Não se aproxime, não insista, não invista e nunca, nunca mesmo, namore uma escritora se não irá compreender o drama, a trama, o enredo em que ela se envolve, quase sempre, em busca de inspiração e emoção para seus causos textuais.
Não corteje uma escritora se não for capaz de entender seus contos e crônicas, se não souber ler nas entrelinhas, se não consegue encontrar as pistas soltas em cada palavra.
Não queira uma escritora pra chamar de sua, se não entender que ela é de lua e às vezes precisa de solidão e silêncio para poder, enfim, respirar.
Não procure uma mulher que escreve, se não for um tanto esperto e souber separar a verdade da ilusão.
Não, não se enlace na confusão de uma escritora se não entender seus surtos poéticos e também sua morbidade casual. Não se encante por uma escritora se não quiser ver sua vida rasgada em versos que muitos irão ler.
Se não puder ler sua pele, não toque na escritora.
Se não quer ser assassinado em um texto ou outro — sim, ela vai matá-lo quando você pisar na bola, não se relacione com uma escritora.
Não namore uma escritora se não suportar sua inconstância constante e sua inquietude quieta.
Não namore essa mulher incomum que vira e mexe é tachada de louca, porque mulher que escreve é um poço de águas limpidÃssimas e grita sem emitir som.
Não namore uma escritora se não for capaz de digerir todas as suas mil faces, se tiver medo de ousar.
Não namore, leia bem o que digo, porque se uma escritora te namorar, você será eternizado e ela vai te fazer provar que namorar uma escritora foi a coisa mais louca e deliciosamente incrÃvel que você já fez na vida.
E de uma forma ou de outra essa escritora irá te marcar.
E não será com marca texto.
[Texto de]: J. Oliveira
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