24 de set. de 2014

[Falando em]: Kurt Cobain, A Construção do Mito — por Charles R. Cross

Essa resenha é uma declaração de amor! Afinal, pude conhecer anos atrás uma biografia autorizada sobre Kurt e o NIRVANA, também escrita por Charles R. Cross! S2 Aliás, só quem é fã para entender o que senti ao ler essa obra. \o

Este livro, diferente de "Mais Pesado que o Céu" (também de Charles), é uma visão de tudo o que Kurt e o NIRVANA representa até hoje no cenário musical, na moda e na vida das pessoas. Ele revela pouco dos bastidores e muito de sua influência. Eu, particularmente, amei tomar conhecimento de muitas coisas das quais eu sabia  vamos dizer assim  superficialmente. No entanto, esta resenha será diferente... Ao invés de revelar o impacto da leitura sobre mim, postarei trechos da mesma. E posso dizer, eu nunca marquei tanto um livro com postit como esse. S2 Portanto, confiram abaixo sinopse, BT (book trailer) 'não oficial' editado por mim e trechos de "Kurt Cobain - A Construção do Mito", uma publicação da editora Agir.

Sinopse: "Ninguém morre virgem, a vida f... com todos nós." (Kurt Cobain)  Quando Kurt Cobain e o Nirvana lançaram seu primeiro álbum. Bleach, em 1989, ninguém  nem mesmo Kurt  poderia prever que um ídolo estava prestes a nascer. Em menos de uma década, o jovem de Aberdeen, Estados Unidos, foi mais do que um recordista do mundo fonográfico. E nem mesmo o uso abusivo de drogas e sua rejeição à posição de ídolo impediram que Kurt se tornasse o rosto de uma geração. Doze anos após sua morte, ocorrida em 5 de abril de 1994, a revista Forbes listou as 13 celebridades que mais lucravam após a morte: Kurt Cobain ficou em primeiro lugar com ganhos estimados em 50 milhões de dólares. Mas o que fez Kurt se tornar um ícone da década de 1990 na música, no cinema, no comportamento e até mesmo na moda? Neste livro, o jornalista e especialista em música Charles R. Cross aborda a transição de Kurt Cobain de astro do rock a ícone mundial, que se mantém mesmo vinte anos após sua morte.


P.S: Vídeo editado por Simone Pesci
Recentemente, fãs do Reino Unido elegeram o verso "Here we are now, entertein us" como a terceira melhor letra da história da música. Este livro, originalmente intitulado Here We Are Now [Aqui estamos agora] que você tem em mãos,  procura reinterpretar a letra de acordo com a visão de onde nós,  como um corpo coletivo de fãs, estamos agora, depois da morte de Kurt. Ele se foi há duas décadas, mas aqui estamos nós agora. E, nesse espaço e tempo, como podemos medir sua importância? (Pág.21)
Kurt jamais disse diretamente  porque detestava tato aquele termo, mas diversos outros músicos de Seattle  me revelaram por que as palavras os deixavam indignados: ela diminuía o valor individual e transformava sua arte numa moda rotulada e comercializada. (Pág.58 - Sobre o termo 'Grunge')
Estranho amor: seriam Courtney Love, diva principal da banda pós-punk Hole, e seu marido, Kurt Cobain, galã do Nirvana, a Yoko e o John do grunge?  Ou os próximos Sid & Nancy?" O texto continha insinuações sobre o uso de drogas, sobre Frances ter nascido em situação crítica de saúde, e descrevia Courtney como tendo um "caráter devastador". Quando o Conselho de menores do Condado de Los Angeles entrou em cena e ameaçou tirar deles a guarda da criança, Kurt ficou fora de si. Um dia após Courtney dar à luz, entrou na sala de parto com uma pistola carregada, querendo que ambos cometessem o suicídio. (Pág.62)
Para mim, é muito difícil seguir em frente  sabendo que há vermes como esses dois em meio ao nosso público." Kurt ficou ainda mais chateado por saber que "Polly", a canção que escreveu depois de ler uma notícia num jornal sobre uma menina de 14 anos que fora  torturada e estuprada, tinha sido usada como trilha sonora para outro crime horrendo. (Pág.64)
Kurt Cobain teria um ponto de vista diferente de Lagerfeld e Klein. O seu corpo franzino o fazia parecer sexy numa sociedade onde a magreza é valorizada, mas era, para ele, um dos seus maiores motivos de vergonha. (Pág.92)
Por mais que o público pudesse vê-lo como um viciado em heroína, essa fase só aflorou mais tarde. Durante os primeiros 24 anos de sua vida, Kurt Cobain não foi um viciado  muitas vezes, era o mais sóbrio em seu círculo de amizades. (Pág.127)
É terrível descrever essas palavras, mas Kurt é mais conhecido por ter se suicidado que por qualquer outra coisa. Até aqueles que não conhecem nada sobre o Nirvana, a música ou arte de Kurt sabem que ele deu cabo à própria vida em abril de 1994 com um tiro de espingarda. (Pág.136) 
Krist Novoselic me disse uma vez que, para compreender Kurt, era preciso entender que havia algo de errado com ele, algo anormal  o que era  uma das chaves para a sua arte. "A música tinha essa coisa sombria, furiosa, bela e angustiada", disse Novoselic. "Havia beleza, mas tinha algo fora do lugar. Uma espécie de perturbação. Era aquilo que o diferenciava de todos os outros daquela época. Ele era um artista e eles, não." (Pág.159)
Ele não pertencia a esses tempos modernos. A maior parte da sua coleção musical era formada por fitas cassete, algumas delas gravadas do rádio depois de muita espera até que a canção perfeita fosse tocada, prestando atenção para apertar o botão e gravar no momento certo. (Pág.161)
David Bowie, à Spin: "Fiquei maravilhado quando descobri que Kurt Cobain gostava do meu trabalho e sempre quis perguntar a ele o motivo para ter gravado "The Man Who Sold the World". Tinha uma interpretação boa e direta e que de certa forma soava sincera. Teria sido ótimo poder trabalhar com ele, mas só conversar também seria bem legal." (Pág.165)
Michael Stipe, à Newsweek: "Eu sei como seria o disco seguinte do Nirvana. Seria bem calmo e acústico, com muita orquestração. Seria um álbum muito foda  e fico com um pouco de raiva por ele ter se matado. Eu e ele gravaríamos um teste para o álbum, uma fita cassete. Estava tudo combinado. Sua passagem de avião estava comprada. Um carro o apanharia no aeroporto. E no último minuto ele ligou e disse: "Não posso ir." (Pág.166)
Este livro aborda apenas algumas maneiras como Kurt Cobain influenciou a música e a cultura - aquelas que eu vi como as mais importantes e fáceis de serem identificadas. As pessoas se identificam com Kurt por diversos motivos, e ainda o fazem, e muitos aspectos dessa atração não podem ser quantificados, como as vendas de discos do Nirvana, as horas que a sua música ocupou as ondas de rádio ou a quantidade de tênis com o seu nome estampado. Para muitos, esse impacto é algo pessoal e varia de um indivíduo para outro. (Pág.170)

Livro: Kurt Cobain  A Construção Do Mito
Autor: Charles R. Cross
Gênero: Biografia
Editora: Agir
Ano: 2014
Páginas: 175

2 comentários

  1. Simone! Resenha perfeita. Me deixo ainda mais louca para ter esse livro!!! Obrigada por compartilhar! Bjus

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    1. SIM, Ju! Leia!!! Você vai amar. S2
      Fico feliz que você curtiu a resenha. \o/

      Beijosssssss

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