• Autora – Simone Pesci
• Editora – Publicação Independente
• ISBN – 978 – 85 – 91 – 73190 – 9
• Formato – 16 x 23
• Número de Páginas – 296
Sinopse: Alex conheceu o sofrimento desde a mais tenra idade. Foi adotada, e sua nova família não era a salvação que uma criança tanto precisava. O seu próprio pai adotivo lhe apresentou o primeiro inferno. Porém, o céu decidiu resgatá-la. Foi quando, em plena infância, Max apareceu em sua existência. Mas a jornada era árdua, e Alex cresceu vivendo no inferno e sendo amparada pelo céu... Ela precisava escolher um dos caminhos, uma estrada certa que a levasse ao destino que tanto sonhara. Porém, o jogo da vida não era fácil. Juan surgiu para relembrar seu maior inferno. E, agora, Alex vive perdida, tendo que escolher “Entre o Céu e o Inferno”. Conheça a história de uma jovem garota que aprendeu a viver com o ódio, o amor, o perdão, a fé e o recomeço. Uma jornada aterrorizante, com um delírio sexy e instigante. A pureza sublime de um céu... E o fogo abrasador de um inferno.
Observação:
Conheci a Simone por intermédio de uma amiga em comum, a escritora diva Márcia Rubim – autora de “Adeus à Humanidade”. – Por um revés da vida – uma confusão que, confesso, foi provocada por mim –, não tive a oportunidade de abraçá-la e de parabenizá-la na Bienal de São Paulo. Contudo, as coisas se ajeitaram. Nem tudo foi conversado como deveria – por um acordo mútuo, decidimos que, por enquanto, não é hora de colocarmos os pingos nos “is” –, porém, a oportunidade surgiu e “Entre o Céu e o Inferno” se tornou um elo de ligação entre nós. Desde as suas primeiras palavras escritas, torci pela publicação dessa obra. Com todo afinco, vibrei – mesmo de longe – quando descobri que seu lançamento estava marcado. Aplaudi – ali, oculta em minhas sombras – quando testemunhei seu sucesso. Agora, sinto-me honrada em resenhar o livro de Simone Pesci, a guerreira que aprendi a admirar e a respeitar. Deixando qualquer sentimento fraterno – amizade – de lado, quero que entendam, caros leitores, que esta resenha é sincera. Em momento algum puxarei a brasa para a sardinha que melhor me convém. No entanto, não posso deixar os elogios de lado apenas porque não desejo conclusões errôneas. Para quem já teve a oportunidade de apreciar a obra da Simone sabe que minhas próximas palavras são apenas verdades sobre um livro que merece um grande destaque na lista de novos autores nacionais. Porque eu testemunhei o surgimento dessa obra, e sei o quão dura foi sua jornada. Fazendo um trocadilho com o título... O inferno jogou contra, porém, o céu falou mais alto e deu o seu aval...
Resenha:
• Gramática e Revisão: Mesmo sendo uma obra independente – e por isso mesmo –, podemos enxergar a total dedicação da autora em cada linha escrita. Os jogos de palavras, as metáforas, as expressões poéticas... Tudo, tudo se encaixa como uma luva. Para uma escritora de primeira viagem, a Simone cumpriu seu papel com maestria, abstendo-se do excesso de pronomes e atendo-se às repetições necessárias – e um tanto poéticas, visando enfatizar determinadas situações.
Usando a linguagem coloquial, a autora enriqueceu o vocabulário de seu texto com palavras rebuscadas e muito bem colocadas. Obviamente, nem tudo é perfeito. Encontrei erros mínimos, passíveis de perdão em meio a tantas descrições.
O início da obra contém mais relatos que diálogos, e isso poderia se tornar um tanto enfadonho aos leitores impacientes. Contudo, tal artifício é quebrado com uma sequência de fatos que prende a nossa atenção.
Apesar de todo o empenho da Simone, não posso deixar de parabenizar o olhar de águia da revisora Zidna Nunes que, como tal, cumpriu com o papel ao qual lhe foi designado e realizou um trabalho quase exímio. Diante de muitos profissionais da área – cujas editoras pagam altos preços por um serviço que muito deixa a desejar –, tal feito é digno de aplausos.
• Capa e Diagramação: A imagem da capa não poderia ser mais perfeita, representando a protagonista do enredo quase como um anjo caído, entristecido, com um pano negro translúcido refletindo o seu inferno e uma grinalda de flores como sua auréola celestial. As fontes se encaixaram bem, formando um todo com um sutil destaque. E o mérito vai para Adriana Brazil – também escritora, que assina os títulos da série “Foi Assim que Te Amei”.
A diagramação é de surpreender os olhares mais aguçados. Adoro livros onde cada capítulo tem uma separação distinta. Ou seja, o início dos capítulos sempre em páginas ímpares. Além do mais, as imagens de fundo foram estampadas com sutileza, apenas nos lembrando de que a capa – estrela mor de qualquer publicação – faz parte do enredo. A rosa que separa os títulos das citações musicais caiu – sem espinhos – com perfeição na estampa das páginas, lembrando de que o céu de Alex estava ali, sempre a vigiá-la e protegê-la (tem que ler para entender). O crédito maior desse trabalho vai para Gisele Garcia – escritora, dona dos títulos “Quatro Naipes” e “Sangue e Desejo”. – Porém, sabemos que nada sairia sem o aval da Simone. Portanto, parabenizo essa equipe pelo resultado final do conjunto da obra. Adequar o texto ao formato escolhido foi uma excelente jogada, pois ganhamos um livro estético e de tamanho condizente ao volume do enredo.
• Enredo: Escrever sobre borboletas e flores é muito fácil. Porém, adentrar em um mundo sombrio, onde céu e inferno computam a balança da realidade, aí é outra história... Uma história onde somente os fortes empunham suas espadas e pelejam na selva de pedra urbana quase real. A Simone ousou, e muitos diriam que foi um tiro no escuro para sua obra de estreia. No entanto, contrariando toda e qualquer expectativa, o tiro foi certeiro. Atrevida, a autora buscou por infernos cotidianos, que poucos buscam explorar por medo de “não vender”. Ora, e do que são feitos os grandes Best Sellers? Certamente, não são com fadinhas. Quem já apreciou um título de John Grisham – falo da obra “Tempo de Matar” – sabe que a Simone pode ser equiparada a ele sem sombras de dúvidas. A intensidade dos relatos da protagonista são tão absurdamente tocantes que nos vemos em cena, desejando fazer parte do enredo para dar as chapuletadas necessárias em quem merece. Como evito spoilers nas resenhas, cesso aqui meus comentários – mas deixo explícita minha vontade de amarrar o Juan na cama e dar o que o safado merece. Ufa! Precisava desse desabafo...
• Personagens:
— Alex – a protagonista forte e destemida que não mede seus escrúpulos quando o assunto é se dar bem. Não sei dizer até onde “os fins justificam os meios” no caso da Alex. Porém, ela pratica o que aprendeu, aplica as lições recebidas do único mundo que conheceu... Um mundo radical e sem perdão. Amo personagens marcantes e com certa vulnerabilidade. A Alex foi tão bem construída que fica difícil associá-la apenas ao mundo fictício.
— Max – apesar de marcado como o “bom moço” da história – o céu –, o rapaz não tem um passado tão impecável assim. E é exatamente esse tipo de artifício que torna um personagem atraente.
— Juan – o que dizer? Bem, vamos lá... Juan é um caso sério, o tipo de homem que precisa conhecer Jesus ou se deparar comigo para aprender com quantos paus se faz uma jangada... Apesar de tudo, sua canalhice nos seduz, intrigando-nos a cada cena em que o lazarento surge para atormentar a vida da protagonista. Inteligente, Juan sabe jogar.
Infelizmente, falar dos outros personagens seria perigoso, pois eu poderia soltar spoilers e comprometer a leitura alheia.
“Entre o Céu e o Inferno” é uma obra voltada para os leitores de sangue forte que adoram um bom mistério com uma pitada de romance. Verossímil, atraente, repleto de ação e muito desejo. Provando que os brasileiros são dignos de aplausos na literatura, Simone Pesci fez de sua obra de estreia uma bomba atômica cultural merecedora de um roteiro para as telonas. Indicado para os maiores de idade com a cabeça no lugar e para todos os apaixonados por uma boa aventura!
À Simone, desejo mais e mais sucesso. Agradeço pela oportunidade de apreciar um enredo diferente e com um tema onde poucos se arriscam. Você tem o meu respeito e a minha admiração. Aguardo ansiosamente pelos seus outros projetos – e sei que eles existem –, ciente de que jamais me decepcionarei com seus textos. Parabéns!
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Ps.: Vanessa, desde já agradeço por dedicar parte do seu tempo com a leitura e também com essa espetacular resenha. Saiba que lhe admiro e que desejo pra ti todo êxito do mundo. Obrigada!
Link da postagem: Quid pro Quo - Resenha #EOCEOI
Aaaaaahhh, que linda minha resenha aqui, no seu blog!!! Saiba que minhas palavras foram sinceras, transparecendo exatamente a minha opinião sobre seu livro. Fico feliz que tenha gostado... e espero por mais... Mais da Simone Pesci escritora, criadora, instigadora de sonhos!!!
ResponderExcluirUm grande abraço e muito, muito, muito sucesso!
Obrigada por tudo, Vanessa! De coração.
ExcluirEstou muito feliz em saber que você curtiu #EOCEOI.
Beijossssssssss
Linda resenha! Até me emocionei... como é bom ter o trabalho reconhecido e ainda mais com essas lindas e sinceras palavras da Vanessa. Parabéns Simone! E sucesso!
ResponderExcluirConcordo com você, Kely! ;)
ExcluirEu leio e releio e me emociono com esta resenha.
Beijossssssss