta vaga, ela enfureceu-se ainda mais, e, em questão de segundos, enfatizou:

 É disso que estou falando, Johnny! Você não gosta de mim como eu gosto de você... Está na cara. — Fitou-me, aguardando pela declaração de amor.

Realmente, a recíproca não era verdadeira, e sempre deixei isso bem claro. No entanto, não queria estragar aquela noite, e muito menos magoar o seu coração.

 Eu gosto de você, de ficar com você... É isso! — tentei ser o mais natural possível com as palavras.

 Que horror, Johnny... Isso está parecendo mais com o refrão dos Tribalistas.  rebateu, ainda mais agressiva.  Seu insensível... Vá para o inferno! — murmurou, jogando-me na cara o que restara de sua bebida, rumando, em seguida, em direção à multidão.

 Merrrrrrda! — bradei irritado.

O sangue subiu em minha cabeça, e minha vontade era de fazer o mesmo com ela, jogar o resto da minha bebida em seu rosto. Mas eu sabia que aquele não seria o modo certo de agir, pois, de certa forma, havia magoado-a com minha verdade  e isso me entristecia.

Diversas vezes, quando brigávamos, me sentia triste, pois era visível o quanto Vicky esperava de mim, e também era notável o quanto eu não me importava com ela. Em muitas de nossas discussões, tentava colocar o ponto final na relação que ela mesma criara em sua fértil imaginação. No entanto, tudo acabava em sexo, no meu quarto, ou dentro do Trovão.

Entrei no meu carro e abri o porta-luvas, em busca de uma pequena toalha. Logo, enxuguei meu rosto, e instantaneamente deparei-me com uma garrafa de vodca da noite passada, já pela metade, no banco de trás do carro. Dessa forma, minutos depois, encostei-me em meu Trovão, dando longos goles no destilado.

 Hei, cara, vamos ao lado da fogueira... Tem algumas gatas novas por lá! — sugeriu César, tentando me acalmar.

 Opaaa, dá um tempo só para eu colocar a cabeça no lugar! — respondi, fitando o nada.

 Johnny... Hoje não teremos pega, fomos informados que a estrada está sendo vigiada! — alertou-me César, seguindo, instantes depois, em direção à fogueira.

Eu precisava de alguns minutos sozinho. Estava nervoso e chateado ao relembrar o mico de minutos atrás, ao lado de Vicky, dando um espetáculo à parte e deixando-me com cara de tacho. A última pessoa que eu queria ao meu lado, naquele momento, era ela.

Era estranho pensar em como deixei tudo chegar àquele ponto. Afinal de contas, se eu não gostava o suficiente dela... O que ainda estava fazendo ao seu lado? Essa era uma questão que me deixava impaciente. Eu me sentia um tanto quanto estranho, pois era o “menor-maioral”, desejado por muitas garotas, que, em questão de minutos, completaria mais um ano de vida  e ainda assim, continuaria sendo “o menor-maioral”.

Ainda encostado no Trovão, cerrei as pálpebras e respirei fundo. Na verdade, estava feliz por não ter nenhum pega, pois não seria uma boa ideia. Minha cabeça rodopiava pela grande quantidade de cerveja e vodca que havia ingerido. Foi quando ainda de olhos fechados, escutei um acorde de guitarra, seguido de um leve toque de piano  e não sei por qual razão, abri os olhos.  Ao som daquela canção que tanto amava, da banda “INXS”, avistei-a.

 Beautiful Girl... Stay Whit Me! — e se fez ouvir o refrão da canção no instante que dei de cara com um anjo.

Estonteantemente linda em seu jeans surrado e seu suéter rosa... Deparei-me com aquela que me fez perder o fôlego. Um anjo de pele branca como a neve, olhos castanhos escuros, lábios delicados e finos, e cabelos compridos e lisos, também na cor castanho, um pouco abaixo dos ombros  e a banda INXS ainda era pano de fundo daquela deliciosa visão.

Eu pisei em ovos naquele momento, e meu coração acelerou de maneira irreal. Era impossível tirar os olhos daquela linda garota que estava a minha frente. Dessa forma, em questão de segundos, larguei a garrafa de vodca já vazia no chão, seguindo em passos curtos em direção do anjo.

 Aonde você pensa que vai? — Julius barrou-me, impedindo que eu alcançasse o anjo.

 Eu perdi o fôlego! — falei as palavras, fitando-a bem próxima de mim.

Tudo rodopiava confusamente, sempre focando na direção do anjo. A música ainda tocava em alto e bom som, e por alguns segundos, pensei o quanto aquela canção era perfeita para ocasião. Eu havia sido premiado com aquela visão divina, que, por sinal, estava tão perplexa quanto eu, também me encarando confusamente.

 Hei, Brow... Não é uma boa ideia! Acho que a garota está acompanhada — alertou-me Julius.

Foi então que me dei conta do que estava prestes a fazer. Assim como Vicky, também agiria por impulso. Agora, mais do que nunca, entendia a maneira que Vicky se comportava comigo  por esse motivo, tentaria não recriminá-la mais.

Momentos depois, deparei-me com um cara puxando o anjo pelo braço. No mesmo instante, notei que o conhecia de algum lugar, porém, não me recordava de onde. De fato, saber quem era o mané era o que menos importava, pois só tinha olhos para aquela bela visão.

 Brow... Acho melhor zarparmos daqui — disse Julius, um tanto quanto preocupado.

Segui meu fitar na direção de Julius, para, logo depois, procurar pelo anjo. No entanto, minha tentativa de encontrá-la foi em vão...

 Espero que não se importe que eu volte dirigindo, pois acho que você não está em condições! Vou chamar o pessoal... Isso inclui a Vicky também. – alertou-me do que estava prestes a fazer, colocando-me, em seguida, no banco de trás do Trovão.

E a música terminou, dando vez a um som atual sem sentido. Depois disso, nada mais vi! Apenas senti alguns tapas, um tanto quanto indelicados, sobre meu rosto e meus braços. Então, uma voz se fez ouvir:

 Feliz Dezesseis!

Revisão: Vanessa Araujo

4 comentários

  1. Aii morrida aqui.
    Não fala que ele é salvação e perdição que eu não aguento. Eu não quero sofrer já não.
    Si para variar um pouco né? Está tudo lindo. Seu dom para escrita como sempre se mostra uma dádiva mesmo dos céus, amo muitos livros e muitos escritores, Muitas histórias nos fazem viajar pelo mundo, mas são poucas que nos fazem viajar para dentro de nós mesmos e assim me senti com EOCEOI e assim me sentirei com Dezesseis.

    Espero ter esse tesouro logo comigo.

    Beijos
    Fer

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    1. Fer,

      Assim você me deixa nas nuvens! Obrigada!!!

      "Dezesseis - A Estrada da Morte" foi escrito com todo o meu coração, assim como fiz com "Entre o Céu e o Inferno" —, e, de novo, espero tocar corações com a história de João Roberto, Ana Claudia e toda a trupe.

      Logo você terá ele em mãos. Aguenta só mais um pouco. \o

      Beijos grande e obrigada pela força de sempre...

      Si

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  2. Excelente. Juntou o útil ao agradável. Uma história incrível baseada em uma música sensacional de uma banda maravilhosa. Só mesmo uma escritora fantástica pra fazer um projeto como esse.

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    1. BEM-VINDO, Sergio! \o/

      Eu sempre escutei essa canção e pensei: - Por que ninguém escreveu isso?

      Foi quando resolvi dar a cara a tapa. rsrs

      Espero corresponder positivamente com o conteúdo.

      Obrigada pelas palavras!!!

      Volte sempre!!!

      Abraços literários,

      Si

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